segunda-feira, 31 de outubro de 2022

RAINHA ELIZABETH CHEGA AO MEIA-CINCÃO

 Ascensão da rainha Elizabeth II ao trono britânico completa 65 anos

Gustavo Mariani

Especial para o Jornal de Brasília

A comunidade britânica celebra, neste domingo (5), o 65° ano de reinado de Elizabeth II, que subiu ao trono em 6 de fevereiro de 1952. Aos 90 de idade, Elizabeth Alexandra Mary de Windsor nasceu no centro de Londres, em Mayfair, em 21 de abril de 1926, para tornar-se a monarca mais famosa do seu tempo.

Nestes 65 anos, ela já dividiu os holofotes com 14 primeiros-ministros britânicos; 12 presidentes dos Estados Unidos e oito líderes da extinta União Soviética, além de três presidentes da Rússia. Enquanto isso acontecia, dez papas sentaram-se na cadeira de São Pedro, no Vaticano.

Em 2 de junho de 1953, quando foi coroada, na abadia de Westminster e havia apagado 25 velinhas, Elizabeth II já estava casada – desde 20 de novembro de 1947 –, com o príncipe consorte e primo, em terceiro grau, Filipe Moutbatten, duque de Edimburgo e membro das famílias reais da Grécia e da Dinamarca. Antes de ser rainha, prometeu dedicar toda a sua vida aos súditos, no que se esforçou, diga-se, de passagem, pois tem visto, nos últimos tempos, a sua popularidade girar entre 70% a 80%, dos quais 43% acham que ela atua de forma pragmática para merecer o prestígio.

Uma das mostras de que Elizabeth II cumpriria o que prometera aos súditos foi a sua decisão, durante a II Guerra Mundial (1939-945), de chamar para si obrigações públicas. Alistou-se no Serviço Territorial Auxiliar, como motorista, aos 18 anos de idade, e marcou muitos pontos.

Pela tradição, a rainha Elizabeth II é chefe de Estado e líder da Commonwealth, associação voluntária que reúne 53 nações, a maioria ex-colônias britânicas e mais a africana Ruanda, que juntou-se ao grupo em 2009. Esta amizade conta com três membros europeus; 12 norte-americanos; um sul-americano; 18 africanos; oito asiáticos e 11 na Oceania, o que representa 2, 1 bilhão de almas, ou quase um terço da população mundial devotado à Sua Majestade.

Irmã de Margarida, ela é mãe de Charles, o herdeiro e príncipe de Gales (nascido em 1948); Anne, princesa Real (1950); Andrew, Duque de York (1960); e Edward, Conde de Wessex (1964). A rainha Elizabeth II é filha de George VI e de Isabel Bowes-Lyon. Chamada, familiarmente, por “Lilibeth”, ela era a terceira na linha de sucessão ao trono, atrás de seu tio Edward VIII e do seu pai. Reside no palácio de Buckingham desde 1937, quando o pai foi coroado rei, sucedendo ao tio Edward, que trocou a coroa pelo casamento com a divorciada norte-americana Wallis Simpson.

Aos 65 anos de trono, a rainha Elizabeth II não é a pessoa com mais tempo nesta glória, que está registrada em nome de Bhumibol Adulyadej, rei da Tailândia, que passou 70 anos reinando. No entanto, como desfruta de boa saúde e sua mãe viveu por 101 anos, tudo leva a crer que o caminho está aberto para a avó de oito netos e bisavó de dois chegar à liderança desse quesito. Logo, vida longa à Sua Majestade. God save the Queen!

domingo, 30 de outubro de 2022

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - PRIMEIRA ELEITORA BRAZUCA FOI A POTIGUAR CELINA

 https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/politica-e-poder/celina-guimaraes-viana-a-representatividade-e-historia-da-primeira-mulher-a-votar-no-brasil/

Celina Guimarães Viana: a representatividade e história da primeira mulher a votar no Brasil

“Ela era uma educadora, apaixonada, e é essa a lição que tiramos dela “por que não?”, por que eles, os homens, podem e eu não posso?”, questiona Carla Viana, neta de Celina.

