sábado, 1 de abril de 2023

SÍLVIA REGINA - A PRIMEIRA COMANDANTE DE ARBITRAGEM FEMININA NA FUTEBOL BRAZUCA

  Ela formou-se em Educação Física, fez cursos de arbitragem da Federação Paulista de Futebol – em 1980 e em 1994 –  e planejava ser jornalista esportiva. Um dia, porém, duas amigas que já apitavam jogos amadores a convidaram para integrar a sua turma. Levou dois anos para estrear. Em 1987, já estava encarando o estádio do Morumbi lotado, com milhares de olhos acompanhando o seu desempenho na partida que antecedeu à decisão do Paulistão.

Nascida na paulista Mauá, em 19 de abril de 1964, Sílvia dizia que a sua técnica para manter o respeito dentro de campo era não ser truculenta, não intimidar. “Jogadores tratam o árbitro da mesma forma que são tratados”, garantia afirmando, também, não ter enfrentado preconceitos machistas em sua carreira iniciada em 1982 e profissionalizada em 1999. Mas não vivia só de arbitragens. Era professora municipal em Santo André-SP   
Sílvia Regina de Oliveira, medindo 1m64cm, pesando 62 quilos e mantendo a vaidade feminina de cuidar das unhas e dos cabelos para entrar em campo, chegou ao ponto mais alto que uma mulher poderia subir na arbitragem do futebol basileiro de sua época. Tornou-se árbitra da FIFA-Federação Internacional de Futebol Associado e atuou em competições internacionais, como Mundial Universitário e Sul-Americano. E o mais importante: foi a primeira a comandar um trio de arbitragem feminina em jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A. E, que se sabia, a primeira vez em que isso aconteceu no país: em 29 de junho de 2003, apitando Guarani 0 x 1 São Paulo, tendo Ana Paula Gonçalves e Aline Lambert por auxiliares, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas-SP, valendo pela 15º rodada do Brasileirão. A crítica considerou que, diante de 11.697 pagantes, elas tiveram atuação impecável, acertando até em lances complicados.
Das três, Ana Paula foi a que mais se destacou. Muito mais, pela beleza física que rendeu-lhe ensaios fotográficos nas revistas VIP (agosto de 2005) e Playboy (julho de 2007), além de participações nos "reality show" da TV Record, "A Fazenda-2" (em 2009), e "A Fazenda-4" (em 20011), já que a machista CBF passou a desprezá-la, por ter sido capa de Playboy. Por sinal, o afastamento levou-a ser repórter do programa televisivo "Esporte Fantástico" da mesma Recorda, e participante do "Alterosa ano Ataque", de uma TV de Belo Horizonte. 
Sílvia (C) encarou um estádio repleto de homens,
 com mais duas mulheres na arbitragem
MACHISMO - O apito nas na boca das mulheres sempre foi muito contestado pelos homens. Em 1986, Vânia Lúcia de Moraes, que apitava para a Federação de Futebol do Estado do Raio de Janeiro, foi excluída do quatro de árbitros, por  posar nua para a revista Ele&Ela, da Editora Bloch.
Em 1993, a bandeirinha Maria Edilene Siqueira foi chutada pelo lateral-esquerdo Nonato, do Cruzeiro, insatisfeito pela validação de um gol do Corinthians, no Pacaembu. Ela estava certa e o agressor pegou pena leve. 
No entanto, a primeira mulher a apitar uma partida de futebol entre homens no Brasil (e no mundo), foi Asaléa de Campos, a Léa Campos. Ela teve o diploma reconhecido pela FIFA, em 1971, e cursou Escola de Árbitros da Federação Mineira de Futebol, em 1967.
(Foto acima reproduzida de da página 29 de L!A + Nº 153, de 3 a 9 de setembro de 2003, e abaixo de revista da Federação Paulista de Futebol). Agradecimentos. Este blog não é comercial, só de divulgação da história. 

 

   

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