domingo, 29 de janeiro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - MISS BUENO, A ENCANTADORA RAÍNHA DO TÊNIS

            FOTO REPRODUZIDA DA REVISTA CARIOCA MANCHETE ESPORTIVA

 A tenista Maria Esther Bueno ganhou da “Manchete Esportiva”  o apreço que mereceu. Depois do seu grande sucesso internacional, em 1959/1960,  em quadras  inglesas de grama, ela voltou a  vencer, em Wimbledon, em 1964, fase  em que a modalidade era amadora e sem ranking classificatório. Mas a Estherzinha ficaria entre as cinco melhores  do mundo do tênis,  entre 1957 e 1967, as suas melhores temporadas.
Durante os seus 10 anos de reinado, Maria Esther venceu 65 torneios internacionais de simples; 90 de duplas; 15 de duplas mistas e foi vice-campeã em outras 45 competições. De suas 257 disputas longe do Brasil, venceu 170. Nos quatro grandes torneios do Grand Slam, ela foi a primeira mulher campeã de duplas em uma mesma temporada: em 1960, levou  a taça de duplas nos Torneios Abertos da Austrália, dos Estados Unidos, Wimbledon, em Londres, e de Roland Garross, na França.
A decadência começou em 1967, devido lesão nos ligamentos do braço direito. Passou por várias cirurgias  que lhe tiraram das quadras. Saiu de cena, definitivamente, em 1977, com este cartel: vence 589 torneios – 20 de Grande Slam –, entre 1957/19678; 8 vezes em Wimbledon, sendo 3 de simples e 5 de duplas; 8 no US Open, com 4 de simples e 4 de duplas; 3 em duplas mistas em Roland Garros e um titulo de duplas no Aberto da Austrália. 
           Maria Esther reverenciada pelo presidente Juscelino Kubitscheck




domingo, 22 de janeiro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - MARTHA ESTEVES LÁ, PIONEIRANDO O JORNALISMAÇO ESPORTIVO FEMININO NO TERREIRO CARIOCA

 Pela segunda metade da década-1950, a revista “Manchete Esportiva”, do empresário Adolpho Bloch, teve a primeira mulher escrevendo sobre esportes no Brasil, a portuguesa Meg. Mas ela só fazia matérias com hora marcada e com atletas tipos brotinhos encantadores. Ainda estavam longe os tempos em que uma escriba teria a coragem de encarar a ditadura dos cartolas e contar para a sua torcida o que e eles não deveriam saber.

Quem teve esta coragem foi uma jornalista carioca, a iniciante Martha Esteves, que escrevia para a revista paulista “Placar”. Prêmio pela sua coragem e a grande reportagem? Ser proibida, por Eurico Miranda, o “Ditador da Colina” da hora, de entrar em São Januário. Prêmio mesmo! A reação era um reconhecimento da competência da repórter.
 Mas, como Martha Esteves tinha o DNA da caça à notícia,  não ficaria só naquele lance. Quando o Flamengo celebrava os seus 120 anos, ela foi para mais uma bola dividida. Tentou entrevistar o ex-atacante flamenguista Hernane “Brocador”, mas os cartolas do Sport Recife fecharam-lhe as portas, como contou o repórter Haim Ferreira, do Jornal do Comércio, da capital pernambucana. Martha nada tinha nada a ver com a briga, mas pegara o rebote de mais um capítulo da  rivalidade do "Leão da Ilha" com o “Urubu”, por causa de um caneco – o do  Brasileirão-1987, que ambos reivindicam e foi parar na Justiça comum.
 “Falo com o Zico, o Leandro, o Obina, sobre o Flamengo, a qualquer momento. Mas, falar com o “Brocador”, não pude. A diretoria do Sport não deixa. Ridículo...”, reclamou Martha, por matéria divulgada pelo site www.uol.com.br, acrescentando: “Patético, o Sport proibir o Hernane de falar sobre o Fla, em seus 120 anos do vida. Ele nem jogou a Copa União de 87. Rivalidade ridícula. Sport Recife: clube pequeno...” – abriu a boca, bateu na cara e arrancou os dente do Leão.
Martha Esteves é subeditora do “Ataque”, o caderno esportivo do jornal “O Dia”, e mulher pioneira do jornalismo esportivo no Rio de Janeiro nesses temos mais modernos. Faz, também, a coluna “Fulecagem”, surgida dias antes da Copa do Mundo-2014, para rolar só até o final da competição que o Brasil sediava, pela segunda vez – a primeira fora em 1950. Agradou tanto que não saiu mais de cartaz. “Virou blog, porque a zoeira não tem fim”, diz Martha, sugerindo: “Divirtam-se!”
A caricatura que você vê por aqui e está na “Fulecagem” é criação do artista Nei Lima.
Além de “O Dia”, onde está em sua terceira passagem, há duas décadas, Martha já levou a sua garra também para o Jornal o Brasil e à Radio MPBFM, além de ter feito trabalhos, como freelancer, para a TV Globo e as revistas Playboy e Quatro Rodas, entre muitos outros.
Cá, entre nós: se The Beatles não gravaram “Martha my dear” em homenagem a esta guerreira, deveriam ter gravado. Confere? Então, clique nas letrinhas aqui em baixo e ouça. Um bom domingo! 
 
