sexta-feira, 29 de setembro de 2023

QUE GOSTOSONA ERA (E AINDA É) PINDORAMA!

  

Neste desenho publicado pela revista carioca Esporte Ilustrado temos a alegria da portuguesSda ao chegar ao Brasil e se deparar  com a mulher "bonita e gostosa" em seu periscópio.  Afinal, depois de tantos dias no mar, sem ver dois belos pares de tilápias, ninguém é de vinil, para fugir do mais do que gasto ninguém é de ferroComo, na gloriosa década-1950 em que esta criação saiu do lápis os balões  dos quadrinhos eram preenchidos por roteiristas que só pensavam naquilo, fica a ideia de que a bonita e gostosa seja a "terra brasilis", em cima da qual a portugada se deu muito bem, por mais de três séculos. Como este desenho é raríssimo de encontrar, possivelmente, só na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, o Kike vai enviá- lo aos Estados Unidos, onde está residindo e estudando o artista multimídia Renato Aparecida, para ele recuperá-lo oferecer-lhe, leitor, uma imagem  perfeita desse lance, que não deixa de estar associado, também, ao Club de Regatas Vasco da Gama, como implicita a Cruz de Cristo na vela do barco. Para o nosso constultor Mauro Prais, a charge é de 1947 a 1949.

domingo, 24 de setembro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - SE UMA JÁ É BONÍSSIMO, IMAGINE DUAS MISS BRASIL

As Miss Brasil-2000,belas Josiane Kruliskoski (MT) e Daniele Moraes (MG)
  Em 1954, durante o primeiro concurso Miss Brasil desses tempos pós-modernos, a baiana loira (natural) Martha Rocha incendiou a plateia do Hotel Quitandinha, em Petrópolis-RJ, e foi coroada a mais bela brazuca.

Dona de bem medidos  1m70cm de altura; 94cm de busto; 60cm de cintura e 100cm de quadril, teriam lhe sobraram duas polegadas a mais na cintura para ser Miss Universo, lenda inventada por um repórter da revista O Cruzeiro, para aplacar a grande decepção nacional – e sacanagem do júri que elegeu a representante dos Estados Unidos.
Chegado ao Século 21, o Brasil achou que uma Miss Brasil era pouco e elegeu duas, pela 46ª vez em que se procurava a mais + mais das elas elas. No espaço Scala do Rio de Janeiro, o cetro da promoção por Boanerges Gaeta Júnior foi para a representante de Mato Grosso, Josiane Oderdengen Kruliskoski, enquanto o do concurso promovida por Danilo D´Ávila, no Hotel Nacional de Brasília, ficou com a mineira Daniele Moraes Pinto.    
Josiane Oderdengen Kruliskoski, paranaense de Catanduvas – 13 de maio de 1980 –, embora não tivesse nascido em Mato Grosso, vivia por lá, desde os cinco de idade, primeiramente, em  Terra Nova do Norte, onde, menininha, vendia doces pelas ruas. Depois, foi para Sinop, por ter conseguido uma bolsa de estudos.
Crescendo e encantando, a beleza da Jose (para as colegas de escola) chamava a atenção dos munícipes e resultou em títulos - Rainha da Exponop (Exposição de Sinop) e Garota Empresarial, e convite para madrinhar o Sinop Futebol Clube. Afinal, ela era do ramo - disputou cinco campeonatos brasileiros pela seleção mato-grossense de voleibol, atividade que agradava muito ao pai ( mecânico da Prefeitura de Sinop) e à mãe que só cuidava da casa.
Boanerges Gaeta entre  Josiane e Francine Eickenberg (SC) 
Graduada em Ciências Contábeis, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Josiane representou o Brasil no Miss Universo, em Nicósia, no Chipre, mas não lhe chamaram para a escolha final. Medindo 1m78cm de altura; 91 cm, de busto; 66cm de cintura e 94 cm de quadril, mesmo com tudo aquilo, ela só planejava ser professora de línguas. Jamais pensara ser eleita a mulher mais bela destas plagas.
De sua parte, a mineira Daniele Moraes Pinto pensava. Também filha de uma só dona de casa, ela vivera durante por 18 temporadas, em Guarani, perto de Juiz de Fora, sonhando com a coroa de mais bela brasileira.  E o sonho virou realidade, durante noite de quarta-feira, no Hotel Nacional, em Brasília, casa que hospedara reis, rainhas e chefes de estado.
Daniele exibiu, na passarela, 1m72cm de altura; 85cm de busto; 65cm de cintura e 90 cm de quadril. Em três minutos, após ser anunciada Miss Brasil-2000, as suas lágrimas desmancharam toda a maquiagem que levara três horas para ficar pronta.
O concurso que elegeu Joseane dava continuidade ao Miss Brasil oficial, segundo o empresário Boanerges Gaeta Júnior, que o organizava, desde 1994, definindo uma brazuca ao Miss Universo. 
Com o mesmo título de Miss Brasil, a disputa promovida por Danilo d'Ávila – participou da organização do Miss Brasil mais antigo - surgiu, em 1992, com a lei da  disputa tradicional. Diferença: vencedora disputando o Miss Globo Internacional.
Nessa briga pelo sucesso, afirma Gaeta que nenhum dos concursos pode registrar a marca Miss Brasil para obter exclusividade – enquanto eles brigam, a gente aplaude a beleza da mulher brasileira.

