domingo, 21 de setembro de 2025

A MÁQUINA DE BRASÍLIA

                      

 

Eu e o colega Octávio Bonfim tínhamos três dias de folgas acumulados no Jornal de Brasília e, como aquele, com quem eu fazia a coluna Decálogo (notas que a gente catava no Congresso Nacional e nos Ministérios) convidou-me para ir a uma festa em um clube da Tijuca – acho que Tijuca Atlético Clube -, negociamos, com o editor do Caderno de Leituras, Cláudio Lysias, ir ao Rio de Janeiro fazer uma página sobre o atentado a Carlos Lacerda, em 195.., do qual o “Bonfa” quase foi testemunha – depois conto este barato – para só voltarmos na noite de terça-feira.

Viajamos pela noite da sexta-feira e à tiracolo levamos junto as nossas esposas – Maria (minha) e Mary Ann, a norte-americana resultante dos 13 years que o “Bonfa”  passara em Washington sendo correspondente do carioca Jornal do Brasil. Como a segunda-feira seria um feriado, deixamos para fazer a matéria na terça. Nos hospedamos na casa de um irmão do Bonfim e, no sábado, enquanto as nossas mulheres saíram com a cunhada do meu colega para irem a cabelereiro, eu e ele passamos o dia calorento nos vingando dos filamentos de mercúrio dos termômetros mais bebendo cerveja do que o que  o resto. À noite, ele tinha visita a fazer à casa da sua grande amiga Martha Rocha - primeira Miss Brasil, em 1954 -,amizade surgida quando o “Bonfa” fora o assessor da revista O Cruzeiro durante os dias que antecederam o concurso. Inclusive, fora dele a ideia de a baiana dizer durante a entrevista com as candidatas que era fã do poeta ...., que estava no júri.

 Durante a visita, a visitada fora muito simpática, achara a Maria “linda”, como a definira, e eu a informei de que ela, também, havia sido miss -  Maranhão do Sul. Os maranhenses  do sul tentam dividir o Estado, como Mato Grosso o foi, e lutam para que o projeto do Senador Edson Lobão seja aprovado no Congresso Nacional  -, também, Garota Verão do Rio Tocantins, em uma dessas programações de verão, desfilara modas,  em sua cidade – Carolina – e mordia uma graninha  como garota-propaganda do Departamento de Publicidade e Arte do Jornal de Brasília. Rolou uma boa empatia entre as duas - aa Martha já era velha amiga da Mary Ann.

 No domingo, pela manhã, fomos para a festa, da Martha Rocha era uma das patronesses do “Domingo Rubroanil”, o nome da festa beneficente do  Tijuca Atlético, ou Tênis Clube, em prol de lar de velhinhos do bairro. As  mulheres compravam bustier de uma das duas cores e os homes camisetas.  Como a Mari Ann escolhera o vermelho – escolhido, também, pela Martha - a Maria ficou com o azul.

Enquanto as programações rolavam,  eu e o “Bonfa” desaparecemos das nossas mulheres, “em benefício de geladinhos copos de chope” que comprávamos assim que um terminava – o irmão dele bebeu um copinho (e olhe lá), mas nós bebemos por ele. Além de Martha Rocha outros famosos participaram da festa, atraindo tijucanos – entre os que me lembro, os cantores Carlos José, que tinha “Queria” por um dos seus grandes sucessos e cantou na festa, Carminha Mascarenhas, uma das Rainhas do Rádio, e o radialista José Messias, autor de “Minha História de Amor” , um dos maiores sucessos dos inicios de Roberto Carlos nos tempos do iê-iê-Iê.    

Lá pelas quatro, cinco da tarde quando a moçada debandava, eu  acionei a minha câmera ... comprada na alemã Stuttgart, munida de teleobjetiva, grande moda na época, e fui fotografando a  Mary Ann, a cunhada  do Bonfim, as mulheres com as quais a Maria havia feito a praça e os amigos do irmão do “Bonfa”. Por último, cheguei para a Martha Rocha pedindo:

- Conterrânea! Xô tirar uma foto sua com a Maria.

Para minha surpresa  - ou por brincadeira dela, pra me agradar -, respondeu:

- Você vai tirar foto de uma velha dessas do lado de uma máquina de Brasília?