For the second half of the decade, 1950, the magazine "Headline Sports", the entrepreneur Adolph Bloch, was the first woman writing about sports in Brazil, the Portuguese Meg. But she only made matters by appointment and athletes charming brotinhos types. They were still far from the days when a woman would have the courage to face the dictatorship of top hats and tell your fans and what they should not know.Who had that courage was a Rio journalist, Martha Esteves, who wrote to the São Paulo magazine "Score." The award for their courage and the big story? It is prohibited by Eurico Miranda, the "Dictator of the Hill" time, entering São Januário.
 Award yourself! The reaction was a recognition of the competence of the reporter. But as Martha Esteves had the DNA of hunting news, would not be just that. When Flamengo celebrated its 120 years, she went to another. He tried to interview the former striker flamenguista Hernane "Brocador" and top hats Sport Recife closed the doors, and told the reporter Haim Ferreira, the Journal of Commerce, the capital of Pernambuco. It was another chapter in the rivalry with the "vulture" because of the recognition of the title-Brasileirão 1987 both claim and ended up in civil courts. "I talk to Zico, Leandro, the Obina on Flamengo at any time. But talk to the "Brocador" I could not. The Sport's board leaves. Ridiculous ... "complained Martha, by matter disclosed by the site www.uol.com.br, adding," Pathetic, Sport prohibit Hernane to talk about Flamengo, in its 120 years of life. He even played the Union Cup 87 Rivalry ridiculous. Sport Recife: small club ... "hit the face of the Island Lion, the nickname of Recife red and black
.Martha Esteves is subeditora the "Attack", the sports book of the newspaper "The Day", and pioneer woman of sports journalism in Rio de Janeiro have these modern. It also makes the column "Fulecagem", which appeared days before the World Cup-2014, only to last until the end of the competition that Brazil sediava for the second time - the first was in 1950. It pleased so much that did not go over poster. "He turned blog because zoeira has no end," says Martha, suggesting: "Knock yourselves out"The caricature you see here and is in "Fulecagem" is the creation of artist Nei Lima.In addition to "The Day", which is in its third pass, two decades ago, Martha has led his claw also to the newspaper Brazil and the Radio MPBFM, and has done work as a freelancer for TV Globo and magazines Playboy and Quatro Rodas, among many others.Here, among us, if not The Beatles recorded "Martha my dear" in honor of this warrior, should be recorded. Gives? 

domingo, 15 de janeiro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA. VASCAINISSIMAMENTE MAIS + BELA

 

 Incríveis! São as meninas vascaínas dos "cartoons" do artista que as produz para o sensacional site www.paixaovascao.com.br.  Convenhamos que se as demais páginas eletrônicas de torcedores de outros times imitassem o "paixãovascão" e fizessem o mesmo, de repente, até daria pra gente dar uma espiadinha, nas suas meninas, é claro. E somente! Se estas vascaínas virtuais cruzassem com você, em noite de uma sexta-feira, na balada, você iria embora cedo? A "Turma da Colina" domina a beleza. O Kike passou um e-mail para o www.paixaovascao", indagando pelo nome do artista, mas ainda não foi informado. Caso você saiba, informe, para dar-lhe o crédito por estas divulgações da sua belíssima arte computadorizada.  

