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O gaúcho Saulzinho e o paulista Célio formaram a maior dupla atacante do Vasco da Gama da década-1960. Juntos, andaram perto dos 200 gols, quando se jogava bem menos e não havia preocupações com estatísticas. Asssim, a pesquisa para este livro encontrou 192 partidas, com 103 gols para Célio - 25, em 1963; 29, em 1964; 32, em 1965, e 14, em 1966 -, e 87, em 172 partidas de Saulzinho - é por aí! Eles se conheceram durante o Torneio Pentagonal do México, em 1963, quando o treinador vascaíno era Jorge Vieira e a formação em que atuaram conquistou o titulo.
Depois do SuperSuper- 1958, o máximo que o Almirante havia conseguido sem esses dois fora um vice-campeonato estadual, em 1961, junto com Flamengo e Fluminense, perdendo, no entanto, nos critérios do desempate técnico.
Para reviver as histórias vascaínas desses dois goleadores viajei, de Brasília até a gaúcha Bagé, onde reside o tchê Saulzinho, e até a paraibana João Pessoa, onde residia o Célio. Vamos, então, correr atrás deles, sendo que, em algumas fichas técnicas não aparecem árbitros, públicos e nem rendas que não foram encontradas. Nessas fichas, gols de adversários, nem pensar!
Gustavo Mariani
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1 - O GAROTO DOS PAMPAS
Revelado pelo Guarany Futebol Clube, da gaúcha Bagé, o centroavante Saulzinho tornou-se vascaíno com a responsabilidade de confirmar ter saído de terra fáabricante de feras, como haviam demonstrado Candiota, Martim Silveira, Calvet, Tupãzinho e Dareci Menezes, entre outas feras.
Principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, com 18 gols, em 24 jogos, Saulzinho iniciou a sina de matador, por volta dos 12, 13 de idade, num areião onde agora fica a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em sua cidade, disputando campeonato interno, durante as manhãs de domingo. Aos 15, como juvenil, já jogava e fazia gols pelo time profissional do Bagé, rival do Guarany. Aos 17, tornou-se protagonista de um caso incomum. Era 1955 e o Conselho Nacional de Desportos-CND deparou-se com um juvenil disptuado por dois clubes (gaúchos). Levou uma temporada para decidir, deixando-o sem jogar. Por causa daquilo, primeira vez, ouviu-se falar der Saulzinho, no Rio de Janeiro, onde ficava a sede a entidade governamental. Estava escrito, porém, que, futuramente, se falaria bastante dele.
Saul Santos Silva foi apelidado por Saulzinho a fim de fugir de não ser confundido com o defensor Saul Mujica. Ele levava muito trabalho para os zagueiros da Liga de futebol sua terra desde as disputas de 1954, vestindo a camisa do time juvenil do Grêmio Esportivo Bagé, com o qual tinha contrato de gaveta. Atrevido, quando lançado no time A, em seu primeiro jogo, naquela mesma temporada, contra o Nacional, de Porto Alegre, marcou um gol de bicicleta. Na temporada seguinte, o Guarany Futebol Clube, grande rival do Bagé, o roubou, tornando-o um índio, como jogador do clube alvirrubro era chamado.
Valera muito, para o Guarany, brigar por Saulzinho. Como provara o tamanho da sua bola jogada durante a a decisão do Campeonato Municipal Bageense de 1956. Ele marcou o único gol de uma das partida que valera o título, além de ter infernizado a vida dos zagueiros rivais durante o outro jogo decisivo e que o seu time escreveu alvirrubros 4 x 1, aumentando a rivalidade iniciada em 1918 - só em 1937, quando o a taça foi do Grêmio Sportivo Ferroviário, a dupla Ba-Gua não levara o título a Liga.
Em 1958, mais uma vez, Saulzinho ajudou o Guarany a ser campeão citadino. Com time renovado, do qual só restava Éden, Bataclan, Max Ravaza e Luiz Silva, ele teve por colega de equipe Raul Donazart Calvet, que viria a ser um dos maiores quarto-zagueiros do futebol brasileiro da década-60, defendendo o Santos, de Pelé.
Sulzinho começou a tomar o destino do Rio de Janeiro durante amistoso entre Guarany e Internacional, de Porto Algere, em 19 de abril de 1960, no Estádio Antônio Magalhães Rossel (patrono do Guarany), o Estrela D´Álva (nome da casa do, desde 4 de janeiro de 1960). Ele tinha tudo para não ir embora. Dos 4 x 2 mandados pelos índios sobre um time fortíssimo para os padrõs do então futebol gaúcho, não marcara nenhum gol e nem merecera elogios do treinador colorado Francisco Duarte Junior, o Teté.
Este amistoso, coincidentemente, foi no Dia do Índio - 19 de abril de 1960. Apitado por Flávio Cavendini, teve renda de Cr$ 78 mil 110 cruzeiros e João Borges (3) e Naninho marcando os gols alvirrubros begeeenses - Paulo Vecchio (2) fez os dos colorados porto-alegrenses. O Guarany alinhou: Célio; Saul Mujica, Danga e Augusto; Solis Rodrigues e Sílvio; Ivo Medeiros, Naninho, Saulzinho, Sérgio e João Borges.
Tempos depois, já era Martim Francisco o treinador do Inter. Saulzinho, com 1m,69cm de altura, nada recomendável para um centroavante, agradava muito ao chefe do time colorado. Então, pediu a contratação dele, quando já estava no Vasco da Gama. De cara, o presidente cruzmaltino Alah Batista negou-lhe o pedido, dizendo se tratar de "jogador igual a tantos outros oferecidos ao clube". Sorte de Saul que o seu diretor de futebol, João Silva, dera ouvidos ao treinador e, em março de 1961, por Cr$ 2,3 milhões de cruzeiros, negociou, com o presidente do Guarany, Paulo Barcelos da Silveira, a compra do seu passe, por preço superior ao que o Almirante havia pago por Pinga (José Lázaro Robles, que se tornara grande ídolo da torcida cruzmaltina). Na transação, Saulzinho embolsou Cr$ 500 mil cruzeiros, de luvas, e salário de Cr$ 20 mil mensais. Levou, ainda, Cr$ 690 mil cruzeiros, de gratificação, do Guarany.
Até fevereiro de 1966, Saulzinho ficou por São Januário obtendo média de gols superior à do Rei Pelé, em disputas estaduais. Chegou no 1º de abril de 1961 e, no seu primeiro treino, marcou três tentos, jogando pelo time time reserva, que tinha o forte e alto (1m82cm) zagueiro Brito (Hércules Brito Ruas) espanando quem pintasse pelo seu pedaço. Deixo muito boa impressão para João Silva, industrial forte, dono das Carrocerias Metropolitana.
Saulzinho, garoto interiorano no meio de famosos cobrões vascaíno, vivia uma nova realidade, bem diferente dos seus velhos tempos de 12, 13 de idade, quando rolava a bola no areião da igreja citada acima. Dali, levou com ele para São Januário a raça dos gaúchos da época da colonização brasileira, quando os seus patrícios passavam mais tempo guerreando contra os invasores espanhois do que vivendo em paz. Ele era, também, um guerreiro decidido a vencer no futebol carioca e que viajou para o Rio de Janeiro, indagando-se: se, com 15 de idade, juvenil, fazia gol pelo time profissional do Bagé, porque não repetiria tudo onde portas poderiam lhe abrir para um grande futuro? Enturmou-se, rápido, com a rapaziada de São Januário, vendoi o quanto a concorrência pela camisa 9 seria árdua, ainda mais devido a saudade da torcida pelo artilheiro pernambucano Vavá (Edvaldo Izidio Neto, negociado com o Atlético de Madrid, deixando em sua história vascaína 191 gols, entre 1952 e 1958. Teria que lutar muito para ganhar a disputa pela vaga de titular, com Wilson Moreira, Javan, Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) e Itajubá.Fundado, em 19 de abril de 1907, o Guarany Futebol Clube nasceu na Praça de Matriz de Bagé, criado por João Guttemberg Maciel, Viriato Bicca Nunes, Cervantes Perez, Secundino Maciel, Francisco Sá Antunes, Manoel Berruti, Carlos Martins Peixoto, Lucidio Garrastazu Gontan, Carlos Garrastazu e Gonzalo Perez. A maioria dos seus títulos (21) é do Campeonato Citadino (municipal), tendo os maiorais sido as conquistas dos Campeonatos Gaúchos de 1920 (primeiro de equipe interiorana estadual) e de 1938. Em 1926 e em 1929, o clube voltou a brilhar, sendo vice-campeão-RS. Em 1958, a rapaziada esteve, novamente, nas finais da temporada estadual, mas não levou. Uma nova taça só viria em 1999, no Estadual da Terceira Divisão. Em 2007, ganhou a Seunda Divisão e voltou à elite do futebol dos pampas, após 25 anos nas divisões inferiores. Voltou, porém, a ser rebaixado, em 2008. Vejamos algumas histórias do clube:
Guarany-1960, da esquerda para a direita, em pé: Mujica, Sílvio, Solis, Danga, Célio e Augusto; agachados, na mesma ordem: Eusébio, Ivo Medeiros, Saulzinho, Sérgio e João Borges, reproduzidos de saulzinho70.blogspot.com.br
1 - O Guarany já teve duas revelações disputando Copas do Mundo: o meio-camapista Martim Silveira, em 1934 e em 1938, cobrão do Botafogo, e o lateral-esquerdo Branco, ídolo da torcida do Fluminense e campeão, em 1994, nos Estados Unidos – disputou, também, as Copas de 1986 e de 1990.
2 - Os maiores goleadors índios foram Max (129 gols) e Picão (125). Saulzinho calcula ter feito cerca de 90. Se tivesse demordo mais, acredita que poderia teria batido o recorde de Max, levando em conta os mais de 80 tentos feitos com a camisa cruzmaltina.
3 - Em 1956, o Guarany foi campeão municipal, vencendo o Bagé, nas finais, por 1 x 0 e 4 x 1. Time-base: Éden, Rubens e Bataclan; Mário, Nadir Gonçalves e Ninha; Carlos Calvete, Max Ravaza, Saulzinho, Luiz Silva e Luiz Carlos (Porquinho).
5 - Campeões estaduais, em 1958: Salvador Rubilar; Bira, Sílvio, Calvet e Ataíde; Danga e Célio; Calvet I, Max, Juarez, Solis Rodrigues e Saulzinho. O Guarany foi o campeão, vencendo, por 1x0 (duas vezes), 2x1, 4x1 e 3x1, perdendo por 2x1 (duas vezes), além de empatando, por 1 x 1. O grupo campeão teve: Haroldo Campos, Éden, Bira, Danga, Bataclan, Sílvio Scherer, Athayde Tarouco, Raul Calvete, Humberto Camacho, Juarez, Max Ravaza, Saulzinho, Solis Rodrigues, Ivan Ravaza, Gitinha, Luiz Silva e Juca.
6 - Em 1960, um grandioso resultado foi Guarany 4 x 2 Internacional, de Porto Alegre, no Estádio Estrela D´Alva, em 16 de abril, em Bagé. Apitado por Flávio Cavendini, com renda de Cr$ 78.110,00, teve o Guarany alinhando: Saul Mujica, Danga e Augusto; Solis Rodrigues e Sílvio; Ivo Medeiros, Naninho, Saulzinho, Sérgio e João Borges. O Inter: Silveira, Zangão, Osmar e Louro; (Gago (Kim) e Barradinhas; Osvaldinho, Ivo, Diogo, Paulo Vecchio, Vilmar e Alfeu (Deraldo). João Borges, aos 24 e aos 42 minutos do 1º tempo, e aos 42 do 2º tempo, marcou para os índios, que teve gol, também, por Naninho, aos 30 da 1ª etapa; Paulo Vecchio, aos 24 do 1º, e aos 47 minutos do 2º tempo, anotou para os colorados.
7 – Ao deixar o Vasco da Gama, na metade da década-1960, Saulzinho voltou a jogar bola em Bagé, e seguiu artilheiro. Em 18 e 25 de junho de 1967, nos dois clássicos pelo torneio citadino, fez o gol de Guarany 1 x 0 Bagé. No segundo, marcou o da virada Guarany 3 x 2. Em 1970, durante o inédito hexa do Guarany, ainda rolva a pelota.
3 - VASCAÍNO
O Vasco da Gama iniciou a temporada-1961, em quatro de janeiro, disputando o Torneio Internacional de Verão e ficando nos 2 x 2 São Paulo-SP, no Maracanã. Quatro dias depois, caiu por 1 x 2 Corinthians, no paulistano Pacaembu. No dia 10, venceu o primeiro jogo da temporada, 1 x 0 Flamengo, no Maracanã.
Passados quatro dias, saiu para disputar o Torneio de Verão, o da Argentina. Em 14 de janeiro, levou 0 x 2 Boca Juniors, em Buenos Aires. Recuperou-se passados oito dia, com 2 x 1 River Plate. A seguir, rumou para a uruguaia Montevidéu e disputou mais um Torneio Internacional de Verão. No dia 21, queda por 1 x 2 Cerro, no Estádio Centenário, seguido de 1 x 1 Nacional-URU, no mesmo estádio, no dia 24. Em 27 de janeiro, voltou à Argentina e mandou 3 x 0 Quilmes, em Mar del Plata. Por fim, no dia 29, goleou Combinado de Mar del Plata, na mesma cidade, por 5 x 0.
De volta ao Brasil, a Turma da Colina jogou amistoso, em oito de fevereiro, no Maracanã, com o espanhol Real Madrid, um dos times mais fortes do mundo, empatando, por 2 x 2, sob arbitragem do argentino Juan Brozzi, auxiliado por Alberto da Gama Malcher e Eunápio de Queirós, diante de 122.038 pagantes, embora a imprensa calculasse mais de 140 mil presentes, gerando renda - Cr$ 21 milhões, 395 mil, 2650,00 cruzeiros - recorde na América do Sul. Del Sol, aos 14, e Canário, aos 15m30seg do primeiro tempo, abriram vantagem para os espanhóis, que cederam o empate, na segunda etapa - Casado (contra), aos 7, e Pinga, cobrando pênalti, aos 17 minutos, bateram na rede, com o Almirante sendo: Humberto Torgado (Miguel), Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Orlando; Sabará, Delém, Wilson Moreira (Da Silva), Lorico (Waldemar) e Pinga, o time vascaíno pré-Saulzinhque e que encarou: Dominguez; Marquitos (Miche), Santamaría (Zagarra) e Casado; Vidal e Pachin; Canário, Del Sol, Di Stefano (Pepillo), Puskas e Gento).
Quando Saulzinho desembarcou em São Januário, vivia-se uma época sem preocupações com estatísticas. Mas ele se lembra, com precisão, do seu primeiro gol vascaíno:
- Foi nos 3 x 1, contra o América-MG, um amsistoso, em Belo Horizonte. Pouco depois, iniciamos uma excursão à Europa, recordou sobre o 5 de maio de 1961, sob o comando do treinaor Martim Francisco.
No entanto, o primeiro jogo dele com a camisa cruzmaltina havia rolado no 16 de abril daquele mesmo 1961, entrando no decorrer o prélio, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo, em Vasco 2 x 0 Corinthians, com o árbitro Armando Marques expulsando de campo três corintianos. Seis dias depois, foi titular, em Vasco 0 x 1 Palmeiras. Depois desses dois jogos oficiais, participou de amistoso no feriado de 1º de maio, em Recife, nos 2 x 1 Santa Cruz-PE. Confira as fichas técnicas dos primeiros Vasco da Gama de Saulzinho:
16.04.1961 (domingo) – Vasco 2 x 0 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Armando Marques-RJ. Renda: Cr$ 1 milhão, 130 mil e 700 cruzeiros. Gols: Roberto Pinto, aos 36 e aos 39 minutos do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Da Silva, Wilson Moreira (Itajubá), Lorico (Saulzinho) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.
22.04.1961 (sábado) – Vasco 0 x 1 Palmeiras. Torneio Rio–São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Wilson Lopes de Souza-RJ. Renda: Cr$ 683 mil cruzeiros. Gol: Russo (contra), aos 5 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho (Joel), Bellini, Barbosinha e Russo; Écio (Lorico) e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Wilson Moreira (Da Silva) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.
01.05.1961 (segunda-feira) - Vasco da Gama 2 x 1 Santa Cruz-PE. Amistoso, em uma segunda-feira, no Estádio Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, apitado por Argemiro Félix de Sena. Sem público e renda divulgados, Cunha marcou os dois gols vascaínos, aos 18 e aos 20 minutos do primiro tempo, virando o placar para esta formação que o técnico Martim Francisco mandou ao gramado: Ia; Joel, Brito, Barbosinha e Russo (Edílson); Écio (Laerte) e Maranhão; Sabará (Da Silva), Cunha, Pacoti (Saulzinho) e Pinga.