REPRODUÇÃO DO JORNAL DE BRASILIA

Foto: Arquivo pessoal

Antes mesmo de Getúlio Vargas considerar autorizar o voto feminino no Brasil, a professora Celina Guimarães Viana já havia se registrado como a primeira eleitora do País, na cidade de Mossoró (RN), em 1927, quando o presidente ainda era Washington Luís. “É uma história muito recente e nós temos que dar graças a ela e a outras mulheres que abriram esses caminhos. Cada conquista feminina deve ser muito comemorada”, diz a neta de Celina, Carla Viana, professora do curso de letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Naquele ano, o Poder Judiciário local permitiu que as mulheres da região se alistassem para votar na eleição complementar do Senado Federal. Além de Celina, outras 20 mulheres pediram o registro, mas a potiguar foi a primeira a conseguir a autorização por, naquela época, ter o aval do marido, Eliseu Viana. Porém, por não ser apoiado pelo Estado, o Senado invalidou os votos de todas.

domingo, 23 de outubro de 2022

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - A MUSA DO SORRISO QUE ENCANTA O CÉU E A TERRA

 

1 - Janine Proazzi é uma das musas mais queridas pela torcida cruzmaltina. E uma das mais lindas e inteligentes mulheres brasileiras. Ela é bacharel em enfermagem, com especialização em Unidade de Terapia Intensiva, e professor de capoeira. Também, empresária do ramo hoteleiro, além de uma esplendorosa modelo. O "Kike" viu esta foto dela no site www.musasgatasfc.com.br e o agradece pela reprodução. Afinal, a galera da "Turma da Colina" não pode deixar de ver o que é belíssimo.

Janine Proazzi is one of the most beloved muses for the crookedness cruzmaltina. And one of the most beautiful and intelligent Brazilian women. She holds a bachelor's degree in nursing, specializing in an Intensive Care Unit, and a capoeira teacher. Also, businesswoman of the hotel business, besides a splendid model. "Kike" saw this photo of her on www.musasgatasfc.com.br and thanked her for the reproduction. After all, the guys from "Turma da Colina" can not fail to see what is beautiful.

 

domingo, 9 de outubro de 2022

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - DRICA, MUITO MAIS + MAIS DO QUE DO QUE BONITA

  

A vascaína abriu o coração e avisou: aqui, ninguém tasca. Só o "Almirante", enquanto eu estiver no meu mais perfeito juízo. Vascaína não vira a casaca, por nada deste mundo. E nem de outros, se houverem por aí. Ela, com toda a formosura que o "Homem Lá de Cima"  lhe deu leva energia à galera em dia de jogos, empurrando a rapaziada à vitória. Tantas, quer dizer, pois já perdeu a conta de quantas vezes saiu de São Januário com o sorriso atravessado nos lábios. O nome da moça é Adriana Pires e o Kike a viu em www.vascalinda.com.br. Agradecimento deste blog que não e comercial, só de exaltação ao glorioso Club de Regatas Vasco da Gama. 
The vascaína opened her heart and warned: here, nobody tasca. Only the "Admiral," as long as I am in my best judgment. Vascaina has not seen the coat. For nothing of this world. And neither of the others, if there are any. She, with all the beauty that the "Man Over There" gave her takes energy to the crowd on the day of games, pushing the boys to victory. So many, that is to say, because he has already lost count of how many times he left St. Januarius with a smile crossed his lips. Okay or want more?

domingo, 2 de outubro de 2022

MULHERES NO CORAÇÃO DO PODER

Elas o amam, mas suas tentativas de parceria são poucas e sem o  aporte financeiro das campanhas masculinas   

 Disputara a presidência da república não tem sido um esporte predileto das mulheres brasileiras. Em 133 temporadas de visitas às urnas eleitoras - descontando-se o tempo em que elas eram proibidas de votar e mais 26 viradas de calendário  do período ditatorial dos generais-presidentes -, nesta campanha da hora, pouquíssimas delas  - o Brasil tem 19 mulheres para um homem - estão tentando presidir o país.

 Eleições presidenciais brazucas rolam desde 25 de fevereiro de 1891, quando um colégio eleitoral de senadores e deputados constituintes elegeu o marechal Deodoro da Fonseca, por 129 votos. Em 23 de novembro do mesmo 1891, ele renunciou e o também marechal e seu vice Floriano Peixoto o sucedeu no cargo, no mesmo dia, para ficar até novembro de 1894, data da primeira eleição direta no país e que elegeu Prudente José de Moraes e Barros presidente.

O direito de voto às mulheres veio com o presidente Getúlio Vargas, com o Decreto 21.076, de 1932, que criou a Justiça Eleitoral. Vale ressaltar,no entanto, que elas lutavam pelo direito de votar desde o Século 19.