Incomparable! They are Basque girls from the artist's cartoons who produce them for the sensational site www.paixaovascao.com.br. Let's face it, if the electronic pages of fans of other teams imitated the "passion of the storm", suddenly, we would even give you a little peek. In their girls, of course. And just! If these virtual vascaínas crossed with you, on a Friday night, in the ballad, would you leave early? The "Turma da Colina" dominates the beauty. Kike has sent an e-mail to www.paixaovascao ", asking for the name of his artist, but he has not been informed. If you know, inform, to give you credit for these disclosures of his beautiful computer art.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

UMA GRANDE PAYXÃO SKATYSTA VASCAKAYNA

   Esta é uma criação do site www.paixaovascao.com.br, que o Kike viu, fazendo um passeio pela Internet. E, como sempre, tirou o chapéu para o artista desta página eletrônica que nos brinda com belíssimas criações exaltando o sentimento vascaíno. A Skatista da Colina é  sexyssima e lhe envia saudações, esperando que 2023 seja mais profícuo para o Almirante, que sairá em busca do seu quinto título do futebol canarinho, além de tentar voltar à Taça Libertadores, da qual foi o ganhador, em 1998. Vamos lá, Vascão, na velocidade de uma skatista descendo uma rampa.


This is another creation of the website www.paixaovascao.com.br, which Kike saw, taking a tour of the Internet. And, as always, he took his hat off to the artist from this website, which plays with beautiful creations extolling the Vasco feeling. The Skatista da Colina is very sexy and sends her greetings, hoping that 2023 will be more fruitful for the Admiral, who will leave, in this twenty-twenty, in search of his 5th title in Canarian football, in addition to trying to return to the Libertadores Cup, from which he was the winner, in 1998. Come on, Vascão, at the speed of a skateboarder going down a ramp.

domingo, 8 de janeiro de 2023

PRIMEIRA CARTOLA BRAZUCA - DONA JULINHA

  Mulher pratricando esporte, no Brasil, há 82 temporadas? Nem pensar! Em 14 de abril de 1941, o Decreto-Lei 3.199/41, do presidente Getúlio Vargas, as proibiu de fazer qualquer coisa “incompatível com as condições de sua natureza”, o que fez com que os primeiros times femininos de futebol (1940) darem para trás. Mesmo assim, às escondidas, elas encararam a propibição, inclusive recorrendo a picadeiros de circos para driblar o “Getulhão”. O lance, porém, piorou, em 1965, quando rolava uma ditadura militar tocada por generais-presidentes da república.

 Por ali, o chefão do Conselho Nacional de Desportos-CND, o general Eloy Massey Oliveira de Menezes, que havia sido atleta do futebol do Vasco da Gama da década-1920, canetou a Deliberação Nº 07, tirando das meninas o gostinho de rolar a bola no futebol (regulamentado em 1983), no futebol de salão e no de praia. Bem como de praticar lutas desportivas, pólo e pólo aquático,  rugby, halterofilismo e beisebol, restrições que vingaram até 1979. Mas, como a lei para tirá-las dos  gramados, cimentados, areiais, piscinas e tablados não se manifestava sobre a participação delas na administração desportiva,  já havia surgiu, sem ser incomodada,  a primeira “mulher cartola” no país. Em 1923, portanto, bem antes da marcação getulista em cima delas.

Fotos reproduzidas da Revista do Esporte

 Esta história pode ser contada assim: era uma vez, uma moça chamada Júlia Pinheiro que andava em busca de trabalho. Roda o Rio de Janeiro daqui, dali, dacolá e nada. De repente, soube que havia uma uma vaga no escritório da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres - entidade que já teve várias denominações e, atualmente, é a Federação de Futebol Estado do Rio de Janeiro. Ela foi até lá, conversou, botarama fé em sua vontade de trabalhar e contrataram-na para servir ao Departamento Técnico  dali  até 26 de março de 1961, quando requereu aposentadoria, pois já estava cansada da cartolada do futebol carioca.

A mocinha Júlia Pinheiro, sem demora, ganhou a simpatia dos dirigentes de clubes e da entidade, que passaram a chamá-la por Julinha. Qualquer dúvida com tabelas, regulamentos, inscrições, etc era só chama-la, que batia em cima da questão. Só ficava uma fera com a cartolada quando alguém lhe aparecia a cinco minutos do final do expediente solicitando registro de atleta, “o futuro maior craque do planeta” - que terminava, sempre, sendo um perna-de-pau. Por conta daquilo, a Julinha chegou a pedir, por vária vezes, troca de seção, ouvindo eternos “nãos”, pois os cartolões da Liga sabiam que ninguém era melhor do que ela em seu ofício. Tanto que promoveram-na a chefe do seu pedaço, liderando quatro homens – Antônio Diniz Júnior (sub-chefe), Durval Barbosa, Aladir Antônio de Araújo e Alfredo de Oliveira Santos.

