quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MARANHÃO DO SUL


                                         OS ENCANTOS DE CAROL DO TOCANTINS
Quem desejar se aventurar por pedras e águas, incluída a sensação de se sentir incluído no meio da paisagem geológica da pré-história, não precisa ir muito longe. O destino é Carolina, cidade sul-maranhense que se auto-denomina,com justa razão, de ”Paraíso das Águas”, tal é o grande número de suas cachoeiras, rios e poços convidativos a se chegar e não pretende sair jamais. Todo isso está distante de Brasília cerca de quatro horas de viagem aero-rodoviária, ou a 24 horas de inteira brasilidade, para quem quiser curtir a emoção de deixar o Planalto Central e sair cortando “goiases” e tocantinías”, até aportar nas margens de um grande rio, onde belas praias esperam pelo visitante, para prendê-lo com seus mil e um feitiços, que passam por um excitante sol e vão até um garfo capaz de fazer qualquer mortal cometer o pecado da gula.
A melhor época para visitar Carolina é entre julho e agosto, quando seu verão vive toda a sua glória. Mas tem um detalhe: chegue disposto a fazer dezenas de programas ecológicos inesquecíveis, sem esquecer de levar câmeras filmadoras e fotográficas. Caso contrário, quando relatar o passeio (ou as férias) para os amigos, eles vão dizer que você viajou como turista e voltou como “pescador”, pois sus histórias serão “chocantes”, “iradas”, como falam nossos filhos.
Carolina é servida pela BR-230 e está a 100 km da Belém–Brasília. Por vias aérea, sua porta de entrada é o aeroporto de Imperatriz , servida por vôos comerciais da Varig, Tam, Nordeste e Puma, que partem de Brasília, Palmas (TO), São Luís (MA) e Belém (PA). De Brasília até Imperatriz se gasta 1h30 de vôo. Do aeroporto, o próximo destino, é a Rodoviária da cidade, onde há a opção do tradicional ônibus de linha e das vans, cujos cobradores ficam pelas rededondezas paquerando passageiros. Estas são as preferidas do pessoal do pedaço, pois são mais rápidas, gastando cerca de 3h até Carolina, e fazendo apenas uma parada, na metade do percurso, em Estreito (cidade onde JK inaugurou a sua última obra, para se fazer a tradicional “tirada de água do joelho”. Chegando em Carolina, há vários hotéis e pousadas para se escolher. OS PASSEIOS - Normalmente, o primeiro passeio que os visitantes fazem em Carolina é passar um dia inteiro na praia. Esta fica na margem esquerda do Rio Tocantins, beirando Filadélfia, município tocantinense que tem vida conjunta com “Carol” (na linguagem da juventude), e a travessia é feita por barcos que não levam mais de dois minutos no percurso, ao preço de R$ 2 pela ida e a volta. Os barraqueiros colocam mesas com cadeiras e chapéus de sol dentro do rio, e o mais é só alternar banhos com o consumo da cervejinha gelada (ou refrigerantes e água de coco) e as delicias dos tambaquis, caranhas e pacus fritos, servidos com farinha torrada e cebola. Uma pedida dessas fica entre R$ 10 e 15 reais. No entanto, pode-se começar o passeio também pela Ilha dos Botes, distante oito km do centro de Carolina e onde há dunas e paisagens esperando por fotografias que vão deixar os seus amigos cheios de inveja.
Para se tornar um ilhéu pega-se um táxi ou aluga-se um carro na cidade, por cerca de R$ 60, mesmo preço cobrado pelas duas empresas de turismo locais, a Expedição e Moropoia. Na beira do barranco da margem direita do “Toca”, toma-se um barco para se curtir muito sol e água azulzinha, mas isso só até a segunda semana de agosto, quando termina a sua temporada de verão da ilha. Se o passeio for feito pela Expedição, ele incluirá uma visita ao encontro das águas dos rios Tocantins e Manoel Alves, cujas margens contam com casas típicas dos “ ribeirinhos”. Mas o bicho pega mesmo é quando o sol começa a se por e emoldura um quadro incrível com Morro do Chapéu ao fundo. Para os europeus, “a mais bela paisagem da região”.
Na rota das cachoeiras, as mais belas são as de São Romão e da Prata. Este, no entanto, é um passeio só recomendável a quem tem muito espírito de aventura, pois são três horas e meia de muita emoção por estradas onde só passam carros com forte tração nas quatro rodas, tipo Toyotas e D-20. Mas uma parte do percurso é feito por asfalto, margeando a Chapada da das Mesas, onde se observa um aspecto de pré-história. Um dos pontos mais interessantes é a Torre da Lua, formação rochosa vertical muito requisitada por artistas plásticos e fotógrafos especializados em cartões postais.