05.05.1961 (sexta-feira) - Vasco da Gama 3 x 1 América-MG. Amisotoso, em uma sexta-feira, no Estádio Otacíio Negrão de Lima, mais chamado por Estádio da Alameda, em Belo Horizonte, rendendo Cr$ 458 mil, 350 cruzeiros, sem público divulgado. Também, vitória com virada de placar, construída por Pacoti,aos 10, e Cunha, aos aos 30 minutos do primeiro tempo, e por Saulzinho aos 43 do segundo. Martim Francisco escalou: Ita; Joel, Brito, Barbosinha e Edílson; Laerte (Nivaldo) e Maranhão; Da Silva, Cunha (Saulzinho), Pacoti e Pinga.
4 - PRIMEIRA EXCURSÃO
O primeiro grande giro do Saulzinho vascaíno em jogos amistosos começou pelos dois últimos citados no capítulo anterior - Vasco da Gama 2 x 1 Santa Cruz-PE e Vasco a Gama 3 x 1 América-MG. Continuou (07.05.1961) por 0 x 0 Uberaba, no Estádio Garibaldi Pereira, mas na cidade paulista de Igarapava-SP, com ele entrando, novamente, no decorrer a partida, seguida (10.05) por novo empate com o mesmo adversário, 2 x 2, no Estádio Boulanger Pucci, em Uberaba, apitado por Aírton Veira de Morais, famoso no futebol carioca e apelidado por Sansão. Confira as fichas técnicas:
07.05.1961 - Vasco da Gama 0 x 0 Uberaba-MG, no Estádio Garibaldi Pereira, em Igarapava-SP, apitado por Aírton Vieira de Moraes. VASCO: Miguel; Joel Felício, Brito, Edilson e Barbosinha; Laerte e Maranhão (Ivaldo); Da Silva, Cunha, Pacoti (Wilson Moreira) e Pinga (Saulzinho).
10.05.1961 - Vasco da Gama 2 x 2 Uberaba-MG - no Estádio Boulanger Pucci, em Uberaba, com nova arbitragem por Aírton Veira de Morais. Gol gols vascaínos marcados por Laerte, aos 3, e Cunha, aos 9 minutos. VASCO: Ita (Miguel); Joel Felício, Brito, Edílson e Barbosinha; Laerte e. Maranhão e Barbosinha; Da Silva, Saulzinho, Pacoti (Cunha) e Pinga.
Tinha, portanto, Saulzinho atuado em duas partidas oficiais e em quatro amistosas – Vasco 2 x 0 Corinthians; 0 x 1 Palmeiras; 2 x 1 Santa Cruz; 3 x 1 América-MG e 0 x 0 e 2 x 2 Uberaba - quando partiu para a sua primeira excursão ao exterior. Entre maio e julho daquele 1961, atuando em estádios europeus e africanos, ele marcou 12 dos tentos por formações comandadas pelo treinador Martim Francisco. Confira:
27.05.1961 – Vasco 2 x 0 Saint Pauli-ALE. Estádio: Millerntor, em Hamburgo-ALE. Público. 9.000 torcedores. Gols: Pinga, aos 18, e Roberto Pinto, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho e Pinga.
30.05.1961 – Vasco 3 x
2 Alemannia Aachen-ALE. Estádio: Tívoli, em Aachen-ALE.
Público: 25.000. Gols: Pacoti, aos 14, e Pinga ,
aos 43 min do 1º tempo e aos 16 do 2º tempo. VASCO:
Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto
Pinto, Saulzinho e Pinga.
01.06.1961 – Vasco 11 x 0 Combinado Trondheim-NOR. Estádio: Lerkendal Stadion, em Trondheim-NOR. Gols: Pacoti, a 1; Sabará, aos 3; Pinga, aos 12 e aos 20; Saulzinho, aos 25 e aos 35 min do 1º tempo; Sabará, aos 5 e aos 8; Saulzinho, aos 18, Roberto Pinto, aos 25, e Laerte, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho (Russo), Bellini (Brito), Barbosinha e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Maranhão); Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga (Da Silva).
04.06.1961 – Vasco 10 x 0 EIK-NOR. Local: Toensberg-NOR. Público: 8.000. Gols: Roberto Pinto, aos 24; Sabará, aos 27; Pacoti, aos 43, e Saulzinho, aos 45 min do 1º tempo. Pacoti, aos 2; Roberto Pinto, aos 10; Laerte, aos 16; Lorico, aos 19 e aos 22, e Saulzinho (pen), aos 37 min do 2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho, Bellini (Brito), Barbosinha (Russo) e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Lorico); Sabará (Da Silva), Saulzinho, Pacoti (Maranhão) e Pinga.
06.06.1961 – Vasco 2 x 0 Combinado Skeid/Lyn-NOR. Local: Oslo-NOR. Gols: Pacoti, aos 19, e Roberto Pinto, aos 40 min do do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga.
11.06.1961 – Vasco 4 x 1 Frem-DIN. Estádio: Idreatsparken, em Copenhagen-DIN. Gols Saulzinho, aos 25 e Pinga, aos 41 min do 1º tempo; Pinga, aos 35, e Saulzinho, aos 43 min do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoty e Pinga.
14.06.1961 – Vasco 4 x 1 Combinado IFK/AIK-SUE. Local: Malmöe-SUE. Público: 9.000. Gols: Pinga, aos 16; Lorico, aos 20; e Saulzinho, aos 44 min do 1ºT; Lorico, aos 27 min do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva.
18.06.1961 – Vasco 4 x 2 Dalarna-SUE. Local: Borlänge-SUE. Gols: Saulzinho, aos 10; Sabará, aos 13; Pinga, aos 26, e Saulzinho, no 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga. Em texto sobre este jogo e o goleador Saulzinho, o www.kikedabola.blogspot.com.br escreveu:
O CARA - Chegado, em São Januário, dois meses antes da excursão, o centroavante Saulzinho (foto) mostrava que trocara o Guarany, da gaúcha Bagé, paraar a saudade que a torcida vascaína sentia de Vavá, o campeão mundial na Copa do Mundo de 1958, negociado com o espanhol Atlético Madrid. Saulzinho começou a carreira pelo time juvenil do Bagé. Mudou-se, depois, para o rival Guarany. Em 1956, marcou o único gol na partida contra o ex-clube, conquistando o título do campeonato municipal. Em 1958, sagrou-se vice-campeão gaúcho. Ao Vasco, custou, em 1961, Cr$ 2,3 milhões de cruzeiros. Deu retorno ao investimento, em 1962, sendo o artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols. Porém, uma distensão na virilha o impediu de brigar pela vaga de parceiro de Pelé na Copa do Mundo daquele ano.
21.06.1961 – Vasco 8 x 1 Bodens BK-SUE. Estádio: Bjorenasvallen, em Boden-SUE. Público: 5.841. Gols: Roberto Pinto, aos 4; Lorico, aos 7 e aos 33; Roberto Pinto, aos 42 min do 1º tempo; Saulzinho, aos 14; Roberto Pinto, aos 16 e aos 28, e Lorico, aos 33 min do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga. OBS: jogo inaugural do estádio.
27.06.1961 –
Vasco 1 x 1 Combinado Hammarby/Djurgarden-SUE. Estádio: Olímpico de
Estocolmo-SUE. Gol: Roberto Pinto, aos 26 min do 1º
tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico;
Sabará, Saulzinho, Roberto Pinto e Pinga.
29.06 – Vasco 1 x 0 Norkïoping-SUE. Local: Noirköping-SUE. Público: 11 mil. Gol: Pinga, a um minuto. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga.
02.07 – Vasco 5 x 1 Sundsvall-SUE. Local: Helsingborg-SUE. Gols: Lorico (2), Laerte, Sabará e Pacoti. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga.
05.07 – Vasco 0 x 3 Porto-POR. Estádio das Antas, no Porto-POR. VASCO: Miguel: Paulinho de Almeida (Russo), Brito, Barbosinha e Edílson; Laerte e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Da Silva.
OBS: Saulzinho não atuou no primeiro e nos três últimos jogos da excursão - 21.05.1961 - Vasco 1 x 1 Kickers, em Offenbach, na Alemanha; 29.06 – Vasco 1 x 0 Norkïoping-SUE; 02.07 – Vasco 5 x 1 Sundsvall-SUE e 05.07 – Vasco 0 x 3 Porto-POR. Seus gols ficaram assim distribuídos: Vasco 11 x 0 Trondheim-ALE (3); Vasco 10 x 0 EIK-NOR (3); Vasco 4 x 1 Frem/DIN (2); Vasco 4 X 1 AIK/AIK-SUE (1); Vasco 4 x 2 Dalama-SUE (2); Vasco 8 x 1 Bodens-SUE (1). Ele passou por três treinadores naquela temporadas-1961. Martim Francisco deixou São Januário, após esta excursão, sendo substituído pelo antigo zagueiro cruzmaltino Ely do Amparo, que ficou no cargo, até 29 de agosto, quando o repassou para Paulo Amaral, que permaneceu até o final da temporada, em dezembro.
5 - O CRAQUE DA CAPA
Embora tivesse voltado de excursão internacional com 12 gols na conta, só em dezembro Saulzinho tornou-se figura de capa de revista. Foi prestigiao pela Revista do Esporte - Nº 145, de 16 de dezembro de 1961.
Entrevistado pelo repórter Deni Menezes – e fotografado por Jurandir Costa -, ele disse não ter ido para o futebol carioca a fim de ficar famoso e jurava não ser tão vaidoso. Explicava-se, indagativo: "Vim para o Rio (de Janeiro) porque não poderia deixar fugir a excelente oportunidade que me apareceu para melhorar a minha vida, financeiramente. Sou profissional. Não acham que estou certo?"
Saulzinho garantia ter encontrado bom ambiente e camaradagem, em São Januário, e, com aquilo, tornado fácil a sua aclimatação em um novo ambiente. E garantia que ser vascaíno era um seus grande sonhos. "Sempre tive muita admiração pelo grêmio cruzmaltino, por suas vitórias, títulos e famosos craques, justificava" pela matéria na qual dizia que Grêmio-RS e Internacional, também, o queriam.
Quanto à sua forma de jogar, declarava preferir receber bolas rasteiras e elogiava a qualidade dos lançamentos do volante Écio Capovila. Indagado se esperava ser ídolo da torcida do Vasco da Gama, respondeu: "Muitas vezes, o jogador rende bem, apresenta bom futebol, mas os torcedores não o candiddatam a ídolo".
Seguro, Saulzinho prometia muita luta para seguir titular absoluto e, "com muitos gols, tornar-me o novo ídolo da grande torcida vascaína, em todo o Brasil". Jurava não ter sabor especial por vitória sobre algum time, mas deixava escapar que ganhar de Fluminense, Botafogo, "é ainda melhor e merece ser comemorado", principalmente por "receber elogios e ganhar bicho gordo e moral para os jogos seguintes".
O desejo de Saulzinho, de ser ídolo em São Januário, coincidia com o da diretoria vascaína, de ter novos jogadores de grande cartaz, para o clube voltar a ter a popularidade de antes, pois só viam o zagueiro Bellini com força no coração da torcida, embora Pinga, em final de carreira, Sabará, Écio e Pacoti, também, tivessem muitos admiradores.
O pior para os cartolas da Colina era verem o Santos, de Pelé, e o Botafogo, de Garrincha, ocupando o lugar que pertencera ao Vasco, entre 1945 a 1952, quando os grandes talentos do futebol nacional, invariavelmente, tomavam o destino de São Januario. Não fora a toa que, antes da entrevista de Sulzinho a Deni Menezes, um outro repórter da Revista do Esporte - Milton Salles – publicara a manchete: "Vasco precisa de novos ídolos" - Nº 122, de 8 de julho de 1961.
A vaga de ídolo da camisa nove vinha tornando-se um problemão, para o Vasco da Gama, porque o cearense Pacoti, com muita fama no futebol pernambucano, onde fora buscado, mesmo voluntarioso e rompedor, não dera a respostas esperada. Custara caro e terminou sendo repassado, barato, à Portuguesa Santista. Com aquilo, tentou-se improvisar o meia Roberto Pinto no comando do ataque. Também, sem sucesso. A próxima tentativa foi com Cabrita, tirado do Bonsucesso e saudado como um "novo Vavá". Até fez boas partidas, mas envolveu-se em um caso esquisito com um dirigente e foi negociado. Um outro que não vingou foi Wilson Moreira, de bom nível técnico, mas, para os torcedores, sem a raça e o vigor físico que eles tanto admiravam no pernambucano Edvaldo Izídio Neto, o Vavá. Até mesmo Delém, que chegara à Seleção Brasileira, não fora visto como o substituto ideal para Vavá.
Enfim, quando treinava o gaúcho Internacional, de Porto Alegre, o técnico Martim Francisco gostara muito do centroavante do Guarany, de Bagé, que gremistas e colorados já estavam de olho. Pediu a contratação daquele garoto, de 23 de idade, mas encontrou a resistência do chefão vascaíno Allah Batista, como contou à Revista do Esporte - Nº 285, de 22 de agosto de 1964: "O presidente disse que Cr$ 2 milhões de cruzeiros para contratar o Saulzinho seriam mal empregado, pois o tinha como mero jogador bonzinho, e iguais a ele o Vasco estava cheio”
A resposta de Saulzinho foi ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca-1962. Embora medisse só 1m67cm de altura, aquilo não o preocupava, diante da ceerteza de encarar zagueiros altos e fortes. Foi o que ele garantiu a uma outra edição, na qual voltou a merecer capa da Revista do Esporte- Nº 122 - 8 de julho de 1961. A semanária apostava nele, afirmando que, na luta contra os zagueirões altos, dentro da área, Saulzinho compensava o que lhe faltava com boa colocação e impulsão. Fato visto durante os jogos vascaínos, que faziam os seus repórteres concluírem que o gaúcho supria “a falta de alguns centímetros na altura com muita disposição e entusiasmo para a luta”. De sua parte, ele afirmava que, para ser um ponta-de-lança, “não seria preciso ser nenhum gigante”.
Em seu período cruzmaltino, Saulzinho pegou pela frente marcadores dotados de quase o dobro da sua massa física, entre outros, Luís Carlos (Fla); Procópio (Flu); Mário Tito (Bangu); Flodoaldo (América); Nésio (Olaria); Augusto Macarrão(Portuguesa-RJ); Geneci e Guilherme (Campo Grande) e Zé Carlos Gaspar (Botafogo), bem como becões do times paulistas como Mauro Ramos (Santos); Djalma Dias e Waldemar Carabina (Palmeiras); Cláudio e Eduardo (Corinsthians), entre outros. Sem respeitar centimetragens, Saulzinho encarava quem tivesse pela frente. Por isso, chegou a marcar até três tentos em algumas partidas.
Em seu primeiro Campeonato Carioca, Saulzinho foi treinado pelo ex-zagueiro vascaíno Ely do Amparo. Terminou vice-campeão, empatado com os flamenguistas, que fizeram os mesmos 30 pontos dos vascaínos, 12 a menos do que os campeões botafoguenses, em 25 jogos. Naquela temporada, ele disputou 14 prélios oficiais – marcou três gols – contra América, Bangu e Fluminense – e mais dois pelo Torneio Rio São Paulo. Somados aos 12 tentos da excursão à Europa e à África, e mais um do amistoso contra o América-MG, totalizou 15, em 26 compromissos, à média de 1,7 por partida.
O Campeonato Carioca-1961 teve um turno classificatório, com 12 times jogando pelo sistema todos contra todos. Depois, mais duas etapa, do mesmo molde, sem Bonsucesso, Canto do Rio, Madureira e Portuguesa, eliminados na primeira fase. Daquela, o Vasco saiu em segundo lugar, com cinco vitórias, quatro empates e duas quedas, em 11 refregas, marcando 16 e sofrendo seis gols. Fez os mesmos 14 pontos do Flamengo, mas teve uma derrota a menos. No turno final, com 14 confrontos, em dois turnos, a pontuação cruzmaltina (16) igualou-ser à rubro-negra e a do Fluminense, oito degraus a menos do que o subido pelo Botafogo. Mas o time teve mais vitórias (7) do que Fla (6) e Flu (5), e empatou menos (2), contra (4) igualdades rubro-negras e (6) tricolores. No entanto, perdeu mais (5). O Fla (4) e o Flu (3) foram melhores neste iten, o que, pelo critério técnico, deixou a equipe de Saulzinho em quarto lugar.
A Turma da Colina desperdiçou cinco pontos em jogos contra os considerados pequenos Olaria e Bangu, que lhe derrubaram, e empatou com o mesmo Olaria e o São Cristóvão. Nos clássicos, só venceu um, contra o Flamengo, do qual perdeu duas vezes. Ainda empatou duas e perdeu uma, para o Flmuinese, enquanto diante do Botafogo caiu em duas e empatou em uma outra partida.
