segunda-feira, 24 de maio de 2021

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - ELAS DEIXRAM AS MARCAS DO BATOM NA PISTA

O automobilismo, em Brasília, teve pressa. Começou quando a modalidade era coisa só pra homem. Mas ELAS não deixaram por menos e, também, entraram nesse emocionante circuito. Com o Brasil tendo uma nova capital, criou-se os Mil Quilômetros de Brasília, nome tirado da distância aproximada entre a antiga capital (Rio de Janeiro) e a nova, e a primeira prova foi disputada no 21 de abril, data inauguração da cidade homemageada.

                               Liliane Oliveira usou"batom" em altíssima velocidade
 

Já que os homens pegavam no volante e corriam pelas ruas de Brasília, porque as mulheres não poderiam. Também, fazê-lo? Então, o Automóvel Clube do Brasil e o Volks Club de Brasília decidiram convocá-las a viver grandes emoções. A primeira inscrita para uma prova só com ELAS, em Brasília, foi Helena Cordovil, que motivou Joana Lowell, Lídia Tavares, Ivone Marta Alvaro, Ivone Moura, Ena Palhano, Maria do Carmo Vasconcelos, Ema Bulhões e Maria Castelo Branco Sampaio a seguirem-na. Todas trabalhavam na Câmara dos Deputados e só cinco conseguiram correr - Lídia, Joana, Ena e Maria Castelo tiveram defeitos nos seus carros e nem largaram, no festivo primeiro dia de julho daquele mesmo 1962, quando a primeira-dama e Brasília, Elba Sette Câmara, fez a bandeirada para 15 voltas entre avenidas e trevos do Eixo Monumental.

Foram 35 minutos e 14 segundos de prova, em 54 quilômetros percorridos, com vitória de Ivone Marta, de 20 de idade,  com o Volkswagen (nº1), à média de 92 km/h. Durante a  sexta volta,  Helena Cordovil  teve a quebra do eixo partido do seu Dauphine (nº3) e Ivone Moura, pilotando, também, um Dauphine (nª2), parou, sendo necessário a ajuda de assistentes para  empurrar o carro e tirá-lo do local perigoso à passagem das demais pilotos. A classificação  final ficou sendo: 1ª Ivone Marta (Volkswagen nº1; 2ª) Ivone Moura (Dauphine nº2); 3ª) Helena Cordovil (Dauphine nº3); 4ª) Ema Bulhões (Dauphine nº5) e 5ª) Maria do Carmo (Volkswagen nº7). 

BATOM NA PISTA – Pela década-1970, Brasília teve emoções  maiores, com mulheres ao volante de carros mais potentes. Pilotos colocaram esposas, noivas, namoradas e amigas na pista, em preliminar de etapa do Campeonato Brasiliense de Turismo Força Livre, com elas guiando modelos Passat, Opala, Maverick, Chevete, Fiat e Porsche.

Tereza Guaraciaba foi uma das pioneiras nas corridas de automóveis entre ELAS

 A primeira Corrida do Batom foi em 1976. Na citada acima, a vencedora chamou-se Liliane Oliveira, com um Maverick Quadrijet, seguida por Marcia Machado, num Opala 250S,  Tereza Guaraciaba, outra que usou Maverick Quadrijet, e Beth Castro, usando um Corcel. O Veteran Club e Brasília, também, prestigiou as mulheres, promovendo provas em seu estacionamento, com cones em pontos que exigiam perícia das pilotos. As três primeiras feras da primeira prova do clube foram: Meire (vencedora e esposa de Anelito), com um Passat LS, seguida por Renata Pereira, de Karmann Ghia TC; Marissa Andrade, com um Puma, e Magda Ferreira, de BMW Cabriolet.

 

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