A partir de 1989, quando o país tomou um “porre de democracia”, se candidataram a chefe da nação apenas... 8 mulheres. Mas só uma chegou ao poder, a mineira Dilma Rousseff, pelo Partido dos Trabalhadores-PT, via o pleito de 2010, com 56,05% dos votos válidos. E reelegeu-se, em 2014, com 51,64% das preferências. Contudo, não completou o segundo mandato, caindo por conta der um empeachment que lhe cobrou irregularidades fiscais.


                                                    Livia Abreu, a primeirona

A primeira mulher brasileira a tentara ser presidente da república foi a advogada mineira Lívia Maria Lêdo Pio de Abreu, pelo Partido Nacionalista-PN, em 1989. Recebeu 180 mil votos e, entre 21 candidatos masculinos, ficou em 16º lugar, com 0,26% dos votos, dispondo de 30 segundos  no horário da propaganda eleitoral ela TV. Mesmo assim, ficou à frente de Eudes Mattar (PLP/0,23%), Fernando Gabeira (PV/0,18%), Celso Brant (PMN/0,16%), Antônio Pedreira (PPB/0,12%) e Manoel Horta-PCdoB/12%) e Armando Silveira (PMB/001%) – Fernando Collor (PRN%) venceu o pleito, em segundo turno, contra Luís Inácio Lula da Silva/PT. Por ordem decrescente de votos, ainda no primeiro turno, ficaram: Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS), Guilherme Afif (PL), Ulysses Guimarães (PMDB), Roberto Freire (PCB), Aureliano Chaves (PFL(), Ronaldo Caiado (PSD), Affonso Neto (PTB), Enéas Carneiro (PRONA)m José Marronzinho (PSP), Paulo Gontijo (PP) e Zamir Teixeira (PC). Desses candidatos, Collor somou 32,47%, Lula 16.60% e Brizola 16,04%. Dos demais pontuados acima de Lívia, suas proporções de votos foram entre 11,19% (passando por 8,60%, 4,70%, 4,60%) a 1,10% - abaixo dela tiveram de 0,86% até 0,01%.      

 Nascida, em 28 de agosto de 1948, em Carangola-MG, Lívia, que já passou por PN (1985-1989), PSC (1990-1995); PHS (1995-2019) e, agora, está no PODEMOS. Em 2006, 2006, ela tentou ser deputada federal, pelo Distrito Federal e pelo Partido Humanista da Solidariedade, mas não se elegeu, Ela não se considera feminista, mas vê o machismo imperando nesse país. Mesmo assim, não acha candidata com proposta agregadora e programa desenvolvimentista. Em 1989, ela recebeu a escolha do seu partido, com surpresa e a certeza de que eu não iria ao segundo turno, porque o seu partido não tinha recursos suficientes para fazer campanha mais agressiva. Antes disso, em 2013, ela tentou criar o Partido do Brasil Forte, baseado em ideias da Escola Superior de Guerra (das Forças Armadas), defendendo, entre outros, voto facultativo, ampliação e defesa dos direitos e deveres da mulher. Sobre Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente do Brasil, esta não mereceu o seu voto, por considerá-la radical e intempestiva.

Graduada em Direito, desde 1981.

    Simone Tebet e Soraya Thronicke refoçam o time das mulheres candidatas-2022 



AS OUTRAS  - Vejamos quem foram (e são) as demais mulheres em busca da presidência brasileira da república:

1 - Thereza Tinajero Ruize, em 1998, era administradora de empresas quando tornou-se a segunda mulher a querer ser a “Poderosa Chefona”. Filiou-se ao mesmo partido que lançara Lívia Abreu e, no primeiro turno,  ficou em 10º lugaro, com 166 mil votos (0,25% dos válidos).

 

2 - Ana Maria Teixeira Rangel, em 2006, era cientista política  e quase não entrou na corrida eleitoral, por ter a sua candidatura impugnada pela sua sigla, o PRP-Partido Republicano Progressista, por ela ter denunciado  corrupção interna, denunciando lhe terem sido pedidos R$ 14 milhões para o seu nome ser o escolhido pela legenda. Ficou em quinto lugar (primeiro turno), com 126 mil votos, ou 0,13% dos válidos.