6 - CAMPEONATO CARIOCA-1961
Primeira temporada disputada por Saulzinho pelo Vasco da Gama:
09.09.1961– Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Airton Vieira de Morais. Público: 58.299. Renda: Cr$ 2.092.078,00. VASCO: Miguel (Humberto), Paulinho de Almedia, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
16.09.1961– Vasco 0 x 1 Bangu. Estádio: da Rua General Severiano. Juiz: Valdemar Meireles. Renda: Cr$ 666.820,00. Gol: Durval, aos 7 min. VASCO: Ita, Paulinho de Almeida, Brito e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Javan, Roberto Pinto, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
21.09.1961 - Olaria 0 x 3 Vasco. Estádio: da Rua General Severiano. Juiz: Airton Vieira de Morais. Renda: Cr$ 351.200,00. Gols: Sabará, aos 17 min do 1º tempo: Sabará, 46 e Lorico, aos 87 min. VASCO: Ita; Joel Felício, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Saulzinho, Lorico, Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.
30.09.1961- Vasco 1 x 0 América. Estádio: Maracanã. Juiz: Waldemar Meireles. Renda: Renda: Cr$ 796.617,00. Gol: Saulzinho, aos 53 min. VASCO: Ita; Joel Felício, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Lorico, Saulzinho Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.
04.10.1961- Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 449.065,00. Público: 14.924. Gol: Saulzinho, aos 22 min. VASCO: Ita (Miguel); Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo.Técnico: Paulo Amaral
08.10.1961- Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 1.381.440,00. Público: 15.937. Gols: Saulziho, os 43 min do 1º tempo; Paulinho, 57, e Jaburu, aos 75 min. VASCO: Miguel; Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.
14.10.1961– Vasco 0 x 3 Flamengo. Estádio Maracanã. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ Público: 69.778. Gols: Gérson, aos 7, e Henrique, aos 10 e aos 86 min. VASCO: Ita; Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
01.11.1961 - Vasco 2 x 2 Nacional-URU. Estádio Centenário, em Montevidéu, amistosamente. Gols: Bellini, aos 32, e Saulzinho, aos 43 minutos, ambos do 1º tempo. VASCO: Ita (Miguel); Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio (Nivaldo) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Pinga (Da Silva). Técnico: Paulo Amaral.
12.11.1961- Olaria 1 x 1 Vasco. Estádio: da Rua Bariri. Juiz: José Monteiro. Renda: Cr$ 430.060,00. Gols: Teotônio, aos 40 min do 1º tempo, e Nelson, aos 90 min. VASCO: Miguel; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Teotônio e Pinga. Técnico: Paulo Amaral.
19.11.1961– Vasco 0 x 4 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.504.137,00. Gols: Didi, aos 39 min do 1º tempo; Amoroso, aos 8; Amarildo, aos 22, e Didi, aos 44 min do 23º tempo. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Barbosinha; Sabará, Viladoniga, Saulzinho, Lorico e Pinga. Técnico: Paulo Amaral.
25.11.1961- Vasco 2 x 0 São Cristóvão. Estádio: de São Januário. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 214.380,00. Gols: Sabará, aos 15 e aos 75 minutos. VASCO: Ita; Paulinho de Almeidas e Bellini; Nivaldo, Barbosinha e Coronel; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho, Viladoniga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
01.12.1961 – Vasco 3 x 2 América. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 740.268,00. Gols: Sabará, aos 5; Da Silva, aos 30, e Gilbert, aos 34 e aos 56, e, Viladônega, aos 75 minutos. VASCO: Ita; Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
06.12.1961– Vasco 2 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Guálter Portela Filho. Renda: Cr$ 390.723,00. Gols: Sabará, aos 14; Da Silva, aos 56, e Durval, aos 88 minutos. VASCO: Ita, Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
09.12.1961 Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 676.550,00. Público: 9.230. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Valdemar; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.
AMISTOSO - Em primeiro de novembro, o Vasco fez uma fugidinha do Campeonato Carioca e foi ao Estádio Centenário, em Montevidéu, empatar, por 2 x 2, com o Nacional. Bellini e Viladônega marcaram os tentos. Com isso, o time totalizou 30 amistosos na temporada, com 18 vitórias, sete empates e cinco derrotas, marcando 84 e sofrendo gols.
7 - POLIMENTO
Embora tenha chegado a São Januário a pedido do treinador Martim Francisco, foi com um outro, Jorge Vieira, que Saulzinho conseguiu ser titular no time vascaíno. Ele dizia não ter queixas de nenhum dos chefes e garantia ter aprendido muito com eles. Falava bem de Ely do Amparo, que substituíra o Martim, quando este trocara o Vasco da Gama pelo Corinthians, mas creditava ao Jorge os últimos retoques em seu futebol. “Quando cheguei ao Vasco, ainda não estava maduro. Tinha de aprender muito”, viu.
Provocado por um repórter sobre as suas possibilidades de ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca - Revista do Esporte - Nº 188, de 13 de outubro de 1962 - Saulzinho via muitas dificuldades para encarar tantas feras. E dava uma de político gaúcho, plantando não querer que a torcida vascaína esquecesse de ídolos como Ademir Menezes e Vavá, embora deixando claro querer ficar no coração dela. “Pretendo marcar muitos gols, para ser lembrado como um dos que mais fizeram a alegria da torcida cruzmaltina vibrar”, avisou.
Saulzinho colocou todos os concorrentes para trás durante o Campeonato Carioca-1962. Marcou 18 gols, contra 17 do botafoguense Quarentinha; 16 do flamenguista Dida; 15 de outro botafoguense, Amarildo; 14 de Rodrigo, do Fluminense, e do rubro-negro Henrique Frade.
Durante a nona rodada, por marcar três gols, recebeu, até então, o maior bicho de sua carreira, além de prêmios oferecidos por uma emissora de rádio e uma de TV. Tornando-se o ponteiro dos goleadores daquele Estadual, derrubou a barreira que vinha desde 1950, quando Ademir Menezes fora o último vascaíno a liderar tal corrida, marcando 25 gols. Depois de Saulzinho, o Vasco da Gama só voltou a liderar a disputa dos goleadores passadas 16 temporadas, em 1978, quando Roberto Dinamite balançou as redes por 19 vezes.
Os artilheiros vascaínos que lideraram esta corrida do Campeonatos Cariocas foram: 1929, Russinho 23 gols; 1931, Russinho 17; 1937, Niginho 25; 1945, Lelé 13; 1947, Dimas 18; 1949 - Ademir Menezes, 31; 1950 - Ademir Menezes, 25; 1962 - Saulzinho, 18; 1978 - Roberto Dinamite, 19; 1981 - Roberto Dinamite, 31; 1985 - Robereto Dinamte, 12; 1986, Romário 20; 1987, Romário 16; 1993, Valdir Bigode 19; 2000, Romário 19, e 2004, Valdir Bigode 14; 2012 - Alecasandro, 12; 2014 - Edmilson, 11.
No total de gols marcados pelo Vasco da Gama, os oito primeiros são: Roberto Dinamite, 698, em 1.110 jogos; Romário, 322, além de dois lhe tirados de um jogo anulado, contra o Brasilense, pelo Brasileiro de 2000; Ademir, 301, em 429 prélios; Lelé, 147 – Pinga, 250; Sabará, 165; Vavá, 150; Maneca, 137 e Chico, 127 completam a lista dos 13 jogadores que mais balançaram as redes para o Vasco da Gama.
8 - TEMPORADA-1962
O técnico Paulo Amaral começou a armar o time vascaíno durante excursão pelo Nordeste. Em setes jogos, Saulzinho marcou seis tentos, contra times do futebol pernambucano, baiano, cearense, maranhense e sergipano. Não entrou em só durante os 3 x 1 Sergipe (04.02), em Aracaju. De volta pra casa, nao atuou, também, nos 2 x 1 Fluminense, amistosamente, Maracanã.
Encerrada esta série, a rapaziada começou a disputar o Torneio Rio-São Paulo, a então maior competição do futebol brasileiro, ms que, nquela temporada, fora um fracasso de público e de renda, levando os organizadores a realizarem um só turno. Com aquilo o Vasco da Gama só disputou jogos contra rivais caseiros e Saulzinho só marcou três gols, sobre Flamengo (1) e Fluminense (2). Ficou de fora diante de América (0 x 1 Vasco, em 14.02) e o Botafogo (1 x 4, em 21.02), voltando diante do Flamengo (1 x 1, em 25.02) e do Fluminense (4 x 3, em 10.03), resultados que não levaram o Almirante à segunda fase deste interestadual e o encaminharam para novos amistosos - de 21 de abril e 16 de junho, visitando o Centro-Oeste e o Sudeste, vencendo sete e empatando dois prélios. Marcou 23 e levou cinco gols, com Saulzinho sendo o principal artilheiro da excursão, cravando sete tentos e totalizando 13, em 17 amistosos que renderam ao clube 15 vitórias, dois empates e 43 gols pró (além de oito contra).
Um dos amistosos do giro foi no 21 de abril, quando Brasília comemorava o seu segundo aniversário. Para marcar a data, a Seleção Brasiliense convidou a Turma da Colina para uma gande festa que marcaria, também, a despedida do futebol do maior craque brasileiro pré-Pelé, o meia Zizinho (Thomaz Soares da Silva), o Mestre Ziza, que jogaria pelo time candango. Saulzinho não deixou por menos. Compareceu ao barbante do estádio Vasco Viana de Andrade, marcando o tento cruzmaltino, aos 43 minutos, diante de 15 mil torcedores.
O árbitro carioca Amilcar Ferreira foi convidado para apitar a primeira apresentação do Vasco da Gama na nova capital brasileira, quandoi alinhou: Ita; Paulinho de Almeida, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva.
Passsada a festa, o time vascaíno foi à Goiânia, golear o Vila Nova, por 4 x 1, em primeiro de maio. Novamente, Saulzinho visitou a rede, aos 25 minutos da etapa inicial. Em Uberlândia-MG, cinco dias depois, nos 5 x 0 Uberelândia, fez mais um, aos 24 do primero tempo. Seguindo para o Sul, mais um, em 10 de maio, nos 3 x 1 Grêmio, de Maringá-PR, no estádio Willie Davids. Do Paraná, o time rumou para o estádio do Canindé, em São Paulo, onde mandou 2 x 1 Portuguesa de Desportos. Houve, ainda, dois amistosos fora de casa - Vasco da Gama 3 x 1 Santa Cruz-MG, em Santa Luzia, com Saulzinho na rede, um outro 3 x 1, mas contra o Atlético-MG -, e mais dois, em São Januário, escrevendo 2 x 0 Juventus-SP e 0 x 0 Guarani, de Campinas-SP, nestes dois sem a presença de Saulzinho.
Paulo Amaral dirigiu os jogadores vascaínos por 12 amistosos de 1962, de 14 de janeiro a 10 de março, tendo sido substituído por Jorge Vieira, a partir de 21 de abril. Mas, no prélio contra o Vila Nova-GO, em 1º de maio, a direção do time coube, interinamente, ao ex-agueiro vascaíno Ely do Amparo. Ao final desta nova série de amitosos, Saulzinho não entrou nas três últimas partidas: 23.05 - Vasco 3 x 1 Atlético- MG; 27.05 - 2 x 0 Juventus-SP e 16.06 - 0 x 0 Guarani de Campinas-SP.
Indiscutivelmente, 1962 foi a melhor temporada de Saulzinho com a camisa vascaína. Principal artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols, ele chegou à disputa levando no currículo três gols durante o Torneio Rio-São Paulo – contra Flamengo (1) e Fluminense (2) - e seis de giro de oito jogos pelo Nordeste - diante do Santa Cruz-PE (1); CRB-AL (1); Moto Clube-MA (1) e Ferroviário-CE (3). Pelo Estadual-RJ, os goleiros que foram ao fundo das redes buscar bolas enviadas por ele defendiam: Bonsucesso (3); Canto do Rio (4); São Cristóvão (4); América (1); Campo Grande (3); Portuguesa (1); Olaria (1) e Bangu (1).
Saulzinho viu o Vasco do Campeonato Carioca-1962 carente de regularidade, “por não conseguir repetir, ao menos, por duas vezes, a mesma escalação”. Para ele, embora sobrasse disposição e dinheiro no cofre de São Januário, faltava tarimba e cancha. “Éramos um time jovem, por amadurecer”, disse à Revista do Esporte Nº 224, de 22 de junho de 1963.
Mesmo assim, no dia 18 de dezembro de 1962, quando o jornal O Globo e a Rádio Globo, ambos do Rio de Janeiro, promoveram, no Hotel Glória, a premiação dos destaques da temporada - Troféu Atlas-1962 - ele foi um dos reverenciados, recebendo estatueta entregue por José Araújo, por figurar nesta seleção do Estadual: Manga (Botafogo); Jair Marinho (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos (Botafogo) e Rildo (Botafogo); Carlinhos (Flamengo) e Gérson (Flamengo); Garrincha (Botafogo), Saulzinho (Vasco), Amarildo (Botafogo) e Zagallo (Botafogo).
Além, deles, ainda foram premiados: Marinho Rodrigues, treinador campeão carioca, pelo Botafogo; Jordan (Flamengo), melhor capitão; Armando Marques, melhor árbitro, e Rui da Conceição, pela categoria aspirantes. As homenagesns incluíram, ainda, Lilian Moreira, nadadora; Eder Jofre, boxeador; José Teles da Conceição, do atletismo e Algodão, do basquetebol.
Saulzinho não esperava ser convocado para a Seleção Basileira que disputou a Copa do Mundo, no Chile, entre 30 de maio e 17 de junho daquele 1962, embora fosse apontado como um dos possíveis parceiros de dupla de área com Pelé. Simplesmene, por ter visto a base do grupo tirada do Torneio Rio-São Paulo, do qual só participou de duas partidas.
9 - FICHAS TÉCNICAS-1962
AMISTOSOS
14.01.1962 - Vasco da Gama - 1 x 0 Santa Cruz-PE - amistoso na Ilha do Retiro (Estádio Adelmar Carvalho), em Recife, com gol de Saulzinho, aos 21 mi do 1º tempo. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Joel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho (Vevé), Viladôneca e Da Silva Joãozinho.
17.01.1962 - Vasco da Gama 2 x 0 Bahia-BA - amistoso, na Fonte Nova (Estádio Octávio Mangabeira), em Salvador, com Lorico (2) marcando os gols deste VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Laerte; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará;
21.01.1962 - Vasco da Gama 6 x 0 CRB-AL - amistoso no Estádio da Pajuçara (Severino Gomes Filho), em Maceió, com Viladônega (2), Saulzinho, Joãozinho, Vevé e Laerte escrevendo o placar para o VASCO que foi: Ita (Humberto Torgado); Paulinho de Almeida, Bellini (Brito), Barbosinha e Coronel; Nivaldo (Laerte) e Lorico (Roberto Pinto); Joãozinho, Saulzinho, Viladônega (Vevé) e Sabará.
24.01.1962 - Vasco da Gama 4 x 0 Ceará-CE - amistoso no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, com redes visitadas por Viladônega (3) e Joãozinho. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida (Dario), Bellini Brito e Coronel; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará (Ronaldo).
28.01.1962 - Vasco da Gama 3 x 0 Moto Club-MA - amistoso no Estádio Nhozinho Santos, em São Luís do Maranhão, com gols marcados por Sabará, Saulzinho e Viladônega. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Brito e Coronel; Nivaldo (Maranhão) e Lorico (Roberto Pinto; Joõzinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará (Ronaldo).
31.01.1962 - Vasco da Gama 3 x 1 Ferroviário-CE - desta vez, Saulzinho excedeu e marcou os três tentos vascaínos, de volta a Fortaleza, em novo amistoso. VASCO: Ita; Dario, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará.
TORNEIO RIO-SÃO PAULO
25.02.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo - Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, com gol marcado por Saulzinho, aos 41 minutos do primeiro tempo. VASCO: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Villadônega, Saulzinho (Javan) e Da Silva.
10.03.1962 - Vasco da Gama 4 x 3 Fluminense - jogado em São Januário, pelo Torneio Rio-São Paulo, com público de apenas 4.143 pagantes. Saulzinho foi à rede, aos sete e aos 15 minutos do segundo tempo, por este VASCO: Ita; Dario, Brito e Coronel (Russo); Nivaldo e Barbosinha; Sabará (Joãozinho), Viladôniga, Saulzinho, Lorico (Roberto) e Da Silva.
AMISTOSOS
21 .04.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Combinado de Brasília - amistoso no Estádio Vasco Viana de Andrade, no Núcleo Bandeirante, com Saulzinho marcando o gol da sua turma. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva.
01.05.1962 - Vasco da Gama 4 x 1 Vila Nova-GO - amistoso no Campo da Avenida Paranaíba, em Goiânia, com Saulzinho marcando gol, aos 25 minutos do primeiro tempo. Vevé (2) e Loricoa fizeram os outros nesta vitória por virada de placar. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará.