Martha Rocha era pintora, tinha vários quadros dela nas paredes de seu apartamento, no Rio de Janeiro. Como devia ao  “Bonfa” um quadro pintado por ela, o colega, que me devia várias rodadas de cerveja derrubadas quando saíamos da redação do jornal (nunca me pagava a parte dele)  propôs que a eterna Miss Brasil pintasse uma tela pela foto dela com a minha mulher para me agradar). Ficou combinado de que eu lhe mandasse a foto, mandei-a e Martha pintou esta imagem que você vê acima.

Quanto a matéria sobre o atentado ao Carlos Lacerda, só a fiz na véspera do Caderno de Cultura ser diagramado, com o Lysias  cobrando o tempo todo. O “Bonfa” não me ajudou a escrever uma linha e, ainda, me cobrou pagar uma cervejinha depois do fechamento da página, que você vê ai no meio do texto – beleza! Quem tem os amigos sacanões que eu tenho, precisa de inimigo pra quê?.     

 

  

 


 

domingo, 14 de setembro de 2025

A VOVÓ XERIFONA

                                                        Conto para Pipo Boy.

O Prefeito andava muito preocupado com a má fama que a sua cidade vinha ganhando,  por conta do mau comportamento dos meninos, que gritavam na calçada da Igreja quando o Padre estava celebrando a missa, ou quando as velhas senhora rezavam o terço. E o pior: falavam palavrões, bem alto, pelas ruas. Muitas senhora já abandavam o tradicional hábito de sentarem-se à porta de casa pelos finais de tarde, para não ouvir a boca suja deles.

Para acabar com aquele desvario, o Prefeito convocou a Vovó Maria, que era durona,  e propôs-lhe a missão de corrigir a meninada mau educada. Ela topou e o Prefeito a nomeou Xerife da cidade.

 Poucos dias depois de suas nomeação, a Vovó Maria flagrou dois meninos trocando muros  em frente à Igreja. Chegou, parou, olhou e gritou para os dois pararem, cobrando deles o motivo daquilo:

- Foi porque ele me chamou por  Mané Cubu – respondeu um deles.

- Lhe chamar por Mané Cubu não é desfeita nenhuma, pois ele é um patrimônio da cultura de nossa cidade, o congadeiro mais  antigo. Não é porque ele já está velho, desengonçado, que você deve repudiá-lo – falou a xerifona que, de repente, se viu cercada daqueles meninos que não perdiam uma confusão.

 Diante do bom número de garotos - entre 12 e 13 de  idade, a Xerife falou pra eles:

 - Quero prepor uma porfia pra vocês acabarem com tanta bagunça nesta cidade. Topam?

- Fale o que é? – respondeu um deles.

- Vocês vão cortar algumas varetas no mato e vamos fazer uma disputa de saltos aqui. Quem saltar mais alto, entrego de presente uma camiseta muito bonita, com a figura da padroeira Nossa Senhora Santana.

Ôôôôôbbbaaa! – gritaram, uníssonos, os meninos, que cortaram as veretas no mato e montaram os quadrados para saltarem.

A disputa, em frente à Igreja, foi uma festa, e a camiseta agradou tanto a meninada que todos queriam ganhar uma. A Xerife prometeu arrumar um patrocinador para fabricar muitas delas, sob o compromisso de ninguém mais fazer bagunça. 

O Armazém Caçula patrocinou as camisetas,  os meninos passaram a se  comportar bem. As famílias voltaram a sentar à porta de casa, pelos finais de tarde, e o Padre e as beatas nunca mais reclamaram da gritaria na porta da Igreja, quando estavam rezando.

 Problema resolvido, o Prefeito chamou a Xerifona ao seu gabinete, condecorou-a com uma estrela ara colocar no peito de suas blusas, mas ela preferiu pedir demissão do cargo.

- Já cumpri a minha obrigação com a cidade, Prefeito!

-Valeu, Xerifona! – agradeceu ele.