 

3 - Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho, também, em 2006. Enfermeira e professora, chegou ao Senado, em 1989, com 374 mil votos, ou 22,53% dos válidos. Filiada ao PT, foi a primeira senadora mulher da República, representando Alagoas. Em 2004, foi uma das fundadoras do PSOL, que se uniu a PSTU e PCB para formar o que foi chamado por frente esquerdista para lançar sua candidatura nas eleições de 2006. No primeiro turno, ficou em terceiro lugar, com 6,5 milhões de votos (6,85% dos válidos).

 

4 - Marina Osmarina da Silva Vaz de Lima candidatou-se em 2010, 2014 e 2018. Primeiramente, pelo Partido Verde (PV) e ficou em terceiro lugar com mais de 19 milhões de votos (19,33% dos válidos). Sua segunda tentativa foi no pleito seguinte, substituindo Eduardo Campos (PSB), que havia sofrido acidente fatal. Era a vice da chapa, pelo PRB, repetiu a terceira posição, então com mais de 22 milhões de votos (21,32% dos válidos) Em 2018, concorreu pela Rede Sustentabilidade e ficou na 8º posição, com 1 milhão de votos (1% dos válidos). Antes de disputar a cadeira presidencial,  ocupou vários cargos públicos. Foi vereadora, em Rio Branco-AC (1988), deputada estadual (1990), senadora (1995 e 2011) - o que, aos 36 anos, fez com que ela se tornasse a mais jovem senadora da história do país - e ministra do Meio Ambiente (2003 e 2008).

 

5  - Luciana Krebs Genro, em 2014, concorreu pelo partido que ajudou a fundar, o PSOL. Advogada, no primeiro turno, teve 1,6 milhão de votos (1,55% dos válidos), chegando ao quarto lugar. Antes de disputar a presidência, ocupou cargos políticos no Legislativo, foi deputada estadual (1994 e 1998) e federal (2002 e 2006).

 

6 - Dilma Vana Rousseff, em 2010 e 2014, economista, obteve 47 milhões de votos (46,91%) no primeiro turno de 2010. No segundo turno, levou 55 milhões (56,05%), o que a fez de primeira mulher presidente do Brasil - 36ª da história republicana brazuca. Em 2014, foi reeleita, por 43 milhões de votos (41,59%) no primeiro turno e 50 milhões (51,64%) no segundo. Seu mandato foi cortado, em 2016, por impeachment, e acuação de ilegalidades fiscais.

Dilma, a única eleita


7 -  Vera Lúcia Pereira da Silva Salgado tem 54 anos, é pernambucana, de Inajá, mas desde criança reside em Sergipe, onde empregou-se como socióloga pela Universidade Federal do Estado. Está na política desde 2004, tendo, antes, trabalhado como garçonete, datilógrafa e em uma indústria de calçados - onde aderiu ao movimento sindical. Em 1992, estava na criação do PSTU, surgido de dissidências no PT. Já foi candidata a prefeita, governadora e deputada federal.

8 -  Simone Tebet é senadora pelo MDB e sua lançou a primeira candidatura feminina às eleições presidenciais. Ela tem sempre disputado eleições majaoritárias como "vice" de chapas encabeçadas por nomes mais competitivos. Filha do político Ramez Tebet (1936 - 2006), que foi senador e presidente do Senado (2001 e 2003), Simone tem 51 de idade e já foi deputada estadual, prefeita e vice-governadora em seu Estado, Mato Grosso do Sul. É casada com o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB), com quem tem duas filhas.

 

9  - Soraya Thronicke, nascida na sul-mato-grossense Dourados, é senadora em primeiro mandato e presidente da União Brasil Mulher. Formada em Direito, com MBA em Direito Empresarial e pós-graduada em Direito Tributário e em Direito de Família e Sucessões, começou a atuar em político a partir  movimentos de rua, em 2013. Disputou sua primeira eleição em 2018, pelo PSL-bolsonarista. Antes, era filiada ao Novo. Agora, foi anunciada como candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 pelo União Brasil.

10 - Sofia Manzano, é paulistana e doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP). Aos 51 de idade, além de economista, é professora universitária na Bahia-Sudoeste. Iniciou à militância política pelo Partido Comunista Brasileiro, em 1989, mas só em 2013 passou a participar do movimento sindical de professores. Em 2014, disputou a vice-presidência, pelo PCB. Agora, quer chegar à presidência da república, para fazer reformas na Previdência, na Lei de Responsabilidade Fiscal e no teto de gastos governamental. Casada, toca piano e flauta e é mãe de um filho.