06.05 - Vasco da Gama 5 x 0 Uberlândia-MG - amistoso no Estádio Juca Ribeiro, na cidade do mesmo nome do adversário, com Saulzinho batendo na rede, aos 24 minutos do primeiro tempo - Joãozinho, Sabará, Lorico e Pinga também marcaram para o goleador VASCO: Humberto Torgado (Barbosa); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laerte) e Lorico (Milton); Joãozinho, Saulzinho (Vevé), Pinga e Sasbará.
10.05 - Vasco da Gama 3 x 0 Grêmio de Maringá-PR - amistoso no Estádio Willie Davids, com gols marcados por Pinga (2) e Lorico. VASCO, que teve: Humberto Torgado (Barbosa); Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laeerte) e Lorico (Mílton); Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará. OBS: última vez em que Barabosa vestiu a casmisa da Turma da Colina.
13.05 – Vasco da Gama 2 x 1 Portuguesa de Desportos-SP - asmistoso no paulistano Estádio do Canindé (Oswaldo Teixeira Duarte), com gols cruzmaltinos nas contas de Sabará e de Pinga. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará.
20.05 - Vasco da Gama 3 x 1 Santa Cruz-MG - amistoso no Estádio Bela Vista, da mineira Santa Luzia, com virada de placar assinada por Saulzinho, Sabará e Vevé. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Saulzinho, Pinga (Vevé) e Da Silva.
CAMPEONATO CARIOCA
01.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Bonsucesso. Turno – Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 541.290,00. Gols: Saulzinho, aos 14 do 1º e aos 30 min do 2º tempo, e Laerte, aos 32 da etapa final. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
08.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: da Rua Teixeira de Cstro-RJ. Juiz: José Montreiro. Renda: Cr$ 1.080.030,00. Gols: Joãozinho, a 1 minuto, e Lorico, aos 40 do 1º tempo; Laerte (pen), aos 14 do 2 º tempo.VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
15.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 1 Olaria. Estádio: da Rua Bariri-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 1.316,350,00. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
21.07.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 1.308.692.00. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
04.08.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz:Armando Marques. Público: 47.629 pagantes. Renda: Cr$ 6.745.500,00. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
12.08.1962 0 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 0 Madureira. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Cláudio Magalhhães. Renda: Cr$ 538.599,00. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
19.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 4 x 0 Canto do Rio. Estádio: de São Januário- RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 465.360,00. Gols: Saulzinho (2), Lorico e Nivaldo: VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
26.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 1 São Cristóvao. Estádio: da Rua Figueira de Melo. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 712.680,00. Gols: Saulzinho, aos 6 min do 1º tempo; aos 14 e aos 43 do 2 tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
02.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 2 x 1 América. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Armando Marques. Gols: Vevé, aos 25 min do 1º tempo, e Saulzinho, aos 10 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
09.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aíton Vieira de Moraes. Público: 54.821 pagantes. Renda: Cr$ 7.951.378,00. Gol: Vevé, aos 26 min do 1º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
16.09.1962 (domjingo) – Vasco da Gama 0 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 9.238.310,00. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
21.09.1962 (sezta-feira) – Vasco da Gama 7 x 0 Campo Grande. Estádio: Maracnã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 585.490,00. Gols: Sabará, aos 31; Saulzinho, aos 34; Lorico, aos 42 e aos 44 min do 1º tempo; Barbosinha, aso 2; Saulzinho, aos 9, e Lorico, 21 do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
30.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Bonsucesso. RETURNO – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Públilco: 10.722 pagantes. Renda: Cr$ 1.327.304,00. Gol: Saulzinho, aos 21 min do 1º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
06.10.1962 (sábado) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 2.686 pagantes. Renda: Cr$ 429.930,00. Gols: Vevé, aos 11 e aos 43, e Saulzinho, aos 28 do 2 º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
14.10.1962 ( domingo) – Vasco da Gama 1 x 3 Olaria. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Guálter Gomes de Castro. Renda: Cr$ 1.206.910,00. Gol: Saulzinho, aos 22 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
21.10.1962 - Vasco da Gama 3 x 2 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: José Monteiro. Gol de Saulzinho: aos 31 minutos do primeiro tempo. VASCO: Humberto Torgado, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
04.11.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Gol vascaíno: Sabará, aos 23 min do 2º temo. VASCO: Humberto Torgado (Ita), Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel, Maranhão e Lorico, Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira. OBS: o Botafogo seria o campeão da tempoada, com um dos times mais fortes da década no futebol carioca - Manga; Joel, Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Aírton e Arlindo; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Técnico: Marinho Rodrigues.
10.11.1962 - Vasco da Gama 5 x 1 Madureira. Estádio: General Severiano. Juiz: Guálter Gama de Castro. Gol de Saulzinho: aos - Sabará, Maranhão, Da Silva e Viladônega fizaram os outros. VASCO: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
15.11.1962 - Vasco da Gama 5 x 0 Canto do Rio. Estádio: Caio Martins, em Niterói-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Gols: Viladônega (2), Da Silva, Saulzinho e Lorico. VASCO: Ita (Humberto Torgado), Paulinho, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Villadoniga, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
18.11.1962 -
Vasco da Gama 1 x 1 São Cristóvão. Estádio: de São Januário. Juiz: Wilson Lopes de Souza. Gol: Saulzinho. VASCO: Ita Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Villadoniga, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
25.11.1962 -
Vasco da Gama 2 x 0 América. Estádio: de Moça Bonita. Juiz: José Gomes Sobrinho.
Gols: Sabará e Fagundes: VASCO: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Fagundes, Sasulzinho e
Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.
02.12.1962 -
Vasco da Gama 0 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. VASCO: Humberto Torgado, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Fagundes, Saulzinho e
Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.
09.12.1962 -
Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Antônio Viug. Gol: Lorico. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e
Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Fagundes. Técnico: Jorge Vieira.
14.12.1962 - Vasco da Gama 3 x 3 Campo Grande. Estádio: Maracanã. Juiz: Amilcar Ferreira: Gos: Darci Santos (contra)s, Saulzinho e Viladônega (2). VASCO: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.
..................PAROU AQUI 10 - TEMPORADA -1963
Saulzinho iniciou um novo tempo marcando gol nos 4 x 0 Alajuelense, em Alajuela, na Costa Rica, amistosamente, em 6 de janeiro. Quatro dias depois, começou a disputar o Torneio Pentagonal Cidade do México. Durante o primeiro quadrimestre daquela temporada, ele ajudou o Vasco da Gama a conquistar a competição mexicana e o Quadrangular Internacional do Chile, dirigido por Jorge Vieira.
Por gramados mexicanos, começou escrevendo o tento de Vasco 1 x 0 América-MEX, na Cidade do México. No dia 17, fez o seu terceiro gol na excursão, nos 5 x 0 El Oro, também na Cidade do México. Voltou à rede no dia 20, no 1 x 1 Gudalajara-MEX, o seu quarto tento, de um total de 11 já marcados pelo time vascaíno. Em 31 de janeiro, no 1 x 1 Dukla Praha, da então Tchecoeslováquia, saiu de campo campeão e começou a formar, com Célio Taveira, a dupla mais importante de ataque cruzmaltino da década-1960 - mais detalhes no texto sobre Célio, adiante.
Após o Pentagonal do México, Saulzinho disputou mais um jogo da excursão: em 3 de fevereiro, Vasco 1 x 1 Toluca-MEX, ainda na capital mexicana. Uma semana depois, o time fez mais um amistoso, com 2 x 0 selecionado de El Salvador, em San Salvador, mas ele ficou de fora. Entre 31 de março e 14 de abril, foi ao Chile ajudar a Turma da Colina a buscar mais uma taça lá fora. Após a disputa chilena, a equipe vascaína voltou pra casa e, antes de estrear no Torneio Rio-São Paulo, ainda teve tempo de ir a Campos, que pertencia ao antigo Estado do Rio de Janeiro - a cidade do Rio de Janeiro era da Guanabara – e encarou, amistosamente, o local do Goytacaz, sem ele, mas com Célio.
Em 13 de fevereiro, Saulzinho entrava na disputa interestadual entre cariocas e paulistas, com o Vasco da Gama mantendo Jorge Vieira como treinador. Durnte a disputa, ele viveu uma história interessantíssima, da noite do 16 de fevereiro, quando a tua trurma chegou a abrir 2 x 0 Santos, com os xerifões Brito e Fontana tirandoi um sarro do Pelé, indgando-o: "Cadê o Rei?" - Pelé empatou a partida, aos 42, e aos 43 minutos, fechando a conta nos 2 x 2. Saulzinho conta:
"Naquela noite, um amigo meu, de Bagé, estava no Rio de Janeiro e aproveitou para ir ao Maracanã. Ele saiu do estádio, uns 10 minutos antes do final da partida, pegou um táxi e falou pro pro motorista que havia visto o seu conterrâneo ganhar do Pelé. Levou um susto quando o texista lhe disse que o jogo havia accabado nos 2 x 2."
A primeira bola na rede mandada por Saulzinho na então maior competição do futebol brasileiro foi em 17 de março, quando o Vasco fez 1 x 0 São Paulo, no Pacaembu. Aquela, no entanto, terminou sendo uma disputa fraca da rapaziada, constante de apenas uma vitória. Na última partida, Célio marcou o seu primeiro gol como vascaino em gamados brasileiros, no 1 x 1 Palmeiras. No mais, foram cinco empates e três derrotas, com os vascaínos marcando nove e sofrendo 12 gols.
Próxima parada? O Campeonato Carioca, que os clubes priorizavam, até deixando o Rio-São Paulo em segundo plano. Neste Estadual-1963, os vacaínos começaram com Jorge Vieira, que prestigiava a dupla Saulzinho e Célio, passando, depois, pelos comandos técnicos de Oto Glória e de Eduardo Pelegrini, que preferiam Célio do lado de Mário Tilico.
O Vasco da Gama não fez um bom campeonato. Terminou em sexto lugar, com 11 vitórias sete empates e seis derrotas, em 24 jogos. Marcou 39 e levou 23 gols. Célio foi seu artilheiro, com 14 gols. Como ele havia marcado um, pelo Torneio Rio-São Paulo; cinco no giro pelo Chile; mais um no amistoso contra o Goytacaz e três entre Europa e África, estes 10 tentos, somados aos 14 do Estadual-RJ totalizaram 23, em sua primeira temporada cruzmaltina. Saulzinho aparece só com duas bolas nas redes, totalizando 19 na temporada,
FICHAS TÉCNICAS-1963
AMISTOSO
06.01.1963 (domingo) – Vasco 4 x 0 Alajuelense. Amistoso, em Alajuela-CRI, em San José da Costa Rica. Juiz: Bento Alfaro. Gols: Sabará, aos 40, e Saulzinho, aos 44 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Laerte, aos 23 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Viladônega (Russo); Sabará, Lorico, Saulzinho (Vevé) e Ronaldo (Fagundes). Técnico: Jorge Vieira. OBS: na véspera desta partida, o Vasco contratou os atacantes Mário “Tilico”, junto à Portuguesa de Desportos, por Cr$ 5.000.000,00, e Célio, ao Jabaquara, por Cr$ 11.500.000,00. Os dois foram se juntar ao grupo que excursionava.
TORNEIO PENTAGONAL DO MÉXICO
1963 (quinta-feira) - Vasco 1 x 0 América-MEX. Torneio Pentagonal do México. Gol: Saulzinho, aos 19 minutos do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: o tento marcado por Saulzinho, de bicicleta, foi capa de uma revista mexicana e considerado “sensacional” pelos jornalistas cariocas que cobriam a viagem vascaína.
17.01.63 (quinta-feira) – Vasco 5 x 0 El Oro-MEX. Torneio Pentagonal do México. Gols: Sabará, aos 7; Maranhão, aos 12, e Felipe Ruvacalbo (contra), aos 27 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Écio, aos 42 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: o jogo marcou a estreia de Célio no time vascaíno, aos 25 minutos do segundo tempo, substituindo Viladônega. O Oro havia sido o campeão mexicano-1962.
20.01.1963 (domingo) - Vasco 1 x 1 Guadalajara-MEX. Torneio Pentagonal do México. Estádio: da Cidade Universitária. Gol: Saulzinho aos 28 min do 1º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: 1 - Joel Felício foi expulso de campo. 2 – todos os jogos foram no estádio da Cidade Universitária da capital mexicana.
31.01. 1963 (quinta-feira) - Vasco 1 X 1 Dukla de Praga (TCH). Torneio Pentagonal Cidade do México. Juiz: Ramiro Garcia. Público: 70.000. Gol: Ronaldo. VASCO: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel (Dario); Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Fagundes).
AMISTOSO
03.02.63 (domingo) - Vasco 1 x 1 Toluca-MEX. Amistoso. Estádio: Nemesio Diez, em Toluca-MEX. Gol: Mário Tilico. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. 0
QUADRANGULAR DO CHILE
Adversários, fisicamente, mais fortes, brasileiros
ou estrangeiros, não levavam medo a Saulzinho
1.03.1963 (domingo) - Vasco 2 x 2 Universidad Católica-CHI. Torneio Quadrangular Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Juiz: José Luis Silva-CHI. Gols: Tobar, aos 3, e Joãozinho, aos 44 min do 1º tempo; Célio, a 1, e Acuña, aos 32 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: primeiro gol oficial de Célio pelo Vasco
09.04.1963 (terça-feira) - Vasco 3 x 2 Peñarol-URU. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Gols: Célio (pen), aos 3, e Joãozinho, aos 14 e aos 20 min do 2º tempo. VASCO: Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo: Técnico: Jorge Vieira. OBS: primeiro pêalti vascaíno batido por Célio.
11.04.1963 (quinta-feira) – Vasco 3 x 1 Colo Colo-CHI. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Juiz: Lorenzo Castillana-CHI. Gols: Célio (2), um em cada tempo, e e Saulzinho, na etapa final. VASCO: Humberto; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho (Vevé) e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.
14.04.1963 (domingo) - Vasco 2 x 2 Universidad do Chile. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago. Juiz: Gols: Joãozinho, aos 41 min do 1 tempo, e Célio, aos 17 da fase final. VASCO: Humberto Torgado; Joel Felícvio, Brito, Russo e Dario: Maranhão (Écio) e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.
TORNEIO RIO-SÃO PAULO
13.02 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 18.485. Renda: Cr$ 3.394.208,00. Gols: Lorico, aos 6, e Waldir Araújo, aos 27 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Mário Tilico). Técnico: Jorge Vieira.
16.02.1963 - Vasco 2 x 2 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Stefan Walter Glanz. Público: 29.200. Renda: Cr$ 9.652.000,00. Gols: Ronaldo, aos 32 min do 1º tempo; Sabará, aos 12, e Pelé, aos 42 e aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Dario, Maranhão, Barbosinha (Fontana), Sabará, Villadônega, Saulzinho, Lorico (Fagundes) e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. Santos: Gilmar, Mauro, Zé Carlos (Tite), Dalmo, Calvet, Lima, Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.
13.03.1963 - Vasco 1 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antonio Viug. Renda: Cr$ 4.106.444,00. Gol: Sabará. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana)e Dario; Écio (Maranhão) e Lorico; Sabará (Ronaldo), Saulzinho, Célio e Mario Técnico: Jorge Vieira.
17.03.1963 - Vasco 1 x 0 São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 3.675.600,00. Gol: Saulzinho, aos 30 min do 1º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana) e Dario; Écio (Maranhão) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio, (Villadônega) e Ronaldo. Técnico : Jorge Vieira.
CAMPEONATO CARIOCA
07.07.1963 - Vasco 1 x 2 Campo Grande. Estádio: Ítalo Del Cima-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 2.417.800,00. Gol: Sabará. Detalhe: Joel Felício marcu gol contra. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Célio Saulzinho e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.
24.08.1963 - Vasco 0 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Vasco: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha, Dario, Écio, Lorico, Joãozinho, Célio, Saulzinho e Sabará. Técnico: Jorge Vieira.
18.08.1963 – Vasco 1 x 1 Madureira. Estádio: Conselheiro Galvão-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 2.864.250,00. Gol: Célio, aos 17 min do 2º tempo. Vasco: Humberto, Joel Felício, Brito, Barbozinha e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira. OBS: por o atleta Jalmir, do Madureira, estar inscrito, também, na Federação Fluminense de Futebol, o jogo foi anulado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Carioca de Futebol, levando os dois times a se reeenfrentarem, em 25 de setembro, quando os vascaínos venceram, por 2 x 1.
24.08.1963 – Vasco 0 x 0 Famengo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 21.448.760,00. Juiz: Airton Vieira de Moraes. Vasco: Ita, Joel, Brito e Dario; Ecio e Barbozinha; Joãozinho, Célio, Saulzinho, Lorico e Sabará. Técnioco: Jorge Vieira.
03.09.1963 - Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Claudio Magalhães. Renda: Cr$ 5.326.688,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Ecio e Barbosinha; Joãozinho, Célio, Saulzinho, Lorico e Sabará. Técnico: Jorge Vieira.
06.09.1963 - Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Gols: Lorico, aos 41 min do 1º tempo; Maurinho, aos 20, e Célio, aos 33 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira.