    

  

 

 

  

domingo, 7 de setembro de 2025

HAT-TRICK

  1 - Carlão era o líder da turma da rua e, por conseguinte, quem comandava o time de futebol da rapaziada. Eles disputavam partidas contra equipes das vizinhanças e nunca sobrava uma vaguinha para o Korcino, ainda que fosse nos últimos minutos da pugna, com a moçada vencendo, folgadamente. Os outros da equipe achavam que fosse implicância do seu líder com o rapaz, mas ele sempre saia com a explicação de que o carinha “era ruim demais de bola, um verdadeiro reforço do adversário”.  E levava todos na conversa. O pior, porém, era que o muito calmo Korcino não reclamava e ficava quietinho calado, na reserva, em todos os jogos, sem nenhuma perspectiva de rolar a pelota.

Um dia, o sempre caladão Korcino indagou ao Carlão porque ele não o deixava jogar. Ouviu: "No dia em que você fizer um hat-trick durante um treino, lhe mando pro jogo" - respondeu.

Hat-trick! O que seria aquilo? Korcino nunca ouvira alguém falar semelhante palavra. Também,  não fora perguntar a ninguém sobre aquele barato estranho. Como o Carlão falara de “hat-trick durante um treino”, logo, só poderia ser coisa do futebol, intuiu.

 Korcino  comprou uma edição da revista paulistana A Gazeta Esportiva, pra ver se encontrava algo sobre hat-trick , e estava lá: "Um hat-trick, ou hat trick, significa três gols em uma partida do futebol atual. O termo surgiu em 1858, pelo críquete, quando HH Stephenson salvou a sua turma por três vezes consecutivas (e ganhou dos fãs, por presente, um chapéu). Na imprensa, quem primeiro o usou foi o Chelmsford Chronicle, em 1865. Depois, outras modalidades o adotaram, sendo que no futebol não precisa serem três vezes consecutivas. Por exemplo, em 1958, durante a Copa do Mundo, Pelé tornou-se o mais jovem hat-tricker, marcando três tentos na final, diante da Suécia (Brasil 5 x 2).

 Semanas depois de descobrir o que seria hat-trick, Korcino encontrou-se, pelas ruas da cidade, com um amigo que morava por perto de sua casa - em uma outra rua -  e que lhe convidou para substituir, no time que ele comandava, um garoto que havia se mudado pra longe. Claro que topou. Antes de iniciar os treinos como a  sua nova turma, ele conseguiu, com um amigo  que trabalhava para o Canal 100 (passava nos jornais da tela dos cinemas), assistir 22 gols dos filmes de quatro encaçapadas do Santos Futebol Clube  durante o Torneio Rio-São Paulo de 1961: 5 x 1 Vasco da Gama; 7 x 1 Flamengo: 4 x 2 Botafogo e 6 x 1 América-RJ.  

 Graças à ajuda do amigo que trabalhava no cinema, Korcino conseguiu memorizar bem as jogadas dos gols de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe (foto), o arrasador, impiedoso  ataque  santista. Treinou-as no quintal de sua casa, mas não as exibiu durante nenhum treino junto com os seus novos companheiros. Queira executá-la só quando estivesse craque, como nos lances admirados. Após assistir os filmes dos lances geniais dos gols santistas, por sugestão do amigo cinematográfico do Canal 100, um bom ouvinte Korcino comprou a carioca Revista do Esporte, pra saber, pela sessão Súmula,  quem eram os demais atletas do Santos naquelas quatro encaçapadas.  E leu:

02.03. 1961 - Santos 5 x 1 Vasco da Gama - Torneio Rio-São Paulo, no estádio do Pacaembu-SP, assitido por calculados 11.500 torcedores, que pagaram Cr$ 1.789.900,00 pra assisatir gols marcados por  Coutinho, Dorval, Mengálvio, Pepe e Zito, descontando Lorico para os vascaínos, que foram goleados por: Laércio; Mauro (Formiga), Dalmo, Fioti; Calvet e Zito; Dorval (Sormani), Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. VASCO: Miguel; Paulinho de Almeida, Bellini,.Brito  e Coronel; Écio e Lorico; Sabará, Delém, Pinga (Wilson Moreira), e Da Silva. Técnico: Martim Francisco.