                          Dona Julinha comandava quatro briosos assessores  

A Julinha que, com o tempo, virou Dona Julinha, organizava tão bem estatísticas para clubes e jogadores, que era consultada por federações e ligas de  várias partes do país. Em seu tempo, era imposivel algum jogador ser “gato” – ter dados falsificados.

 Uma das histórias mais interessantes vividas pela Dona Julinha aconteceu durante a década-1950, quando o meia-atacante Zizinho (Thomaz Soares da Silva) era considerado o melhor jogador do futebol brasileiro – o ídolo de Pelé. O craque tinha uma folha de anotações sempre crescente em quantidade de advertências e suspensões, defendendo Flamengo e Bangu. Um dia, ela passou-lhe um tremendo carão, daqueles tipo “menino se emende”. Zizinho ficou ruborizado e prometeu-lhe que, a partir de então, os brancos em sua folha de anotações não mudariam mais de cor. Contavam que, quando ele trocou o futebol carioca pelo São Paulo FC (em 1957), teria ido agradecer à Dona Julinha pelo pito que lhe passara.

A primeira cartola do futebol brasileiro abriu o caminho para mulheres dirigirem clubes, ligas e federações, como Michelle Ramalho, presidente da Federação Paraibana de Futebol (2018 a 2022 e reeleita para o cargo até 2026), e Patrícia Amorim e Leila Mejdalani Pereira, respectivamente, primeiras mulheres a presidirem Flamengo (2010 a 2021) e Palmeiras (desde 2021). A Dona Julinha, no entanto, não teve sucessões cartoleiras na família. Seu filho, Paulo Pinheiro, preferiu entrar para a equipe que transmitia o turfe carioca, pela TV Rio, que existiu entre 1955 a 1977.  

                    

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

MARLI, PIONEIRA NO MICROFONE ESPORTIVO

Durante a Copa do Mundo do Katar-2022, os telespectadores brasileiros tiveram a primeira mulher a narrar jogo, pela TV aberta – Renata Silveira – e a primeira a comentar uma final da competição - Ana Tahís Matos – ambas, pela TV Globo. No entanto, desde 15 de junho de 1971 que elas já se aventuraram “colocar a boca nas latinha”, usando a Rádio Mulher, de São Paulo, para transmitir bola rolando. A pioneiríssima foi Zuleide Ranieri, contando São Paulo 2 x 0 Poprtuguesa de Desportos, amistosamente, no já demolido estádio do Palmeiras, o Parque Antártica. Por ali, também, pioneiraram Germana Carilli (repórter de campo) Claudete Troiano (repórter/narradora), Jurema Yara e Leilah Silveira (comentaristas de jogo) e Léa Campos (comentarista de arbitragem.

Tempinho depois, elas fizeram a primeira transmissão internacional, pela Copa Roca, disputada por Brasil x Argentina - 1 x 1, em 28.08.1971, e 2 x 2, em 31.08.1971, com título dividido -, e estiveram presente no início do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol-1971. Foram cinco temporadas de atuação feminina no rádio esportivo, com a equipe da 930-AM formada mais por elas, da motorista à técnica de som.

                                   Marli camisa 12 tetracampeã carioca-1963

No entanto, a primeira vez delas na “latinha” já faz 57 temporadas. Foi na data de hoje – 6 de janeiro de 1964 -, às 20h30, quando estreava no rádio a primeira mulher brazuca a falar muito da vida dos outros (atletas). Chamava-se Isaura Marly Gama Álvares e era, também, jogadora de basquetebol – chamada só pelo segundo nome.

 Esta história começou por um ‘acasão’.  Marli (como a imprensa escrevia) assistia jogo de vôlei entre Hebraica x AABB, quando  a Emissora Continental-RJ convidou-lhe para comentar o embate. Encarou e agradou. Pouco depois, lhe propuseram juntar-se a Valter Alves na apresentação do programa “Cortadas e Bloqueio”, das segundas às sexta-feiras, com notícias do voleibol carioca, e participação em comentários televisivos de jogos de basquete. Assim, de uma so tacada, Marli fazia “rádio-vôlei -  também, secretariou o apresentador Clóvis Filho no programa “Casa do Esporte às Suas Ordens” -  e TV-basquete”. Se quisesse, a Emissoras Continental poderia tê-la comentando muito mais modalidades, pois ela se dizia capaz, por ser uma superatleta que havia praticado (ou praticava) atletismo, arco e flecha, basquete, natação, tênis de mesa, remo e saltos ornamentais, o que lhe já lhe rendera 250 medalhs e 15 trofeus.

