domingo, 31 de julho de 2022

EVA, A PRIMEIRA MULHER SEM NOME

Imagem reprouzida de Wikipedia - agradecimento 

   Esta é uma história com enredo para o teatro e o cinema, tendo a mocinha que a inspira por atriz. Tudo começa quando ela sonha repetir nas  telas a sua idolatrada canadense Norma Shearer, trocando o interior pela capital. Na verdade, mais pesadelo do que sonho, pois teve que dormir em diferentes camas até o destino levá-la para palácios e os braços do povo.  

 Sem muito sucesso, tanto no teatro como no cinema, a mocinha, no entanto, deslanchou como radioatriz. E, como há, sempre, aquele dia em que o destino escolhe para aprontar das suas, rolou de um militar armar uma “festa do cabide” para um chegado seu traçar uma atriz famosa. Como a tal não topou, e ele, que se dava bem – diziam - com a mocinha que queria ser Norma Shearer, levou-a pro “rala e rola”, qwuasndo o cara com quem ela ficou traçou e gostou. Tornaram-se amantes, por quase duas virada de calendário - e depois se casaram.

 Rola a bola e o amante, que era um coronel e dirigente governamental muito amado pelos trabalhadores, estava destinado a ser “o cara” da nação. Os militares odiavam a sua amante, pelo fato de ser atriz, o que consideravam pouquíssimo para o tamanho da envergadura política do colega de caserna. Também, por conta dos seus cabelos oxigenados que faziam lembrar prostitutas - tornara-se loira por exigência do papel de um dos seus personagens no cinema.

 Rola mais a bola, e o coronel, apaixonado que estava pela atrizinha – ele era viúvo e tinha uma amante adolescente – decidiu-se casar-se com ela, a sonhadora que gostaria de repetir os grandes papéis de uma atriz canadense naturalizada norte-americana. Para casar-se, no entanto, era preciso da certidão de nascimento, o que ela pediu a uma maninha providenciar na cidadezinha do interior onde morara. Mas qual não foi a surpresa da moça ao ser informada, pelo tabelião de que a sua irmã não existia?

Ela foi famosa, poderosa e passou pela vida sem usar o seu verdadeiro nome

Sem problema! Filha de pai banido que abandonou a mãe (com cinco filhos) e foi demitido do serviço público municipal, acusado de meter a mão no que não era dele, a moça usou um documento falso  para desposar um coronel.

Resumo da ópera: a mocinha, que esperava ser Eva María Duarte, como a mãe a apresentava, teve a certidão falsificada, trocando Eva Maria por Maria Eva, pois, em um país tão católico como o dela, o nome da mãe de Jesus Cristo vinha em primeiro lugar. Mais: o falsificador sumiu com o Ibarguren do sobrenome da mãe dela e como ela fora registrada, pois a mocinha casadoira preferia ser Duarte, já que, como atriz, fora Eva Duarte. E o seu documento de casada lhe fez de Maria Eva Duarte de Perón, reduzido para Eva Perón, após ser primeira-dama, e como exigia que os bacanas lhe chamassem. Para a pobreza, o povão, queria ser só Evita.

Enfim, Eva não teve como evitar de ser a mulher mais adorada pelo povo argentino e, politicamente, a mais poderosa, de todos os tempos. O presidente Juan Domingo Perón lhe deu tudo o que quis. Menos um nome der verdaer, pois o seu de verdade ela nunca o quis.

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