15.09.1963 - Vasco 0 x 1 São Cristóvão. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 363.350,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Ecio e Russo; Joãozinho, Lorico, Saulzinho, Sabará e Maurinho. OBS: a derrota, em casa, para time pequeno, derrubou Jorge Vieira, o lançador da dupla Saulzinho & Célio, do comando técnico vascaíno.
11 - GOLS MAIS BONITOS
A Revista do Esporte - Nº 204, de 2 de fevereiro de 1963 – pediu a Saulzinho para eleger os seus os cinco gols mais bonitos. Ele os identificou, mas não os desfilou por ordem de beleza técnica. Só os enumerou:
1 – Em 1954, ele estreava, como atleta profissional, em Bagé x Nacional, de Porto Alegre, amistosamente. Faltavam 10 minutos para o final da partida, quando o treinador Francisco Brochado mandou-o entrar pela ponta esquerda. Lá pelas tantas, o ponta-direita Camacho, em grande velocidade, passou pelo marcador, foi até a linha de fundo e centrou para a área. “A bola tocou no chão, a amaciei, no peito e, de costa para o gol, apliquei uma bicicleta. Um golaço, em meu primeiro lance no jogo que terminou 1 x 0 para nós”, lembrou, acrescentando estar com 17 de idade.
2 - Era 1956 e ele defendia o Guarany, diante do Bagé, quando rolou nova jogada com participação de Camacho, que foi à linha de fundo e cruzou a bola para a frente da grande área. “Eu estava no lugar certo para apará-la, com uma das coxas. Antes de deixá-la cair ao chão, chutei, entre dois zagueiros, para a pelota passar sobre a cabeça do goleiro. Eram jogados 13 minutos do segundo tempo e aquele, único tento do jogo, deu o título municipal à nossa equipe”, lembrou, "recomemorando".
3 - 25 de fevereiro de 1962 – enfrentava o Flamengo, pelo Torneio Rio-São Paulo, com os vascaínos pressionando pelo empate. "O Coronel (lateral-esquerdo) chutou a bola para a área rubro-negra, entrei na jogadas, de carrinho, desviando a pelota para o canto oposto ao que o goleiro Fernando esperava” Foi o gol do empate", narrou.
4 - 1º de julho de 1962 – o time vascaíno estreava no Campeonato Carioca-1962, mandando 3 x 0. Saulzinho marcou dois gols e conta: "O Joãozinho (ponta-direita) apanhou a bola na intermediária deles, conduziu-a até a lateral da grande área e centrou-a, pelo alto. Quando ela caía, pela altura da marca do pênalti, apanhei-a, de pé esquerdo, num sem-pulo fulminante, sem que o goleiro pudessem nem tocá-la. Foi um gol, realmente, sensacional e que valeu instianstes de delírio para a nossa torcida".
5 – 4 de outubro de 1961 - diante do Bangu, pelo turno do Campeonato Carioca de 1961. Citou os detalhes: "Houve um chute longo, da nossa retaguarda. A bola passou entre indecisos Mário Tito e o Zózimo. O goleiro Ubirajara vacilou, ao sair do gol, e formou-se jogada de incertezas, de parte a parte. Cheguei a passar da bola. No entanto, improvisei uma bicicleta, tocando na pelota com o bico da chuteira, num impulso firme que terminou em gol”.
Muito provavelmente, a entrevista à Revista do Esporte deve ter sido concedida antes da viagem para a disputa do Pentagonal do México e ficado guaradada na gaveta do editor, pois, em 10 de janeiro de 1963, ele marcou o que considerou o gol mais bonito de sua carreira, como aqui o relembra:
- O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão e veio no meu peito. Peguei (a bola), de bicicleta, antes da chegada do zagueiro mexicano. Foi capa na revista mexicana Futbol - lance precido com o primeiro eleito.
"O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e finalizei, de bicicleta, antes da chegada do marcador".
SAULZINHO EM 1964
Casado, com Marilu, o goleador Sulzinho ainda não tinha filhos, em 1964. Seguia dormindo oito horas diárias, pesando, normalmente, 65 quilos, que subiam a 69, quando abusava um pouco do paladar, principalmente do seu prato predileto, o churrasco gaúcho, bem tostado na brasa. Residindo em Copacabana, desde que chegara ao Rio de Janeiro, gostava da praia do bairro e de roupas esportivas. Tinha uma variada coleção de blusões.
Devoto
de Nossa Senhroa Aparecida, o católico Saulzinho fazia as suas orações antes
dos jogos, pedindo proteção física, porque era muito visado pelos zagueiros,
pois as suas chuteiras, de número 39, eram um perigo. Embora medisse 1,69m de
altura, pouco para um centroavante, ele não via aquilo por problema, e
brincava, dizendo: “Não encolho quando tenho de enfrentar os becões
grandalhõs e durões”.
Quando desembarcou em São Januário, com seus
olhos verdes claros admirando muito as belezes cariocas, Saulzinho usava os
seus cabelos castanhos claros mais curtos do que em 1964, quando já cultivava
uma cabeleira mais à moda das efervecente década-1960. Mantinha, também, o hobby de colecionar flâmulas e distintivosde
clubes, o que corria sempre atrás, durantes as excurões vascaínas. No entanto,
o cinema era o seu passatempo predileto, sendo fã do ator Paul Newman.
Por ter nascido na gaúcha Bagé - 31 de outubro
de 1937 - , Saulzinho era um bom relações públicas de sua terra no Rio de
Janeiro. Não perdia a chance de louvar os encantos do seu povo, e dizia que,
quando as “pernas não dessem mais par correr”, voltaria, correndo, pra fonteira
do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o que o fez.
Centroavante, Saulzinho
contou ao repórter Milton Salles, da Revista
do Esporte - Nº 299, de 28 de dezembro de 1964 -, ter começado
a carreira pela ponta esquerda do Grêmio Atlético Clube de Bagé, aos 17 de
idade. Em 1955, mais encorpado, assinara o seu primeiro contrato, com aquele
clube, ganhando Cr$ 700 cruzeiros mensais. Depois do futebol, o seu esporte
preferido era o basquete.
Tempos depois, a mesmas Revista do Esporte - Nº 285, de
22 de agosto de 1964 – lembrou que um ex-presidente vascaíno dissera, que “Cr$
2 milhões de cruzeiros para contratar o Saulzinho seriam mal empregado, pois o
tinha como mero jogador bonzinho, e iguais a ele o Vasco estava cheio”. A
resposta de Saulzinho foi ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962.
Embora medisse só 1m67cm de altura, encarar zagueiros mais altos e mais
fortes não o preocupava, como havia
garantido em uma outra entrevistas, na qual voltou a merecer capa da Revista
do Esporte- Nº 122 - 8 de julho de 1961.
A semanária apostava em Saulzinho, para dar- lhe capas, e escrevia que, “na luta contra os zagueirões
altos, dentro da área, Saulzinho compensava o que lhe faltava (altura) com boa
colocação e impulsão”. Fato visto durante os jogos vascaínos que faziam os
repórteres da revistas concluírem que o gaúcho supria “a falta de centimetragem
com muita disposição e entusiasmo para a luta”. De sua parte, ele receitava
que, para ser um ponta-de-lança, “não seria preciso ser nenhum gigante”.
JOGOS DE 1964
O adversário, brasileiro ou estrangeiro, podia ser mais forte,
fisicamente. Mesmo assim, Saulzinho rompia bloqueios.
TEMPORADA-1964
O Vasco iniciou novas jornadas com dois amistosos, vencendo um e empatando o outro, com times mineiros. Em seguida, começou o Torneio Rio-São Paulo, empatando. Nos dois jogos seguintes, levou dois tombos, para se recuperar, no paulistano Pacaembu, virando placar a 13 minutos do final da partida, que chegou a lhe deixar com dois gols de desvantagem. Após aquele grande resultado, mais um empate e uma vitória. O time andava muito irregular. Nos três jogos seguintes, perdeu dois e empatou um, encerrando a sua participação naquele torneio interestaual com apenas duas vitórias, em nove jogos. Empatou outros três e perdeu quatro, marcando 10 e levando 14 gols. di
No Campeonato Carioca-1964, com time forte no papel, o Vasco da Gama ficou devendo no gramado. Terminou em sexto lugar, decepcionantemente, com 11 vitórias, sete empates e seis escorregadas. Seu ataque funcionou bem por 44 vezes, enquanto a defensiva bobeou em 26. Nesta imagem reproduzida da Revista do Esporte, vemos, em pé, da esquerda paras a direita: Ita, Joel Felício, Caxias, Maranhão, Fontana e Barbosinha; agachados, na mesma ordem: Mário Tilico, Célio, Saulzinho, Lorico e Zezinho.
TEMPORADA-1965
TORNEIO INTERNACIONAL DE VERÃO
Oficialmente,
intitulado I Troféu IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, esta disputa foi
entre 18 e 21 de janeiro, tendo por participantes, além do Vasco, o espanhol
Atlético de Madrid, a seleção da então Alemanha Oriental (o muro de Berlim caiu
em 1989) e o Flamengo – no segundo semestre, houve um segundo torneio, vencido
pelo Palmeiras. (1)
O Vasco arrancou para o título vencendo a DDR-República Democrática Alemã, por 3 x 2, com gols de Célio (2) e de Maranhão. No dia seguinte, os rubro-negros venceram o Atlético de Madrid, por 1 x 0, levando a decisão para o Clássico dos Milhões, durante a noite de 21 de janeiro, uma quinta-feira, no Maracanã, apitada por Armando Marques, o então melhor árbitro do país, e assistida por 59.814 pgantes.
O Flamengo, vice-campeão carioca de 1964 – era
o favorito, por ter pela frente cruzmaltinos que vinham de uma temporada
anterior apagada e com sua equipe sendo remontado, pelo treinador Zezé Moreira.
Nada daquilo, porém, favoreceu o rival. A Turma
da Colina fez uma belíssima partida, goleando, por 4 x 1, com tentos
marcados por Célio – aos 39 e aos 42 minutos do primeiro tempo – e por
Saulzinho – aos 24 e aos 33 da etapa final - na preminar, alemães e espanhois
ficaram no 1 x 1.
Obs 1: houve um segundo torneio que chamou-se Copa IV Centenário do Rio de Janeiro, disputado, entre 9 e 11 de julho de 1965, e vencido pelo Palmeiras. Numa noite de sexta-feira, os palmeiresnes golearam a seleção paraguaia, por 5 x 2 – gols de Tupanzinho (2), Servílio, Rinaldo e Monges (contra) – e, no domingo, venceram o uruguaio Peñarol, por 1 x 0, nos pênaltis. Como Rinaldo havia convertido a sua cobrança e o goleiro Valdir defendido três chutes dos uruguaios, o Verdão levou a taça, que foi disputada, também, pelo Fluminense, o campeão carioca de 1964.
FICHAS
TÉCNICAS
18.01.1965
- Vasco 3 x 2 Seleção da Alemanha Oriental. Estádio: Maracanã. Juiz:
Eunápio de Queiroz. Público: 38 mil pagantes. Gols: Peter Duke, aos
13; Célio, aos 24, e, Frenzel, aos 27 min do1º tempo; Maranhão, aos 39, e
Célio, aos 44 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Brito,
Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Alemanha Oriental: Veigan, Farbford, Válter, Koerner, Feiler, Pankal, Nolnar,
Frenzel, Ehrler, Peter Ducke e Vogel.
21.01./1965
- Vasco 4 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 59.814
pagantes. Gols: Célio, aos 39 e aos 42, e Paulo Henrique, aos 44 min do 1º
tempo; Saulzinho, aos 24, e aos 33 min do /2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e
Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé
Moreira. Flamengo: Marcial, Murilo, Ditão, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos
e Fefeu; Carlos Alberto, Amauri, Airton (Berico) e Fraga (Evaristo). Técnico:
Flávio Costa.
ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
Após
conquistar o I Tornieo Internacional do IV Centenário do Rio de
Janeiro, o Vasco da Gama disputou nove dos chamados amistosos caça-níqueis pelo
país. Em todos, o treinador Zezé Moreira acionou a dupla Célio & Saulzinho,
tendo o primeiro marcado cinco tentos – sobre Independente-MG; Atlético-GO;
Sport-PE e Náutico-PE – e o gaúcho dois – contra Atlético-GO e Sport-PE.
Nesses primeiros amistosos da temporada, Saulzinho e Célio aturam juntos em
todos eles Confira as fichas técnicas:
24.01.1965
– Vasco 1 x 0 Independente-MG. Estádio: de Porto Novo da Cunha-MG. Juiz:
Adalberto Silva. Gol: Célio, aos 39 min do 1º tempo.
Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício Massinha), Brito, Fontana e Barbosinha
(Pereira); Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho (Altamiro),
Célio (Quincas) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS: forte chuva obrigou o
juiz Adalberto Silva a encerar o amistoso aos 15 minutos do segundo tempo.
26.01.1965
- Vasco 4 x 1 Atlético Goianense. Taça Gilberto Alves. Estádio
Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Antônio Dinis. Gols: Zezinho, aos 14
e Célio, aos 22 min do 1º tempo; Célio, aos 18, e Saulzinho, aos 26 min do 2º tempo.
Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício, Brito, Fontana (Caxias) e Barbosinha;
Maranhão e Lorico (Quincas); Mário Tilico, Saulzinho, Célio (Da Silva) e
Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
31.01
- Vasco 0 x 0 Flamengo-RJ. Taça Gilberto Alves: Estádio: Pedro Ludovico,
em Goiânia-GO. Juiz: José Botoso. Público: 35 mil. Vasco: Lévis; Joel
Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho (Joãozinho),
Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé
Moreira. OBS: o juiz José Botoso expulsou Zezinho de campo, aos 44 minutos
do segundo tempo.
04.02
- Vasco 3 x 1 Sport Recife. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro,
em Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: Cr$ 2.231.600,00. Gols:
Saulzinho, aos 18 min do 1º tempo; Célio, aos 12, e Lorico,
aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Lévis; Joel Felício, Brito (Caxias),
Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano,
Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho (Joãozinho). Técnico:
Zezé Moreira.
07.02
- Vasco 2 x 0 Santa Cruz-PE. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em
Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: 6.387.200,00. Gols:
Luizinho Goiano, aos 2 e aos 7
min do 2º tempo. VASCO: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha;
Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano (Joãozinho), Saulzinho
(Mário Tilico), Célio e Zezinho; Técnico: Zezé Moreira.
10.02
- Vasco 1 x 1 Náutico. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em
Recife-PE. Juiz: Alfredo Bernrades Torres. Renda: Cr$ 4.128.200,00.
Gols: Célio, aos 14 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Caxias,
Fontana e Barbosinha, Maranhão e Lorico, Luizinho Goiano, Saulzinho, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS:
vitórias sobre Sport-PE e Santa Cruz e empates com Flamengo e Náutico deram mais
pontos ao Vasco da Gama, que ficou campeão do Torneio 50 Anos da Federação
Pernambucana de Futebol.
14.03
- Vasco 0 x 1 Cruzeiro (MG). Estádio Independência, em Belo
Horizonte-MG. Juiz: Doraci Jerônimo. Renda: Cr$ 5.600.000,00. Vasco:
Gainete; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho
Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico:
Zezé Moreira. Obs: Gainete defendeu pênalti, cobrado por Tostão, aos dois
minutos do primeiro tempo.
17.03
- Vasco 2 x 0 Clube do Remo-PA. Estádio: Baenão, em Belém-PA. Juiz:
Teodorico Rodrigues. Gols: Lorico, aos 29 min do 1º tempo,
e Mário Tilico, aos 43 da etapa final. Vasco: Gainete; Joel
Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico,
Célio, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Zezé Moreira. OBS: o juiz Teodorico
Rodrigues expulsou Maranhão de campo, no segundo tempo.
21.04
- Vasco 1 x 1 Rio Branco-ES. Estádio: Governador Bley, em Vitória-ES.
Juiz: José Antônio Braga. Gol : Benê, aos 5 min do 2º tempo. Vasco:
Gainete; Ari, Brito, Fontana e Pereira; Oldair e Lorico (Maranhão); Joãozinho
(Aloísio), Célio (Benê), Saulzinho (Nivaldo) e Da Silva (Walmir). Técnico:
Zezé Moreira.
Saído do Pará (ver acima), onde venceu o Remo, o Vasco da Gama iniciou o Torneio Rio-São Paulo (ver abaixo). Fez seis jogos e mais um amistoso (acima, no Espírito Santo), voltando, em seguida, à disputa interestadual, para emendá-la com
mais 12 caça-níqueis. Desses, Saulzinho entrou em noves, marcando
quatro tentos. Célio não participou de nenhum. Confira as fichas
técnicas:
06.06.1965
– Vasco da Gama 1 x 1 Entrerriense-RJ -
10.06.1965
– Vasco da Gama 1 x 0 Vila Nova-GO –
13.06.1965
– Vasco da Gama 0 x 1 Atlético-GO –
17.06.1965
– Vasco da Gama 7 x 2 Combinado de Manaus-AM –
20.06.1965
– Vasco da Gama 4 x 0 Nacional-AM –
24.06.1965
– Vasco da Gama 3 x 0 Bahia –
27.06.1965
– Vasco da Gama 2 x 1 Bahia –
29.06.1965
– Vasco da Gama 2 x 1 Ceará –
08.07.1965
– Vasco da Gama 1 x 1 Benfica-POR - .