sábado, 9 de setembro de 2023

A GAROTA DO PLACAR - BELA ROQUEIRA

A Garota do Placar foi uma sessão mantida pela revista paulistana da Editora Abril, que assanhava a galera durante as décadas-1980/90. Exibia as gatinhas da hora. Esta, por exemplo, foi uma delas, a carioca Doni Lopes, que encantou a rapaziada pelo Nº 1028, de 25 de fevereiro de 1990. Conta a edição que a menina era nadadora, mas trocara as braçadas aquáticas pela música, tornando-se tecladista de banda roqueira Zeus. Com certeza, este deus teve mais força do que Poseidon, o Deus da Águas. Confere!    

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

MULHERES (DE ATENAS) DA PARAÍBA - GRAÇA E ORGULHO DA RAÇA QUE ENCARA CALAMIDADE

 Nono Estado mais pobre do país - à frente de Alagoas, Piuaí, Rondônia, Sergipe, Tocantins, Amapá, Acre) e Roraima -, de acordo com o último levantantamento do IBGE-Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico – o território paraíbano tem 54,6% da sua população vivendo em situação de pobreza. Dos R$ 8,7 trilhões de reais produzidos pela riqueza nacional apurda pelo último censo – o resultado de de 20022 ainda não foi divulgado - , os paraibanos entraram só com R$ 68 bilhões.

 Mas esse pouco não é só de agora. Ao longo da história política brasileira, os paraíbanos estiveram, sempre, entre os menos favorecidos. Mas não deixaram de formar elite rural,  a cargo dos ricos que apoiavam o Império dos Orleans e Bragança, desde que D. Pedro I lhes garantisse a posse da terra e a mão de obra escrava - com o que não alinharam Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e a Provincia Cisplatina (hoje, Uruguai), quando o país tornou-se independente de Portugal.


Ana Alice Almeida, uma santa para as camadas mais pobres do povo paraibano

 A elite rural paraibana, no entanto, não via o mundo só por olhos que se limitavam às suas cercas, embora, até 1784, ela fosse repressora, de maneira que, para uma esposa visitar uma amiga, teria de pedir autorização ao marido. Autorizadas, vestiam-se à francesa, exagerando nos babados que lhes desciam à cintura. Não dispensavam chapéus com plumas e nem saias com molas de aço. Suas roupas não deixavam os pés à mostra, pois mostrá-los seria vergonhoso para maridos ricos ques mandavam empregados carregarem-nas em redes, para não serem vistas, publicamente. Chegadas ao destino, sentavam em tapetes nas salas das mulheres – havia, também, a sala dos homens - e assim se comportarem até 1852, quando ainda lhes eras negado reclamar, protestar, xingar, ou mesmo pensar, ler e escrever. Direitos só de rezar e cozinhar.

Mesmo presas a tais amarras sociais, mulheres da elite paraibana tiveram educação esmerada, sobretudo as do século 19, quando as suas ricas famílias de fazendeiros as encaminhavam para estudar na Europa, de onde voltavam poliglotas, dominando algum instrumento musical e deixando incrédulos entendidos em peças dos grandes mestres. Muitas das invejáveis mulheres paraibanas tornaram-se “primeiras-dama “e tiveram papel social relavante durante os governos dos maridos.