11.03.1961 - Santos 7 x 1 Flamengo - Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ.Juiz: Olten Aires de Abreu-SP. Público: Publico: 90.218 pagantes. Renda: Cr$ 6.675.580,00. Gols: Pepe, aos 22; Pelé, aos 31, 49 e, 64; Henrique Frade, aos 53; Dorval, aos  55; Pepe, aos 57; Coutinho, aos 51. SANTOS: Laércio; Dalmo, Mauro (Formiga) e Fioti (Feijó); Zito (Urubatão) e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula (Luís Alonso Peres).  FLAMENGO: Fernando; Joubert, Bolero e Jordan; Nelinho (Jadir) e Carlinhos; Joel, Gerson, Henrique (Luis Carlos), Dida e Babá (Germano).Técnico: Fleitas Solich.

01.04.1961 - Santos 4 x 2 Botafogo - Torneio Rio-São Paulo. Estádio: do Pacaembu-SP. Juiz: Público: cerca de  15 mil pagantes. Renda: Cr$ 1.520.500,00. Gols: Pelé (2), Coutinho e Dorval, com Edson e China fazxendo os dos botgasfoguenses. SANTOS: Lalá; Dalmo (Dorval), Mauro, Calvet e Fiote (Jorge); Zito (Urubatão) e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Sormani), Pelé e Pepe. Técnico: Lula. BOTAFOGO: Ernani; Cacá, Zé Carlos e Chicão; Pampolini e Nilton Santos; Garrincha, Édson, Amarildo (Amoroso), China e Zagallo. Técnico: Paulo Amaral.

10.04.1961 - Santos 6 x 1 América. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: da Vila Belmiro, em Santos-SP. Juiz:  Armando Marques-RJ. Público: Renda: Cr$ 992.050,00. Gols:: Pepe (3), Coutinho, Pelé e Urubatão; Antoninho (Ame). SANTOS: Lalá; Dalmo, Formiga, Calvet (Getulio) e Jorge; Urubatão e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Zoca), Pelé (Sormani) e Pepe. Técnico: Lula. AMÉRICA-RJ: Ari; Milton, Djalma Dias e Ivan (Jaílton); Amaro e Leônidas; Calazans, Antoninho, Quarentinha (Helio Cruz), João Carlos e Nilo (Fontoura). OBS: Zoca, irmão de Pelé, perdeu pênalti, aos 86 mninutos, quando o placar era Santos 6 x 1. Único jogo de Zoca (Jair Arantes do Nascimento) ao lado do irmão Pelé. Totalizou 15 vestidas da camisa santista, a maioria como reserva, até junho daquele 1961.

2 -  Fazia perto de três meses que Korcino havia debandado do time da sua rua para o da rua próxima de sua casa. Sempre, ele entrava nas partidas, pois era acordo da rapaziada todos atuarem, pelo menos, por 30 minutos de cada amistoso. O importante, para eles, não era vencer, mas todos se divertirem. Assim, ele ia pegando ritmo, se entusiasmando. Lá pelas tantas, Korcinoo foi avisado de que o prélio do domingo que viria seria contra o seu ex-time. Ficou na dele. Veio a partida e o Carlão  líder dos adversários aproximou-se dele, que estava entre os reservas, e sacaneou: "Viu! Não adiantou trocar de time. Você nasceu pra assistir os amigos jogarem".

Korcino só ouviu, não respondeu à provocação. Rolou a bola e o primeiro tempo foi duro, sem gols, com equilíbrio total. Aos 35 do segundo tempo, Korcino foi pro jogo. Marcou três golaços, bem ao estilo dos que havia assistido nas quatro goleadas assistidas nos filmes dos espetaculares lances santistas. A cada gols que ele marcava,um incrédulo Carlão assumia  ar de alma do outro mundo. Olhava-o comemorando, com os novos companheiros, sem entender nada. Quando o juiz apitou final de partida, chegou pro Korcino e falou:

 - Estava escondendo o jogo, hem cara!

- Pois é! Atora, dizizcondi – respondeu, também, sacaneando.