TORNEIO
RIO-SÃO PAULO-1965
Com um gol marcado por
Saulzinho, contra o Fluminense, e seis por Célio, diante de Palmeiras,
Botafogo, América (2), Flamengo e São Paulo, os dois goleadores saíram vice-campeões
deste disputa, em 16 jogos - sete vitórias, seis empates e três
escorregadas. O ataque vascaíno fez 24 gols e a defesa bobeou em 22, tendo
Célio, igualado-se a Mario Tilico, com sete tentos, puxando o
cordão dos artilheiros vascaíno.
A competição teve 10 participantes
divididos em dois grupos regionalizados, em turno único, com jogos dentro das respectivas
chaves, eliminando-se os últimos colocados, e com fase final de oito equipes e
um só turno. Para ser vice-campeão, o Vasco da Gama totalizou os mesmos 17 pontos
de Botafogo, Flamengo e Portuguesa, pelo saldo de gols. Saulzinho e Célio só
não atuaram juntos em quatro dos 16 compromissos. Confira o que eles fizeram:
14.02
- Vasco 1 x 3 Corinthians. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz:
Cláudio Magalhães. Público: 33.786. Renda: Cr$ 25.860.700,00.
Gol: Mário Tilico. Vasco: Lévis;
Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano,
Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
20.02
- Vasco 2 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$
20.183.760,00. Público: 35.235. Juiz: Armando Marques. Gols: Luizinho Goiano e, Saulzinho, aos 27 min do 1º tempo. Vasco: Lévis;
Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Maranhão e Lorico
(Quincas); Luisinho Goiano, Célio,
Saulzinho (Mário Tilico) e
Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
07.03
- Vasco 1 x 4 Palmeiras. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel
Rodrigues. Público: 39.806. Renda:
Cr$ 20.183.760,00. Gol: Célio, aos 25 min
do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Ari e Barbosinha; Maranhão
e Lorico (Saulzinho); Luisinho Goiano,
Célio, Oldair e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
.
24.03-
Vasco 4 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de
Queirós. Renda: Cr$ 16.370.010,00. Público: 24.000. Gols: Joel
Felício, Maranhão, Célio, de pênalti, aos
9 min do 2º tempo, e Zezinho. Vasco: Lévis, Joel Felício, Brito, Barbosinha
e Ari; Maranhão e Lorico (Saulzinho); Luisinho Goiano, Célio, Oldair e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
04.04
- Vasco 3 x 0 Santos. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de
Morais. Público: 42.250. Renda: Cr$ 36.470.180,00. Gols: Mário Tilico
(2) e Luisinho Goiano. Vasco:
Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair);
Luisinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho.
Técnico: Zezé Moreira.
07.04
- Vasco 2 x 1 São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel
Rodrigues. Público: 16.300. Renda: Cr$ 10.837.720,00. Gols: Lorico e Luisinho Goiano.
Vasco: Ita; Joel Felício (Ari), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico;
Luisinho Goiano (Joãozinho), Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e
Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
10.04
- Vasco 0 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de
Carvalho. Público: 64.875. Renda:
Cr$ 42.571.580,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha;
Maranhão e Lorico; Joãozinho (Nivaldo), Célio, Saulzinho (Mário Tilico)
e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
14.04
- Vasco 4 x 0 América. Estádio: Maracanã-RJ. Público: 5.200.
Renda: Cr$ 3.350.670,00. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Célio, aos 14 min do 1º e aos 9 do 2º tempo, e
Mário Tilico(2). Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito e Barbosinha;
Maranhão e Fontana; Joãozinho, Célio (Nivaldo), Mário Tilico,
Lorico (Oldair) e Zezinho (Da Silva). Técnico: Zezé Moreira.
17.04
- Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz:
José Teixeira de Carvalho. Público: 9.000. Renda: Cr$ 6.061.800,00. Vasco:
Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Joãozinho,
Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
24.04
- Vasco 1 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter
Portela Filho. Público: 29.448. Renda: Cr$ 16.098.980,00. Gol: Mário
Tilico. Vasco: Gainete; Joel, Brito,
Fontana e Barbosinha: Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho)), Célio e
Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
02.05
- Vasco 2 x 3 Palmeiras. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Albino
Zanferrari Público: 53.400. Renda: Cr$ 35.512.210,00. Gols: Mário Tilico (2) Vasco: Gainete (Ita), Joel
Felício, Brito, Fontana, Maranhão, Barbosinha, Luisinho (Oldair), Lorico,
Célio, Saulzinho, Mário Tilico e Zezinho (Joãozinho). Técnico:
Zezé Moreira.
05.05
- Vasco 1 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques.
Público: 59.318. Renda: Cr$ 34.906.500,00. Gol: Célio, de pênalti, aos 3 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício,
Brito, Fontana, Barbosinha, Maranhão, Lorico, Luisinho, (Saulzinho),
Célio (Benê), Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
09.05
- Vasco 1 x 4 São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: José
Teixeira de Carvalho. Público: 25.300. Renda: Cr$ 21.867.500. Gols: Célio,
aos 30 min do 2º tempo. Vasco:
Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico
(Saulzinho); Luisinho Goiano (Bené),
Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
16.05
- Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz:
Armando Marques. Público: 6.100. Renda: Cr$ 4.137.500,00. Vasco: Gainete; Joel
Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico; Luizinho Goiano (Araken), Célio (Benê),
Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
20,05
- Vasco 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Árbitro:
Juiz: Armando Marques. Público: 11.000. Renda: Cr$ 7.578.460,00. Gol: Mário Tilico.
Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito e Barbosinha (Ari); Maranhão e Fontana;
Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico,
Lorico e Zezinho (Saulzinho). Técnico: Zezé Moreira.
23.05
- Vasco 1 x 1 Corinthians. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues.
Público: 14.705. Renda: Cr$ 11.710.490,00. Gol: Oldair, aos 26 min do
1º tempo. Vasco: Amauri; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo
Menezes; Luisinho Goiano (Zezinho),
Célio, Lorico e Tião. Técnico: Zezé Moreira.
I TAÇA GUANABARA-1965
A
disputa veio, mas o Vasco da Gama não parou de fazer amistosos, se bem que foram poucos: 01.08 – 4 x 0 Tupi, de Juiz de
Fora-MG, com Célio e Saulzinho, novamente, juntos no ataque; 29.08 – 4 x 0
River-PI, tendo Saulzinho entrado no decorrer da partida e marcando gol, sem a
presença de Célio, e, em 26.09 – 0 x 1 Portuguesa de Desportos.
A Taça Guanabara não teve Saulzinho em campo.
Ele só voltou ao time no primeiro jogo do Campeonato Carioca (ver ficha, adiante) e a atuar do lado de
Célio passados 25 dias após o final da competição anterior.
Chamada
pelos radialistas por Taça GB, esta foi
a fórmula criada pela Federação Carioca de Futebol para apresentar o seu
representante à Taça Brasil, o que, antes cabia ao campeão estadual. Disputada,
inicialmente, por seis times – América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e
Vasco da Gama –, americanos e banguenses foram eliminados à segunda fase. Seguiram-se
duas rodadas de mata-mata, classificando vascaínos e
botafoguenses à disputa do troféu, o que rolou durante a tarde de 5 de setembro,
quando o Vasco da Gama sagrou-se o primeiro campeão da nova competição, com 2 x
0 Botafogo, no Maracanã. Em oito partidas, a Turma da Colina ganhou
seis, empatou uma e caiu só em uma, totalizando 15 gols pró e cinco contra.
Além
de carregar o caneco da GB, o Almirante,
ainda, teve direito à Taça Ari Franco, pelo ataque mais positivo - Célio (6 gols), Mário Tilico (4),
Oldair (2), Luisinho Goiano (2) e Paulistinha (Botafogo/contra) fizeram a sua
artilharia. Pra completar, os vascaínos participaram dos recordes de público –
120 mil – e de renda – Cr$ 72.927.380,00 – na partida final. 0,00. Confira as
fichas técnicas:
14.07.65
– Vasco 5 x 0 Fluminense – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápío de Queirós.
Renda: Cr$ 8.303.300,00. Gols: Célio, aos
26 e aos 27 min do 1º tempo, Luizinho Goiano
e Mário Tilico ( 2). Vasco: Gainete (Lévis); Ari, Brito,
Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.
22.07.1965
– Vasco 1 x 1 Flamengo – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda:
Cr$ 25.679.040,00. Gol: Luisinho Goiano.
Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico;
Luizinho Goiano, Mário Tilico,
Célio e Zezinho. OBS: Célio
foi expulso de campo, juntamente com o flamenguista Fefeu, aos 20 minutos do 1º
tempo, por agressão mútua.
28.07.65
– Vasco 1 x 0 América – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda:
Cr$ 8.328.480,00. Gol: Célio, de pênalti,
aos 43 min do 1º tempo (pen). Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e
Ari; Oldair e Maranhão; Luizinho Goiano,
Célio, Mário Tilico e Zezinho.
07.08.65 – Vasco 3 x 1 Bangu – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 14.746.240,00. Gols: Mário Tilico (2) Oldair, de pênalti. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.
11.08.65
– Vasco 0 x 3 Botafogo – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda:
Cr$ 27.782.980,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair;
Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano,
Célio, Mário Tilico e Zezinho. OBS:
o Tilico foi expulso
de campo, aos 18 min do segundo tempo, por ofensas morais ao árbitro.
21.08.65
– Vasco 2 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho.
Renda: Cr$ 15.628.380,00. Gols: Célio, aos 44 min do 1º tempo, de pênalti, e aos 44 da etapa final. Vasco:
Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e
Lorico; Luisinho Goiano,
Mário Tilico, Célio e Zezinho.
25.08.65
– Vasco 1 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda:
Cr$ 18.916.960,00. Gol: Célio, aos 23 min
do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair;
Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano,
Célio, Mário Tilico e Zezinho.
05.09.65
– Vasco 2 x 0 Botafogo – Estádio: Maracanã-RJ; Juiz: Frederico Lopes. Público:
1154.064 pagantes. Renda: Cr$ 72.927.380,00. Gols: Oldair, aos 44 min do 1º
tempo, e Paulistinha (contra), aos 3 da segunda etapa. Vasco: Gainete; Joel
Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio,
Mário Tilico e Zezinho.
TORNEIO INÍCIO-1965
Este era um festival de futebol antecedendo à primeira rodada do Campeonato Carioca, com jogos de 15 minutos, por etapa, e a final em tempo dobrado. O de 1965 foi disputado durante a tarde domingueira do feriado de 7 de setembro, no Maracanã, e o pouco brilho vascaíno da jornada passou mais pelas chuteiras de Saulzinho. Escolhidozzra batedor de pênaltis do time (em caso de empates), ele fez o chamado dever de casa, no primeiro jogo vascaíno, terminado no 0 x 0 e que ele transformou em Vasco 3 x 1. Benê levou as glórias da partida seguinte, mas, na terceira, a viagem do Almirante ficou pelo caminho, sem o Saul em campo. Vejamos:
Vasco 0 x 0 Portuguesa-RJ. Juiz: Arlindo Tavares Pinho. Decisão por pênaltis: Vasco 3 x 1. Batedor: Saulzinho. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo.
Vasco 1 x 0 São Cristóvão. Juiz: Antônio D’Ávila Lins. Gol: Benê. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo.
Vasco 0 x 1 Flamengo. Juiz: José Aldo Pereira. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Rubilota, Benê e Nivaldo.......
CAMPEONATROA CARIOCA
Pelo Nº 356, de18 de setembro de 1965, a Revista do Esporte circulou com chamada de capa esquisita: “Taça Guanabara fez mal ao time do Vasco”. De acordo com o texto das páginas 28/29, a empolgação dos cartolas fizera o clube desconsiderar os alertas do treinador Zezé Moreira, por acreditarem que “o time já estava certinho, sem qualquer ponto falho”.
Para a publicação, os vascaínos haviam perdido, surpreendentemente, muitos pontos e despedindo-se da disputa pelo título que era o grande projeto do presidente Manoel Joaquim Lopes, exatamente, por não ouvir o seu treinador. Além disso, põe na conta dos insucessos vascaínos ter ficado com a missão de disputar a Taça Brasil, estafando a sua rapaziada por duas frentes de batalhas.
Na verdade, a matéria exagerava. Após os 2 x 0 Botafogo da final da Taça GB, o Vasco só pegara na bola oficial carioca, em 1 x 2 Bangu (12.09). O terceiro prélio do mês rolara um dia após a circulação da revista (19.09), em 1 x 1 Fluminense, e só em 3 e 10 de novembro, respectivamente, encarou e eliminou o Náutico-PE (2 x 2 e 1 x 0) da Taça Brasil. Depois, os vascaínos decidiram a competição, com o Santos de Pelé, em 1º e 8 de dezembro, quando ficaram vice-campeões.
Pelo mesmo Estadual, somente o 0 x 2 Bonsucesso (24.10) Bonsucesso poderia ser vista como surpresa. Os tropeços ante Flamengo – 1 x 2 (09.10) e 0 x 1 (28.12); Fluminense – 1 x 2 (07.11) – e Botafogo – 1 x 2 (04.12) – foram resultados normais, por se tratarem de clássicos, e os rivais, também, sonharem com faixa de campeão.
O Vasco da Gama terminou, em quinto lugar, somando 15 pontos, de sete vitórias e um empate, além de seis pisadas na bola. Marcou 24 e levou 17 gols, em 14 jogos. OBS: por ter a imprensa divulgado que a Federação Carioca de Futebol decidira ser o campeão da temporada-1965 o vencedor da I Taça GB (e o seu representante à Taça Brasil), a revista Manchete estampou o Vasco campeão do IV Centenário do Rio de Janeiro.
Neste Estadual de surpreendente declínio vascaíno, a dupla Célio & Saulzinho só esteve junta em quatro partidas - contra Portuguesa (02.10); Botafogo (17.10); Bonsucesso (24.10) e Fluminense (07.11) -, tendo o paulista sido o artilheiro do time, com sete gols – diante de Fluminense (2), Botafogo (2), América, Portuguesa e Bonsucesso. O gaúcho não balançou a rede. A temporada levou em conta a classificação da temporada-1964, que rebaixou Campo Grande, São Cristóvão, Olaria e Madureira à Divisão de Acesso, enquanto o Canto do Rio desligou-se da Federação Carioca de Futebol. Segtuem as fichas técnicas dos jogos cruzmaltinos.
12.09.1965 - Vasco 1 x 2 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 12.036.200. Gol: Zezinho. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Bené, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
19.09 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 38.739. Renda: Cr$ 22.449.100. Gol: Célio, aos 23 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Zezinho foi expulso de campo.
02.10 - Vasco 2 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: Luso Brasileiro, na Ilha do Governador-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 10.406.500. Gols: Zezinho e Luisão (contra). Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Silas; Maranhão e Oldair; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS: inauguração do Estádio Luso-Brasileiro, da Portuguesa-RJ.
09.10 - Vasco 1 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 54.809. Renda: Cr$ 32.185.370. Gol: Mário Tilico. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
17.10 - Vasco 2 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 24.486.320. Gols: Célio, aos 23 (pen) e aos 31 min do 2 tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
24.10 - Vasco 0 x 2 Bonsucesso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-
RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 5.772.500. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
30.10 - Vasco 4 x 1 América. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 5.493.000. Gols: Lorico (2), Maranhão e Célio, aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
07.11 - Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 8.171. Renda: Cr$ 9.465.000. Público: 8.161. Gol: Célio, aos min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Lorico; Mário Tillico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.
14.11 - Vasco 3 x 1 Portuguesa. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.695.000. Gols: Lorico, Célio, aos 18, e Telê Santana, aos 28 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Telê, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira.
21.11 - Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 25.931. Renda: Cr$ 14.383.140. Gol: Danilo Menezes. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira.
28.11 - Vasco 0 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 73.243. Renda: Cr$ 44.912.000. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Ananias, Oldair, Maranhão, Lorico, Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira.
04.12 - Vasco 1 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 6.675.180. Gos: Maranhão, aos 27 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bené, Mário e Tião. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Maranhão foi expulso de campo, aos 43 minutos do segundo tempo.
12.12 - Vasco 5 x 1 Bonsucesso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.108.000. Gols: Oldair, e Célio, aos 18 min do 1º tempo; Danilo Menezes, Tião Mário Tilico. Vasco: Gainete (Pedro Paulo); Joel Felício, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Tião, no Atlético-MG, a partir de 1969 passou a ser chamado por Tião Cavadinha.