 Entre tantas dessas mulheres, não se pode esquecer de Amélia Machado Coelho da Costa, dedicada à caridade e aos estudos da música e da numismática; Amanda Brancante Machado, exímia pianista que tocava Abdon Milanez e Carlos Gomes à perfeição; Maria Isabel Fogueira Machado, que estudou na Alemanha e falava, fluentemente, além do alemão, o francês, e era, também, exímia pianista, perfeita executante de Carlos Gomes e de Artur Napoleão; Alice de Almeida Carneiro, que vivia com o povo, criando maternidades, hospitais, apoiando a mãe pobre e instituíndo a merenda escolar nas escolas primárias; Ana Alice de Melo Almeida, que desenvolveu programas sociais de gande dimensão dentro da LBA-Legião Brasileira de Assistência, tendo por isso sido adorada pelas camadas mais pobres da população paraibana a quem entregou hospitais, creches, casas de apoio à criança e, também, por atuar no enfrentamento às calamidades públicas; Sílvia Tinoco Marques Godim, que cursou mestrado na Inglaterra para trabalhar no Departamento de Letras da Universidade Federal da Paraíba, além de evitar, na LBA, fazer política paliativa de caridade. 

Judith Carauzzo. a guerreira que trocou a praia carioca pelas agruras do sertão 

Foram brilhantes, tambem,  Berenice Coutinho, Mirtes Sobreira, Lourdes Cavcalcanti, Lucia Navarro, Miriam Cabral e Maria Luiza Targino, damas de fino trato e devotado amor pela causa social. Duas outras destascadas primeiras-damas  foram cariocas, pois era comum parlamentares paraibanos (do Império e da República) casarem-se com moças de famílias do Rio de Janeiro, casos, por exemplo, de Mary Pessoa e de  Judith Caruzo Gomes, que vestiram a camisa da Paraíba e prestaram grandes serviços sociais ao seu povo. 

Judith Caruzzo foi o que se pode chamar de a "Anita “Garibaldi paraíbana".  Sempre ao lado do marido, como as mulhers de Atenas, ao casasr-se com o médico e futuro governador paraibano José Gomes da Silva, ela trocou a praia e todas as festividades do Rio de Juaneiro para, em 1930, lutar ao lado do marido-chefe político de Itaporanga, contra a temível coluna do coronel José Pereira Lima, rebelado ccontra o governo estadual. O Gomes da Silva, que ainda não era o líoder estadual, mas apoiador do governador  João Pessoa, levantou o seu povo em armas e sustentou luta, de cinco horas, até expulsar os rebeldes. Judith foi para o front da batalha levar alimentação aos que lutavam e, ainda, atuouo como enfermeira. Foi guerreira,  também,  em 1932, lutando contra terrível estiagem que assolou a Paraíba, não se intimidando contra as agruras do tempo para minorar o sofrimento dos flagelados.

Glauce Burity, intelectual que mostrou-se muito corajosa social 

Mais recentemente, uma outra brilhante “primeira dama” paraibana foi Glauce Burity, fazedora de grandes trabalhos sociais e sempre dizendo que "não lutava pelos menos favorecidos por piedade, mas porque era preciso combater tudo o que fazia o país dormir na pobreza". Intelectual respeitada, produziu vários trabalhos sociológicos elogiados, entre eles sobre a mulher na obra sociológica de Gilberto Freyre; a presença dos franceses na Paraíba e o menor no trabalho na Paraíba. Criou a Campanha de Assistência ao Menor Carente e não deixou que esta tomasse sentido assistencialista. Também, cursou mestrado em História e aprimorou-se em língua francesa, em Genebra, na Suiça, quando por lá morou e o marido fazia aprimoramento em Medicina.

 Estado pobre, no entanto, a Paraíba jamais teve “primeiras damas” dondocas, barbies e nem deslumbradas que corriam para pósasr em fotos ao lado do cantor brega espanhol Julio Iglesias. Também, nuca foram “eminência parda” de governos dos maridos, como uma que desagradava a todo o regime militar e, pra piorar, obrigou um general-presidente a lançar o odiadíssimo Paulo Maluf na política – viva as mulheres da Paraíba!   

1 - FOTOS REPRODUZIDAS DE LIVRO LANÇADO PELO CENTRO GRÁFICO DO SENADO

2 - Este texto foi publicado, também, pelo Jornal de Brasília. Link abaixo: 

https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-poder/mulheres-de-atenas-da-paraiba/