                     Na "mesa da verdade," falando dos colegas de quadra 

 Os comentários da atleta botafoguense Marli, por rádio e TV não criaram problemas para ela com as colegas de quadra. Estas entenderam o seu papel como profissional do microfone e que eram sensatas as suas críticas. Fora da TV/Emissora Continental, Marli trabalhava, há sete viradas de calendário, no Serviço de Publicidade do IPASE –Instituto de Pensão e Aposentadoria dos Servidores do Estado. Nascida pernambucana, em 9 de agosto de 1934, ela está com 88 nos costas, tendo começado a sua vida esportiva aos 17 de idade. Como voleira, foi cortadora (atacante) e vestia a camisa 12 do Botafogo e da Seleção Brasileira, pela qual conquistou a medalhas de ouro dos Campeantos Sul-Americanos de 19651 e 1961. No basquete, usou a camisa 8 do escrete nacional, ganhadora do ouro do Sul-Americano de 1954/58/65.

domingo, 1 de janeiro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA À GRANDE PRIMEIRONA

 

A Bíblia conta suas histórias,
 também,em quadrinhos
 Imaginemos que você tivesse entrado pelo túnel do tempo e aparecido diante de sua professora do segundo grau primário, em aula de religião, e esta lhe perguntasse: “Qual foi a primeira mulher deste planeta?” Naturalmente, você responderia o que os seus pais lhe ensinaram: Eva. E ouviria: “Certo! Certíssimo!  – errado, se você interpretar o que está escrito na Bíblia.
 Pra começo de conversa, Eva nem tinha muito moral no Gênesis, o primeiro livro  judaico-cristão do Antigo Testamento. Ela é citada só por duas vezinhas, assim mesmo chamada por “mulher”. 
O redator leva a crer que não passou de “vice”, cabendo o título de “primeirona” para Lilith, que teria sido criada, também, do barro, na mesma sessão em que o “Criador” incluiu o homem. Diz o Gênesis 1:28: “E Deus os abençoou e lhes disse: frutificai, multiplicai-vos e enchei a Terra” - Eva só pinta no segundo capítulo, criada a partir de uma costela de Adão. 
  Quem foi a primeira mulher terráquea é jogo duro. Digamos que até mereceria palpite duplo em uma hipotética Loteria Esportiva do Jardim do Éden. Se Lilith vai para o placar bíblico via citação explícita, em Isaías 34:14, Eva leva a contenda para a coluna do meio, em cima do muro, pela lembrança de Paulo, em Coríntios 11.3.
 Lilith, no entanto, pode recorrer ao tribunal de justiça dessa porfia, alegando ter a Bíblia sido escrita, por 40 escribas, entre 1.500 antes e 90 depois do glorioso Jesus Cristo, quando ela já rolava pela boca do povão da Mesopotânia, estrelando um poema épico.  Eva, porém, pode tentar impugnar tal pleito, sob a alegação de que a concorrente não passava de um demônio, em A Épica de Gilgamesh.
 Nesse ponto, caberia a Lilith defender-se sob o ponto de vista de que estaria tudo em casa. Afinal, futuramente, depois de Eva ter comido e induzido Adão a comer do fruto proibido no paraíso, como seu horóscopo previa, ela seria considerada um demônio” pelos homens. Realmente, deu no que deu: ela vem, desde lá pra trás, fazendo os caras perseguirem as suas coisas – tenazmente!
 Complicado, não é mesmo? Mas há saída para tudo. Lilith não estava informado de que, futuramente, os descendentes de Adão inventariam os advogados, e Eva teve um bom, no Papa Paulo III, que, no Concílio de Trento, no Século 16,  mandou Lilit virar coruja, pois, para ele e os participantes de um rolo que durou 19 temporadas, Eva deveria ser “o cara”. 
Reprodução de www.codigodabiblia.com - agradecimento
Lilith e Eva foram fêmeas com e sem uso diversificado de suas “máquinas sedutoras”. Enquanto a primeira, conforme escritos antigos, teria negado fogo a Adão, e nem aceitado o seu comando, a outra comportou-se como uma autêntica “outra”.
 Pois é! A danada da Eva prestou, o quando pôde, favores sexuais a Adã, desrespeitando normas bíblicas, de que a mulher deveria seguir virgem até o casamento - o que, por sinal,  não consta em nenhum cartório de registros civis por onde ela e o, indiscutível, primeiro macho passaram. 
Por isso, a Bíblia tem em Maria o máximo do máximo da mulher. Eva, pelo inserido no contexto, não é modelo para nenhuma delas.