15.12 - Vasco 2 x 1 América. Estádio: da Rua Álvaro Chaves-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.146.000. Público: 2.869. Gols: Ari e Danilo Menezes. Vasco: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira.
TAÇA BRASIL-1965
Esta, em 1959, foi a primeira disputa nacional do futebol brasileiro, oficializada pela Confederação Brasileira de Desportos. Indicava o representante do país à Taça Libertadores da América e marcou a despedida de Saulzinho do Vasco da Gama, diante do Santos-SP, durante a noite do 1º de dezembro de 1965, no paulistano Pacaembu, encerrando, também, a parceria dele com Célio que, por sinal, foi o artilheiro do time naquela disputa, com três gols, em quatro jogos.
Saulzinho não renovou contrato, ao final de 1965, porque a sua mulher não se dava bem no Rio de Janeiro. Preferiu voltar para Bagé, onde encerrou a carreira, defendendo, mais uma vez, o Guarany. Concluiu a sua história vascaína vice-campeão da Taça Brasil atuando em dois jogos - outro na semifinal da quarta-feira 3 de novembro, no Estádio dos Aflitos, em Recife, nos 2 x 2 Náutico-PE. Daquela vez, ele entrou em campo no decorrer da partida, substituindo Luizinho Goiano.
Neste seu último jogo pelo Vasco da Gama, o time caiu ante um quase imbatível Santos, de Pelé, por 1 x 5, tendo o treinada Zezé Moreira escalado: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho Goiano); Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes - Célio marcou o único tento da Turma da Colina, de pênalti, aos 37 minutos do segundo tempo. Diante do Náutico, os dois gols foram marcados por Célio, aos 44 minutos do primeiro tempo e aos 26 da etapa final, tendo Zezé Moreira escalado: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Saulzinho), Célio e Zezinho.
FICHA TÉCNICA DA DESPEDIDA
01.12.1965 - Vasco 1 x 5 Santos. Taça Brasil. Estádio: Pacaembu-SP Juiz. Romualdo Arppi Filho-SP. Gols: Coutinho, aos 5 min do 1 tempo; Dorval, aos 17 e aos 19; Toninho Guerreiro, aos 36 e aos 42, e Célio (pen), aos 37 min do 2 tempo. VASCO: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho); Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. SANTOS: Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro, Orlando e Geraldino; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Toninho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
ÚLTIMOS GOLS VASCAÍNOS
Foram diante do português Benfica e do piauiense River, amistosamente, as duas últimas bolas mandadas às redes pelo Saulzinho vascaíno. O penúltimo tento foi assistido por 37.383 pagantes, aos 28 minutos do amistoso disputado com os benfiquistas, quando abriu ele abriu o placar, em chute com o pé direita, mandando a bola, pelo alto, à esquerda do goleiro Costa Pereira (ler em Saulzinho x Eusébio).
O último gol vascaíno saiu no domingo 29 de agosto do mesmo 1965, no Estádio Lindolfo Monteiro, da piauiense Teresina. Naquele dia, Saulzinho saiu do banco dos reservas para o árbitro Abdala Jorge Cury, aos 20 minutos do segundo tempo, determinar nova saída de bola - Mário Tilico, Oldair, de pênalti, e Benê marcaram os outros tentos do time que o treinador Zezé Moreira mandou assim ao gramado: Gainete (Ita); Ari, Brito (Caxias), Ananias (Fontana) e Oldair (Zé Carlos); Maranhão e Bonin (Aloísio); Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho), Benê e Zezinho (Joel).
SAULZINHO X EUSÉBIO
Rio de Janeiro comemorava o seu quarto centenário e fervia em festas e badalações. Todos queriam homenageá-lo, entre estes o Vasco da Gama. Para isso, o Almirante convidou o Benfica, para um prélio de confraternização dos portugueses com a colônia luso-brasileira.
No dia oito de julho de 1965, o Maracanã recebeu 38.838 pagantes querendo assistir o amistoso vascaíno com o time do bairro lisboeta da Luz - base da seleção portuguesa, com 10 titulares da equipe que, no ano seguinte, ficaria em terceiro lugar na Copa do Mundo. Valia a Taça Estácio de Sá.
De um lado - Costa Pereira; Augusto Silva, Germano, Raul e Cruz; Neto e Coluna; José Augusto, Eusébio, Tôrres e Yaúc -, um timaço que assombrava a Europa; do outro, um Vasco que, desde a conquista do Torneio Rio-São Paulo-1958, entrara em jejum de títulos, mas com a sua formação – Gainete; Joel Felíco, Brito, Fontana e Barbosinha, Maranhão e Lorico; Luizinho, Mário, Saulzinho e Zezinho - prometendo se superar naquela partida.
Tudo era festa no estádio. O árbitro, Eunápio de Queirós - auxiliado por Frederico Lopes e Guálter Potela Filho -, chamou para o meio do campo os capitães Coluna e Barbosinha, que se cumprimentaram, sorteou a escolha de lado a defender e mandou as feras se pegarem. O Benfica começou melhor e assim o foi na maior parte da “contenda” , mostrando futebol objetivo, com todas os setores do seu time bem coordenados. De sua parte, o Vasco se segurava. Até os 27 minutos do primeiro tempo, Eusébio, considerado um dos maiores craques do planeta -, agitava as ofensivas do seu time. No entanto, aos 28 minutos, Saulzinho recebeu a bola nas proximidades da área fatal benfiquista, driblou Neto e, com um chute de pé direito, pelo alto e à esquerda do goleirão Costa Pereira, abriu o placar. O presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes exultava-se. Seu clubeestava vencendo o bicampeão purtuguês. Mas teve de se sacudir muito em sua cadeira, pois os patrícios eram terríveis. Se não fosse o goleiro Carlos Gainete a coisa seria bem complicada.
A farra do Almirante durou até os 44 minutos do primeiro tempo. Bola nos pés de Eusébio, nas imediações da trave vascaína, e este, com bateu na pelota à meia altura, com muito efeito, iludindo Gainete, que depois da pugna confessou aos repórteres que teve a impressão vê-la indo para fora.
Para o segundo tempo, as expectativas eram enormes. Os portugueses trocaram o grandalhão Tôrres, por Pedras, no intervalo, enquanto o Vasco esperou 17 minutos para tirar Luizinho Goiano e usar Benê. O Benfica dominava, Gainete fazia defesas espetaculares e, quando os cruzmaltinos atacavam, Germano era um leão no desarme. Por isso, ninguém balançou mais as redes. O Benfica ainda trocou Yaúca, por Serafim, aos 34, enquanto o anfitrião, aos 40, lançou Oldair Barchi, em lugar de Lorico. Mas ficou no 1 x 1 mesmo. Como era festa luso-brasileiro-carioca, Manoel Joaquim Lopes resolveu oferecer a taça ao Benfica. Ele só reclamou da renda, de Cr$ 56.258, 660, garantindo ter lhe deixado o prejuízo de Cr$ 35 milhões de cruzeiros (a moeda da época). Nenhum problema: “O importante é que o Vasco empatou com a seleção portuguesa”, comemorava, graças ao gol de Saulzinho.
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SAULZINHO E PELÉ
Saulzinho só enfrentou Pelé em duas oportunidades, ambas pelo Torneio Rio-São Paulo, a maior competição brasileira da década-1960 e no Maracanã: em Vasco 2 x 2 Santos, de 16 de fevereiro de 1963, e nos 3 x 0 cruzmaltinos do 4 de abril de 1965.
Na primeira delas, assistida por perto de 30 mil almas, ele não foi a rede, mas o “Rei do Futebol” bateu nela por duas vezes, em grande estilo. Por sinal, história muito contada. Seguinte: quando o Almirante jantava o Peixe, por 2 x 0, os xerifões da Colina, Brito e Fontana encarnavam no camisa 10 santista, indangando-o: “Cadê o Rei? Tem algum Rei por aqui?”. Tiveram boa resposta: a dois minutos do final, Pelé empatou o jogo, pegou a bola no fundo da rede e a entregou a Fontana, dizendo: “Leve-a para a sua mãe. É presente do Rei”.
O Vasco, que se deu mal mexendo com a fera, alinhou: Ita; Joel Felício, Brito, Dario e Barbosinha, que cedeu a sua vaga a Fontana; Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo, treinados por Jorge Vieira. O Santos, de Luis Alonso Perez, o Lula, foi: Gilmar; Dalmo, Mauro, Calvet e Zé Carlos (Tite); Lima e Mengálvio; Dorval, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.
- Naquela noite, um conterrâneo meu, lá de Bagé, estava no Rio de Janeiro e aproveitou para me rever jogando. Saiu do estádio, uns 10 minutos antes do final da partida, pegou um táxi e disse para o motorista: ‘Que bom. Vi o meu amigo Saulzinho jogar e vencer’. Então, o cara avisou-lhe: “O jogo terminou 2 x 2”, contou Saulzinho.
O segundo Saulzinho x Pelé foi tarde de glória, glórissima para a sua camisa 9 vascaína. Rolou diante de 42.250 pagantes e teve o ponta-direita Luizinho Goiano (Luiz Oliveira e Silva) abrindo o placar, aos 76 minutos. Mário Tilico acabou de descamaçar o Peixe, aos 83 e aos 89, por ordem de Seu Zezé Moreira, que escalou: Gainete; Jol Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho. Os santistas eram: Laércio; Ismael, Joel, Modesto e Geraldino; Elizeu (Rossi) e Mengálvio; Doval, Toninho, Pelé e Noriva (Peixinho), ainda comandados por Lula.
O primeiro pega dos artilheiros Saulzinho e Pelé está registrado no Caderninho da Colina como tendo sido o prélio 2.055 da rapaziada. O segundo foi anotado pelo numero 2.180. Quanto ao primeiro encontro com o camisa 10 santista, rolou em 24 de março de 1957, no Estádio Antônio Magalhães Rossel, mais conhecido por Estrela d´Alva, contra o Combinado Guarany/Bagé, em gramado gaúcho e com 1 x 1 no placar – Pelé marcou para os santistas e Calvet para os anfitriõesm que tiveram: Léo, Bataclan e Carioca; Saul Mujica, Ataíde e Barradinha; Calvet, Max Ravazza, Saulzinho, Cabral e Luiz. O Santos foi: Manga, Hélvio e Ivan; Ramiro, Fioti e Urubatão; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão (Zinho), Del Vecchio (Pelé) e Tite. O amistoso foi apitado por João Etzel e rendeu Cr$ 210 mil cruzeiros, sem público pagante conhecido.
SAULZINHO x GARRINCHA
Foram quatros
jogos contra o maior nome do futebol carioca. O último em 1965, mas tudo começa no 19 de
novembro de 1961, com goleada botafoguense, por 4 x 0, no Maracanã, pelo
Campeonato Carioca. O treinador Paulo Amaral
escalou o Vasco com: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e
Barbosinha; Sabará, Viladônega, Saulzinho, Lorico e Pinga. Pelo lado
botafoguense, Marinho Rodrigues contou com: Manga; Rildo, Zé Maria e Chicão;
Airton e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Amoroso, Amarildo e Zagallo.
Em
4 de agosto de 1962, pela mesma disputa e no mesmo local, o Botafogo era o
favorito, com o Mané Garrincha no auge da popularidade, por ter sido o
principal nome da Seleção Brasileira durante a conquista Copa do Mundo do
Chile. Tinha, do seu lado, os também bicampeões mundiais Nílton Santos, Didi,
Amarildo e Zagallo. Com tantos cobras no gramado, a torcida
botafoguense só esperava pelo show de bola dos seus craques.
Mas foi Saulzinho quem comemorou: Vasco 1 x 0, embora ele não tivesse
marcado o gol da vitória, que foi de Lorico, com o treinador Jorge Vieria
escalando: Humberto Torgado; Joel Felícioi, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo
e Lorico; Sabará, Vevé, Saulzinho e Tiriça. Eles bateram em:
Manga; Joel, Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Aírton e Didi; Garrincha,
Quarentinha, Amarildo e Zagallo, chefiados por Marinho Rodrigues.
Exatos quatro meses depois, em 4 de novembro, Saulzinho e Garrincha saíram do
Maracanã igualados, no 1 x 1, pelo returno do Campeonato Carioca, sem que
nenhum dos dois fossem às redes – Quarentinha e Sabará foram, nos lugar deles.
Coincidentemente, os treinadores Jorge Vieira e Marinho Rodrigues
usaram a mesma escalação dos dois clássicos anteriores: Vasco: Humberto; Joel
Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Vevé, Saulzinho e
Tiriça. Botafogo: Manga; Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Airton e
Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo.
O último Saulzinho X Garrincha rolou em 20 de maio de 1965, pelo Torneio
Rio-São Paulo, no Maracanã. O Vasco da Gama voltou a fazer 1 x 0 -, mas o
treinador Zezé Moreira só mandou o tchê pro jogo no
segundo tempo - Mário Tilico bateu na rede para o Almirante que reuniu: Gainete; Joel
Felício, Brito e Barbosinha (Ari); Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio,
Mário Tilico e Zezinho (Saulzinho). O Botafogo, treinado por
Admildo Chirol, foi: Manga; Joel, Zé Carlos e Rildo; Airton e Zé Maria;
Garrincha, Gérson, Sicupira, Bianchini e Roberto.
SAULZINHO & VEVÉ
Além de Célio, um outro atacante a fazer dupla fatal com Saulzinho no ataque vascaíno foi o pernambucano Vevé. Este, porém, foi emprestado ao Esporte Clube Bahia, em 1964, e a parceria acabou por ali.
O Vasco já havia roubado da torcida do Sport Recife os artilheiros Ademir Menezes, em 1942, e Vavá e Almir Albuquerque, durante a década-1950. Pelos inícios da temporada-1960, um olheiro vascaíno pelo Nordeste viu Vevé jogando pelo time juvenil do Santa Cruz, contra o América de Recife, e gostou. Rápido, o cartola Cié Barbosa teve mais veneno do que os cartolas pernambucanos e roubou o atacante Everaldo Lopes, o Vevé, para a nau do Almirante.
Tirado da divisão de base vascaína, pelo treinador Paulo Amaral, Vevé estreou em um clássico, com o Fluminense, marcando o gol da vitória, de Vasco 2 x 1, em 11 de fevereiro de 1962, no Maracanã, diante de 25,4 mil pagantes. Naquele dia, no entanto, Vevé e Saulzinho não atuaram juntos, tendo a formação vascaína sido: Ita; Dario, Brito, Barbosinha (Russo) e Coronel; Nivaldo e Viladônega (Javan); Da Silva, Lorico (Roberto Pinto), Vevé e Ronaldo.
Da primeira vez em que Vevá e Saulzinho foram junto para uma partida, em 14 de janeiro de 1962, um entrou em lugar do outro e o Vasco da Gama venceu o Santa Cruz, no estádio da Ilha do Retiro, em Recife, por 1 x 0, com Saulzinho marcando o gol, aos 21 minutos. Depois, ele cedeu vaga a Vevé, tendo o treinador Paulo Amaral usado esta turma: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Joel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho (Vevé) e Da Silva.
A primeira parceria terminou ficando para um outro amistoso, no 21 de janeiro, no Estádio da Pajuçara, em Maceió, em Vasco 6 x 0 Clube de Regatas Brasil-CRB, com cada um marcando um gol para esta formação: Ita (Humberto Torgado), Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo (Laerte) e Lorico (Roberto Pinto); Joãozinho, Viladônega (Vevé), Saulzinho e Sabará.
Nascido em 3 de setembro de 1943, em Recife, Vevé desagradava aos seus pais, Edvaldo e Lucinete, com aquela história de querer ser jogador de futebol. Mas quando os dois viram que não iriam impedi-lo, o jeito foi passar a incentivá-lo. Descoberto pelo treinador Valdemiro Silva, o atacante pintou no time juvenil do Santa Cruz, em 1960. Ao fugir para São Januário, estava repetindo um outro goleador surgido no tricolor pernambucano, Gildo, que consagrou-se depois pelo Ceará Sporting.
Em 1962, em oito amistosos, Vevé marcou sete gols. Durante o Campeonato Carioca, disputou 15 rodadas como titular, formando dupla de ataque com Saulzinho Em seguida, o treinador Jorge Vieira o trocou por Viladônega, situação que perdurou pela temporada-1963. Só começou jogando na última partida do Torneio Rio-São Paulo, em dupla ofensiva com Célio, repetido em uma partida pelo Campeonato Carioca – em uma outra, antes, fora parceiro de Altamiro – chances dadas pelo técnico Oto Glória.
1966 - SELEÇÃO BRASILEIRA
A temporada de 1966 marcou a oportunidade
de Saulzinho vestir a camisa do escrete nacional. Foi durante a disputa da Taça
Bernardo O´Higgins, quando a CBD encarregou a Federação Gaúcha de Futebol de
formar uma equipe para representa-la em disputa contra os chilenos - o
treinador de campo foi Carlos Froner, mas o cargo, oficialmente, era de
Fernando Brunelli.
