domingo, 14 de novembro de 2021

O DOMING É UMA MULHER BONITA - HONEYCHILE RYDER, 1ª BOND GIRL

    Ursula Andress em fotos/divulgação por www.007museum.com

Uma das cenas mais famosas do cinema das últimas cinco décadas tem a atriz sueca Ursula Andress saíndo da água,  roubando conchas na ilha Krab Kay.
 Ela vivia o personagem Honeychile Ryder, do filme O Satânico Doutor No, que a tem por par romântico de James Bond, na história do  escritor inglês Ian Fleming, primeira cinematográfia do agente 007.
 Ursula, nos seus 27 de idade (hoje, com 84), estava, realmente, chocante. No livro ela não surge vestida, usando biquini branco, aos olhos do Bond, mas de costas e nua, carregando apenas uma faca no cinto e conchas nas mãos. Foram muito felizes o diretor, o roteirista, enfim, quem teve a ideia de mudar a cena e exibir uma deusa dourada caminhando diante da câmera filmadora.
 A Honey, com Bond a chama, perdera os pais, aos cinco de idade, e passara a ser criada pela empregada do casal. Morando em uma fazenda de cana-de-açúcar, ela é alfabetizada pela protetora e aprende, com os bichos, todos os segredos deles. Os alimenta e lhes dá local para viverem quando não podem ficar pelos canaviais. 
Sorte a dela, pois os trabalhadores que chegavam tentando força-la faz sexo fugiam ao vê-la com cobras pelo pescoço. Achavam-na uma feiticeira. O chefe deles, no entanto, não aceitando ser recusado, quebrou-lhe o nariz, com um tremendo soco que a deixou desacordada. Do que ele se aproveitou para desvirgina-la.
 Haney, no entanto, se vinga. Convoca as suas amigas aranhas negras, espera o estuprador dormir, chega até a cama dele e manda as terríveis venenosas fazerem o serviço para ela. E o cara vai acertar as contas com Satanás.
 Antes de ser capturada, juntamente com o Bond, pelos homens do dono da ilha, Honey ajuda o parceiro a se salvar de uma caçada por um pântano, ensinando-lhe a respirar usando canudos de bambu debaixo d´água. Depois, conta-lhe da sua vida e da sua atividade de roubar e vender conchas marítimas, e o surpreende, revelando planejar trocar tal ofício pelo de prostituta, por ter lido em revistas que estas ganhavam bom dinheiro nas grandes cidades fora da Jamaica.
 Se ela precisava de muita grana para arrumar o nariz entortado pelo estuprador, entende que não seria vendendo meresias que juntaria o necessário. Bond, porém, fala das desvantagens que ela teria pela frente, sobretudo a corrupção policial e a sabedoria dos agentes do sexo.
 Rola a historia, a Honey se afeiçoa ao Bond e este evita fazerem sexo, considerando aquele um momento inadequado. Ela, então, cobra dele a promessa de fazerem isso assim que a oportunidade segura surgisse.
 Quando eles são capturados e levados ao Doutor No, durante jantar em que o anfitrião oferece-lhe Caviar double de Beluga e Sorbet ou Champagne, o bandidão conta como pretende mata-los. A ela caberia ser devorada por carangueijos gigantes. Terrível! Mas tanto um quanto o outro escapa do pior e Bond é que mata o sujeito.
 Ian Fleming, evidentemente, não deixaria o seu leitor decepcionado pela falta de uma transa entre o par romântico do seu livro. De jeito nenhum!
Reprodução de capa de DVD
 Na volta da dupla a Kingston, após a Honey cuidar dos estragos na pele que o parceiro sofrera durante fuga da bandidagem, ela prepara algo para comerem - maionese, pão e manteiga. Que pobreza em relação ao desjejum servido pelo Doutor No - ovos mexidos sobre torradas; fatias de toucinho defumado; rim grelhado; salsichas inglesas suínas; torradas quentes;  pãezinhos esquentados e mantidos dentro de guardanapos; geleia de laranja, morango e mel, além de suco de abcaxi e café.
 Enfim, garfos e talheres à parte, terminado o rango, Honey brinca de sentir-se participante obrigada de tremenda e louca aventura não constante de sua agenda. E cobra do Bond a promessa de fazerem sexo: em pagamento por trabalho escravo - belíssima imagem literária de Fleming para encerrar a emocionante história.  

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