           Inicio às 18h18 de 24.09.20254 (quarta-feira) e final às 20h10 de 24.09.2025    

domingo, 24 de agosto de 2025

MARIA FOTOS/VASCODAGAMA





 
Acima, Vasco 3 x 0 Botaogo, em  10.11.1957; abaixo, Vasco 1 x 0 Flamengo, em 14.12.1952 











domingo, 13 de julho de 2025

CLEIDE ALVES COM RENATO E SEUS BLUE CAPS

 

Cleide Alves – Twist, Hully Gully & Cleide Alves

Label:

RGE – XRLP-5.243RGE – XRLP 5.243

Format:

Vinyl, LP, Album, Mono

Country:

Brazil

Released:

May 1964

Genre:

Rock

Style:

Rock & RollPop Rock
A1Hully Gully Do Guarda
A2Cara De Pau
Written-By – Janete AdibRoberto Carlos
A3Surpresa De Domingo
Written-By – Erasmo CarlosRoberto Carlos
A4Mamãe Acha Que É Normal
Written-By – Erasmo CarlosRoberto Carlos
A5Por Toda A Vida
Written-By – Erly MunizHélio Justo
A6Estou Ficando Louca
Written-By – Edson Ribeiro
B1Beijo Quente
Written-By – Erasmo CarlosRoberto Carlos
B2Como Eu Balanço (Guarda Come Dondolo)
Lyrics By – Rossi*
Lyrics By [Portuguese] – Hélio Justo
Music By – Vianello*
B3Sugar Shack
Lyrics By [Portuguese] – Erasmo Carlos
Written-By – F. Voss*K. McCormack*
B4Brotinho Transviado
Written-By – Erasmo CarlosRoberto Carlos
B5Vai Embora, Meu Amor
Written-By – Paulo César*Rossini Pinto
B6Broto Malvadinho
Written-By – Ed Wilson (7)

domingo, 8 de junho de 2025

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA: "MONA LENA", UM QUADRO DE LEONARDO DA VINCI

   A tela La Gioconda, de Leonado da Vinci, era apenas uma das muitas do artista, até ser roubada do parisiense museu do Louvre, pelo vidraceiro  italiano Vicenzo Peruggia, em 1911. Para os estudiosos, era inferior, tecnicamente, por exemplo, a Dama com Arminho, em que Leonardo retrata Cecília Galerani, amante de seu protetor Ludovico Sforza, Duque de Milão. No entanto, a notícia do roubo, atiçou a curiosidade dos franceses e o restante da história todos conhecem.

Tela pintada por volta de 1515

  La Gioconda já encorporou várias modelos sugeridas por pesquisadores, mas concluiu-se que o mais provável é que ela tenha sido Lisa Gherardini, esposa do comerciante florentino Francesco del Giocondo - daí, Gioconda. Mais: a Lisa passou à história como Mona Lisa, mas a Mona foi uma neta dela, como  prenome no diminuitivo de madona, que sigifica senhora

   Depois de La Gioconda ter viajado no tempo, por cinco séculos, em 2005, surgiu mais uma boa discussão: Leonardo não seria o autor da tela Maria Madalena, pintada por volta de 1515, mas o seu colaborador Giampietrino (Giovanni Pietro Rizzoli). A discussão surgiu porque o sujeito  pintava madonas e Madalenas, e à época da retomada do estilo greco-romano nas artes e na literatura (Renascimento), muitos pintores aderiram ao nu feminino, tendo Santa Madalena por uma das modelos de inspiração, pois desde 591 Depois de Cisto era vista como prostituta, por conta do Papa Gregório I assim torná- la durante um sermão de Páscoa – só em 1969, o Papa Paulo VI acabou com tal história.

https://decorem.com.br/leonardo-da-vinci


 Na pintura de Da Vinci, um dos seu seus poucos nús, Madalena aparece com os seios de fora, segurando um véu branco transparente, usando ao pescoço colar e olhando para cima

As semelhança com La Gioconda, estudadas por especialistas em Da Vnci, derrubam a tese de autoria por Giampietrino, invocando, sobretudo, a expressão facial, a atmosfera mística das (duas mulheres) e a técnica do sfumato, ausência de bordas nítidas, criando efeito de transição suave entre luz e sombra.

La Gioconda, medindo 77cm de altura, por 53cm de largura, está na França porque foi levada pra lá peio próprio Leonardo, que a vendeu para o rei Carlos I. Da sua parte, Maria Madalena, medindo 58cm x 45 cm, faz parte de coleção particular – bem que esta versão  poderia ser a  Mona Lena. Confere?