                                                  NO TABULEIRO DAS CANDANGAS

  

Em tempo de eleitor visitar as urnas, política tempera o quebra-jejum


 

“Café com política”. Deveria ser o que as irmãs Sousa e a concorrente Jussara deveriam colocar em uma placa diante de suas bancas de vendas. Todos dias, a partir das quase seis da matina, é o papo que rola, com os chamados “pinhão” (peões de obras) expressando as mais esquisitas análises sobre o momento em que se aproxima a eleição presidencial deste vindouro três de outubro, por ora, apresentando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o atual Jair Bolsonaro  como os favoritos.

- Não volto mais no Lula, porque só deu ‘pata de rato’ no(s) mandato(s) dele. Foi parar na cadeia – expressa um “pinhão”.

- E não tem roubalheira, também, com o Bolsonaro? Até ‘igrejista’ (pastores protestantes) mete a mão na grana – fala Moreno (foto).

E por ali vai rolando o papo, até que a moçada que trabalha pelas proximidades do pistão do Lago Norte começa a sair para os seus afazeres, a maioria  diaristas. Eles se aglomeram em torno dos tabuleiros, formando grupos que, as vezes, chegam a quase 30 pessoas.


- Vendo entre 30 a 40 cafés-da-manhã. Muitos ficam por aqui batendo papo, esperando a hora de começar a trabalhar. Já se acostumaram com isso. Tem gente que diz sentir a minha falta, quando não venho – é substituída por uma das irmãs. Também, sinto falta dos que faltam, velhos fregueses”, revela Sara, que tem o seu tabuleiro na SCLN/10. “Muitos deles passam pela Rodoviária (do Plano Piloto) e deixam pra beber o café aqui comigo, porque se acostumaram com os meus temperos”, acrescenta.

 As meninas dos tabuleiros do pistão do Lago Norte vendem, além do tradicional café com leite - pingado, em Brasília -, fatias de bolos de cenoura e de milho. O de mandioca não é constante. Salgadinhos de massa e o pão recheado por salame, ovo e batatinha frita são sagrados. Também sanduiche de beiju com salame. Um pingado custa RS 2 reais; um pedaço de bolo sai por R$ 3 e um sanduíche  R$ 5. Como os fregueses são velhos amigos, se alguém estiver com o “bolso furado” pode pagar no dia seguinte. “Ninguém já deu o cano (não pagou)”, afirma Bruno, colaborador das meninas do tabuleiro.

 Quando chega a sexta-feira, as vezes, alguns “pinhão” (não trabalham no sábado) perguntam se tem uma pinga pra derrubar antes do quebra-jejum. No entanto, as irmãs Sousa, bem como a Jussara,  não vendem cachaça. “Para o bem deles, pois o patrão, principalmente, se for uma madame, não gosta, já ouvi deles”, justifica Jussara, com uma entregada: “Já vi ‘pinhão’ saindo daqui do ponto, cedinho, pra beber pinga ali na banca de revistas” – bem perto.



 As “meninas do tabuleiro” são filhas de um baiano, de Formosa do Rio Preto. Imputam os seus bom humor para conviverem com os “pinhão” à herança lhe passada pela cadeia genética de Seu Valdécio.  A Ju (Jussara/foto) prefere não revelar familiaridades. “Certa vez, surgiu um probleminha, resolvido de forma que só mesmo baiano resolve: um freguês encomendou um bolo de mandioca, salgado, o que eu nunca havia feito. Saí pra comprar o sal e bati o meu carro. O baiano ficou sem o bolo e, ainda, me ajudou a pagar a despesa da batida, coisa pouca. Indaguei porque ele fazia aquilo comigo, e me respondeu que a sua mulher havia adorado o meu bolo de cenoura e, então, queria um de mandioca, salgado. Ainda segundo o cara, depois que ela provou do meu tempero, nunca mais quis saber do bolo que comprava em uma loja muito frequentado pelas madames do Lago (Norte). De vez em quando, a mulher ordena e ele vem encomendar o mesmo tipo de bolo, dizendo que, se não a satisfizer, vai dormir no canil”, conta.      

  As “meninas do tabuleiro” – Sara, Ana Lúcia, Cristina, Val, Jussara -  pedem para não citar seu nomes e fogem de fotos. A Val foi a primeira das sete a se instalar pela avenida na venda do cafezinho da “pinhãozada”, na esquina da QL-4, o que deu certo e se expandiu até a QL-10. 






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