Os morros do Gavião Preto, onde há um autêntico “show room”de ninhos deles, e da Figura, onde há pedras nos formatos de galinha, jabuti e de dedo, marcando o início das emoções reservadas pela Cacheira da Prata. Bem pertinho dela faz-se um rapelzinho em cabo de aço pelo vizinho Rio Farinha. Depois, passa-se no meio de uma rocha e descortina-se o espetáculo da natureza, que oferece também uma piscina natural para boas braçadas, como também ocorre na Cachoeira de São Romão. Nesta, há uma trilha por entre rochas que permite atravessá-la por trás do “véu da noiva”. No final da trilha, o comitê de recepção é um bando de andorinhas descrevendo os mais diferentes planos de vôos.
Também no rol dos “programas de pedra e quedas d’água” há as cachoeiras gêmeas do Rio Itapecuru, distante 30 km do centro de Carolina, e Pedra Caída, quase na mesma distância, ambas também oferecendo piscinas naturais para banhos. Na primeira opção há um arco-íris desafiando fotógrafos que precisam ter muita intimidade com a refração das águas, enquanto a outra oferece um espetáculo inusitado. As águas despencam do alto de uma pedra que, de tanto beijada, terminou furando. Nas duas áreas há restaurantes e cabanas para quem quiser dormir por lá.
Não se pode deixar de conhece também o Poço Azul, com águas cristalinas, distante uma hora do centro de Carolina. É impossível alguém ir lá e não querer mergulhar num azul que se revela mais bonito ainda nas fotografias. Pra completar o passeio, dá-se uma esticada até a queda d’água de Santa Bárbara, onde o turista vai escalar rocha e fazer rapel como aquecimento para o banho. Realmente, muitas emoções.ONDE FICARA cidade é servida por vários hotéis, pousadas e dormitórios, que aceitam cheques e cartões de crédito. Chegando-se na estação rodoviária de Carolina, onde os taxistas sabem os horários de chegadas de todas as linhas de ônibus, é só pedir para levar a um desses estabelecimentos. Não precisa nem citar endereço. Na praça principal da cidade, por exemplo, há dezenas de pousadas, que cobram por volta de R$ 40 a 60 pela diária. Como os táxis não têm taxímetro, normalmente uma corrida entre a rodoviária e os hotéis ficam por volta de sete reais. Os principais são: Hotel Lírio (0xx) 99 – 3531-2386
Hotel Terrinha Palace - 3531-3765
Pousada dos Candeeiros – 3531-2243 e 3524-6280
Pousada Hotel da Chapada – 3531-2436
Pousda La Paloma – 3531- 8316
Dormitório Monoserra – 3531-2239
COMO FAZER PASSEIOS- Há duas empresas de turismo em Carolina, Expedição e Moropoia, que levam os turistas a seis excursões pela região chamada de Serra da Mesa – Cachoeiras de São Romão e da Prata; Santa Bárbara e Poço Azul; Itapecuru; Dodô e Mansinha, e Pedras Caída e Furada. Os preços, por pessoa, variam entre R$ 30 a R$ 60, mas o almoço fica por conta do turista, bem como o preço das travessias de barco e as taxas do Ibama, coisas de R$ 2 a R$ 3 reais. A Moropoia e a Expedição ficam na mesma rua, Duque de Caxias, e seus proprietários são tão amigos que, quando lotam seus carros, colocam os excedentes nos do concorrente. Na mesma rua, ao lado do Hospital do INSS, há o chamado “Pau da Mentira”, uma árvore frondosa onde taxistas e outros motorista que alugam carros passam o dia esperando passageiros. Eles cobram mais ou menos os mesmos preços das empresas de turismo, que também recorrem a eles quando não atendem à demanda. Se o carro alugado for a óleo diesel, o quilömetro rodado sai por $ 1,50, mas uma boa choradinha pode aliviar o bolso.

CAROL DO MARASUL- Carolina tem este nome em homenagem à imperatriz Carolina Josefa Leopoldina, a primeira esposa de D. Pedro I, filha do imperador da Áustria. A cidade surgiu do antigo povoado de São Pedro de Alcântara, que existia desde 1809 e expandiu-se a partir de 1832, quando muitas famílias convergiram para lá, fugindo dos índios, principalmente os das tribos kraô, canela e gavião. Por sinal, tais índios eram caçados pelos bandeirantes, que os usavam na tentativa de descobrir ouro. Foi um desses bandeirantes, Elias Ferreira Barros, que elevou o povoado à categoria de cidade, em 1859, e passou à história como seu fundador.
Hoje, o povo de Carolina luta ,junto com mais de 40 municípios, pela criação do Estado do Maranháo do Sul, o que é visto na região como a grande saída para o desenvolvimento regional. Seguramente, este será um tema que o visitante ouvirá muito nas conversas pelas praias, bares, restaurantes e praças locais, inclusive por parte da chamada “galera jovem”, que chama a sua terra de “Carol”, nome muito lido nas fachadas de empreendimentos comerciais. Não é propaganda: Carol é de encantar.