Em dois
jogos, Saulzinho entrou no decorrer do segundo tempo de ambos, substituindo
David (casado com Maria Lúcia, a irmã de Pelé). Com o time usando, em ambas as
vezes, camisa canarinha, calção azul e meiões brancos, em 17 de abril, em Santiago,
o Brasil venceu, por 1 x 0, e Saul substituiu Davi, aos 18 minutos (73) do
segundo tempo. No segundo, em Viña del Mar, o Chile ganhou, por 2 x 1, com a
ajuda da arbitragem, pois, em seu primeiro gol, a bola não entrou.
Ari Hercílio a cabeceou, em cima da linha fatal. Pra completar, o jogo terminou
cinco minutos antes do tempo regulamentar.
OBS: os convocados foram: Arlindo,
Alberto, Altemir, Cleo, Paulo Souza, Áureo, Volmir, João Severiano, Sérgio
Lopes, Vieria e Eloi, do Grêmio; David, Sadi e Dorinho, do Internacional; Ari
Hercílio, do Floriano; Babá, do Juventude; Birinha, do Brasil de Pelotas; Didi
Pedalada e Saulzinho, do Guarani de Bagé; Lambari, do Rio Grande, e Jadir e
Joaquim, do Aymoré.
Sulzinho (D) fardado pela CBD, com Áureo (E) e Sérgio Lopes (C)
FICHASTÉCNICAS
17. 04.1966 – Brasil 1 x 0 Chile – Taça O´Higgins – Local:Estádio
Nacional, em Santiago do Chile. Árbitro: Kevin Howlei (ING). Público: 32.358
pagantes. Gol: João Severiano, o Joãozinho, aos 15 min (60) do 2º tempo.
Brasil: Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e Sérgio
Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir. Técnico: Carlos Froner.
20.05.1966 – Brasil 1 x 2 Chile –
Estádio: Susalaito, em Viña del Mar |(CHI); Taça O´Higgins – Árbitro: Kevin
Howley (ING). Público: 19.011 pagantes. Gols: Joãozinho, aos 19 min do 1º
tempo; Landa, aos 33, e Valdez, aos 35 min do 2º tempo.
Brasil: Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e
Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir (Vieira). Técnico:
Carlos Froner.
Além de atleta e treinador, Saulzinho foi, também, dirigente do
Guarany. Colaborou com vários diretorias.
http://saulzinho70.blogspot.com/
CÉLIO
Célio
Taveira Filho, paulista, nascido em Santos, no 17 de outubro de 1940,
chegou a São Januário, também, com a missão de substituir um ídolo da torcida,
o atacante Delém, negociado com o argentino River Plate. Um desafio e
tanto! Mas ele não se intimidou. Entre 1963 e 1966, quando foi para o uruguaio
Nacional, de Montevidéu, tornou-se uma
das grandes Feras da Colina.
De
estilo “brigão, entrão”, como definiu
o repórter De Santis, da Revista do
Esporte – Nº 343, de 2 de outubro de 1965 - Célio era cavador de gols, dono
de muita mobilidade, “parecendo, em
algumas ocasiões, um serelepe, tentando iludir os marcadores, para evitar
rasgos em suas canelas”, comparava o jornalista, indo além e citando outras
qualidades do atleta: “Cabeceia bem,
testando a bola com pontaria certeira, e é veloz, com ela nos pés, ou quando se
desloca para receber um lançamento”.
Na edição
anterior do semanário, de 25 de setembro, a matéria “Os maiores inimigos dos goleiros”, Célio era incluído num time que alinhava terríveis artilheiros
da metade da década-1960, como os santistas Pelé e Pepe; os alvinegros
Garrincha e Didi, este pela excelência nas cobranças de faltas; o corintiano
Flávio Peito-de-Aço; o banguense,
Parada, também, grande batedor de faltas; o rubro-negro Dida e os
palmeirenses Tupãzinho e Servílio. Sobre Célio, a revista citou que ele se
destacava “pelo arremesso violento e que
havia marcado muitos gols “graças à potência do seu chute”.
Antes de ser um vascaíno, Célio havia passado pelos
paulistas Ponte Preta, Portuguesa Santista e Jabaquara, e até disputado alguns
amistosos pelo italiano Milan. Desembarcou no Vasco em janeiro de 1963, quando
o time excursionava por gamados cucarachas. Foi recebido, friamente, pelo técnico Jorge
Vieira, que não o havia solicitado e, por causa daquilo, nem lhe cumprimentava.
Mesmo assim, abriu-lhe o caminho para tornar-se um dos maiores artilheiros do
clube carioca durante parte da década-1960.
Foi no
Torneio Pentagonal do México, naquele 1963, que nasceu a dupla Célio-
Saulzinho, que já começou vencendo a disputa que teve final Vasco 1 x
1 Dukla, de Praga, da então Tchecoeslováquia, com seis vice-campeões mundiais
na Copa do Mundo do Chile-1962 – Ita; Joel, Brito, Dario e Barbosinha; Maranhão
(Écio), Lorico e Viladônega (Célio); Sabará, Saulzinho e Ronaldo (Fagundes) foi
o time campeão.
O Vasco
contratou Célio, indicado pelo meia Lorico e o técnico Aymoré Moreira, porque o
seu ataque não vinha correspondendo tanto, desde 1961. Seu passe pertencia ao
paulista Jabuaquara, de Santos, e ele custou Cr$ 11 milhões de cruzeiros, tendo
recebido Cr$ 2 milhões, pelos 15% do valor da transação, como mandava a lei da
época, sendo Cr$ 1,5 milhão pago pelos vascaínos e o restante pelo Jabuca. Entre luvas e ordenado, começou
ganhando Cr$ 115 mil mensais, além de moradia e alimentação às custas do Almirante.
Assim
que Célio chegou em São Januário, ele contou, em sua primeira entrevista, que a
sua intimidade com os gramados começara quando era garoto e residia próximo ao
estádio da Portuguesa Santista. “Eu ia
assistir ao treinos, dava uma de gandula e, nos intervalos, até batia bola com
a rapaziada. Aos 12 de idade, entrei para os juvenis da Lusinha. Aos 16, já era
aspirante. Mas não fiquei no clube. Em 1958, fui para a Ponte Preta, de
Campinas. No final de 1959, voltei a Santos e joguei pelo Jabaquara”,
contou Célio à Revista do Esporte - Nº
205, de 16 de fevereiro de 1963.
Até
deixar São Januário (2), em 1966, Célio havia marcado 106 gols. Além do Torneio Internacional de Verão
e Taça Guanabara, ele conquistou, também, o Torneio Rio-São Paulo-1966, disputa
que, por falta de datas para a decisão, devido aos treinos da Seleção
Brasileira rumo à Copa do Mundo, o Vasco ficou empatado, em primeiro lugar, com
Santos, Corinthians e Botafogo.
CÉLIO NA INTIMIDADE
Zagueiro que
se prezasse jamais poderia bobear perto de Célio. Aquele sujeito calmo, que
gostava de ficar em casa, só de calção e chinelos, como todo bom descendente de
português, e não dispensava um animado jogo de baralho, o tradicional buraco - junto com a sua mulher, Nilda, e
o vizinho Dari, defensor do Fluminense - era um terrível matador nos grmados. Que o diga os 106 gols que marcou com a camisa
cruzmaltina, num tempo em que não se jogava tanto e nem havia preocupações com
estatísticas. Como o definiu a Revista do Esporte, principal publicação
esportiva do país da década-1960 – Nº
246, de 23 de novembro de 1963 -, Célio aliava “a valentia e a determinação de completar uma jogada à inteligência com
que conduzia a bola ou a lançava um companheiro”.
Devido a tais
características, a publicação o incluiu entre os 17 atacantes que considerava
os melhores do país para um deles ser o companheiro de Pelé durante a Copa do
Mundo-1966, na Inglaterra – os outros eram Coutinho, parceiro do “Rei” no ataque do Santos; Aírton e Dida
(Flamengo); Amarildo e Quarentinha (Botafogo); Joaquinzinho (Fluminense); Parada
(Bangu); Nei e Silva (Corinthians);
Ivair (Portuguesa de Desportos); Servílio e Vavá (Palmeiras); Prado e
Pagão (São Paulo); Flávio (Internacional); Marco Antônio (Cruzeiro) e Picolé (São
Bento, de Sorocaba-SP).
Célio foi
100% atleta. Jamais bebia alcoólicos e nem freqüentava as badaladas noitadas cariocs,
preferindo colocar o seu pijama, entre as 22 e 23 horas, para ter uma boa noite
de sono e, no dia seguinte, a partir das 6 da manhã, quanto ia ao chuveiro –
com o sabonete Gessi – e escovava os dentes – o creme Eucalol – já estar pronto para a dureza dos
treinamentos.
Pelas suas
avaliações, Célio achava que, por aquele seus tempos de boleiro, camisa ganhava
jogo, a depender do estado psicológico de cada um. “Influi”, percebia, da mesm forma que sustentava concentração ser bom, desde que fosse
curta: “Longas, de modo algum beneficia o
atleta”.
Pra as suas chuteiras, sentia
o Maracanã e o Estádio
Nacional, de Santiago do Chile com os melhores pisos (da década-1960). O pior,
considerava o do XV de Novembro, em Jaú-SP. Ao mesmo tempo em que, brincando
dizendo “não sou dos piores”, Célio
considerava Pelé e Gérson dois supercraques. Também, admirava muito o
concorrente Vavá (7), do Palmeiras. Emocionava-se com todas as vitórias, tendo uma
delas tido sabor especial: Vasco 1 x 0 Vasco, com um gol dele, cobrando falta,
de fora da área, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1964.
A sua simplicidade era o que Célio mais admirava em si.
Como bom descendente de português, preferia as morenas. Pesando 70
quilos, comia de tudo, principalmente os “saborosos
quitutes” da Dona Nilda Maria
Gianjulio Taveira. Mas cuidando para não passar dos limites e perder a
mobilidades (dos centroavantes impiedosos).
Terminadas as partidas, Célio corria para uma
chuveirada fria. Dificilmente, usava uma banheira, onde muitos atletas até
tiravam uma soneca. Deixava isso para depois do almoço, principalmente nos dias
em que podia ir à praia, junto com a sua mulher. Só não levava a companheira
aos seus jogos, pois ela, desde os tempos de namorados, não suportava vê-lo
recebendo bordoadas dos zagueiros. Se bem que, depois dos jogos, não deixasse
de lhe indagar pelo placar.
Além das
partidas de baralho, Célio tinha outro programa noturno, em sua casa, na Ilha
do Governador: assistir videoteipes de jogos que as TVs passavam. Achava precisar
analisar as suas atuações e “espionar”
possíveis futuros marcadores.
Se dependesse
da sua vontade, o seu primeiro herdeiro seria um garoto. Mas a cegonha atendeu o
pedido da Dona Nilda e entregou Flávia
Giangiulio Taveira, no domingo 5 de julho de 1964, na Maternidade Arnaldo de
Morais, em Copacabana, às 20h45, pesando 3,550 quilos e medindo 51 centímetros
de altura.
Naquele dia,
Célio estava convidado, pelo presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes, a visitarem
a cidade mineira de Leopoldina, onde assistiriam amistoso de um time misto
cruzmaltino. Só não foi porque a sua mulher, que era acompanhada, desde o
início da gestação, pela médica Teresinha Mota, sentiu-se indisposta. Então, em
vez de ir às Minas Gerais, “viajei, da
Ilha do Governador a Copacabana, dirigindo um Dauphine que fui buscar,
em Santos, emresstado por meu pai” - uns 20 dias antes da chegada da hoje
arquiteta Flávial, mãe da Miss Paraíba-2010, Natália Taveira, que ficou em
quinto lugar no Miss Brasil.
Era pensamento de Célio, esperar umas dus temoradad
para encomendar um menino e formar um casal. “Depois, iria dispensar a cegonha”, brincava. Marcelo, o garoto,
chegou, mas o pássaro trouxe, ainda, a futura jornalista Camila.
Sujeito
virador, desde criança, Célio era de assumir posições políticas sem
tergiversar. Em 1965,
por exemplo, quando os cartolas e os representantes de sua categoria aboliram o
dinheiro extra que os jogadores levavam das assinaturas dos contratos, as
chamadas luvas, consideradas inflacionárias
no futebol carioca – em substituição, haveria salários mais altos, na
realidade, luvas parceladas –, ele
ficou contra, por não ver benefícios com a inovação. “Seremos obrigados a pedir, por favor, algum dinheiro, quando temos um
direito”, protestou.
Célio não titubeava diante posturas a assumir. Quando
um repórter o indagou sobre que o que faria se recebesse uma proposta para
amolecer um jogo - seção Bate Bola, Nº 310,
da Revista do Esporte, de 13 de fevereiro de 1965 - , ele avisou que, se
estivesse calmo, não daria atenção. Caso ficasse nervoso, não se
responsabilizaria pelo que sucedesse.
Sempre ligado
na partida, Célio era daqueles que não jogava caldo. Jamais deixava de alertar
um companheiro que tivesse a posse da bola e viesse “ladrão” por trás. Com os árbitros – considerava Armando Marques o
melhor – discutira muito em seus inícios de carreira, quando era o capitão do
time do Jabaquara e via-se, muitas vezes, esbulhado. “No interior paulista não era fácil. Era obrigado a gritar”, lembrava
o sujeito que revoltava-se ao receber críticas infundadas – se a intenção fosse
ajudá-lo, ficava calado.
O atacante tornou-se, também, capaz de tabelar atividades paralelas, sem que
uma prejudicasse o seu ofício principal, o de fazer gols. Um exemplo disso despontou quando trocou o Vasco da
Gama, pelo uruguaio Nacional, de Montevidéu. Não limitou as suas atividades aos
gramados. Por ter se tornado grande ídolo da torcida, foi convidado a
apresentar um programa de rádio, a “Discoteca
do Célio”. Topou e chegou a levar muito trabalho para a concorrência
no horário. Certa vez, conseguiu entrevista exclusiva com (o vascaíno) Roberto Carlos, que vivia grandes
momentos com sua Jovem Guarda. Na
paraibana João Pessoa, onde viveu, após o final da carrera, saiu-se muito bem,
também, como comentarista esportivo da Rádio CBN - e como sócio-administrador de empresa de embalagens
para exportação de frutas.
GRANDE
PARCERIAS
Aos 16 de idade, Célio tentou jogar pelo Santos, mas o treinador Ramiro Valente o dispensou. Então, defendeu Portuguesa Santista, Ponte Preta e Jabaquara, até o Vasco da Gama levá-lo, em 1963. Antes, fora, também, colega de Pelé durante o no serviço militar , na 6ª Guarda Costeira, em Santos, em 1959. Célio (E) e o soldado Nascimento – Nº 202 – no quartel do GASCOM |
Célio começou a sua vida vascaína
vencendo dois torneios internacionais, em 1963: Pentagonal, do México e
Quadrangular de Santiago do Chile. Depois, ganhou o Torneio Cidade
de Belém-1964 e o Torneio IV
Centenário do Rio de Janeiro-1965, contra a seleção da Alemanha Oriental, o espanhol
Atlético de Madrid e o Flamengo, no qual ajudou a mandar 4 x 1. Em 1966,
venceu o Torneio Rio-São Paulo, dividindo titulo com Botafogo, Santos e Corinthians.
Os 4 x 1 Flamengo foram em noite do 21
janeiro de 1965, no Maracanã, com ele marcando dois gols -
aos 39 e aos 42 minutos do 1º tempo, e Saulzinho completando o pancadão, aos 24 e aos 33 da etapa final,
para esta formação armada pelo treinador Zezé Moreira: Ita, Joel
Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e
Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Célio, Saulzinho e
Zezinho.
Tudo isso começa pelos inícios de 1963,
quando o Vasco da Gama girava pelo México e Célio foi enviado para se
apresentar ao treinador Jorge Vieira, juntamente com um outro atacante, o
Mário Tilico. Jorge os recebeu, friamente, por não tê-los
solicitado, como procediam todos os seus colegas da época, e até tinha razão de
se aborrecer com o reforço não pedido, pois, até então, o currículo de Célio anotava só 35 gols
marcados entre Ponte (1959 a 1960) e Jabuca (1960 a 1962).
Fora aquilo, o mais importante na carreira do rapaz era só ter sido companheiro
de Pelé durante o serviço militar, em Santos, e nascido neto de Antônio Taveira de Magalhães, campeão
carioca de remo-1905/1906), pelo Vasco da Gama.
Pouco? Logo começaria a ser muito. Célio
agarrou a chance quando Jorge Vieira mandou-o a campo, entrosou-se bem com
Saulzinho e saiu do México usando a sua primeira faixa de campeão cruzmaltino,
tendo por adversário, na final, o Dukla, da então Tchecoeslováquia, base dos
vice-campeões mundiais da Copa-1962, seis meses antes.
Em sua estreia vascaína, Célio substituiu
Saulzinho, no decorrer de Vasco 5 x 0 El Oro, com gols por Sabará, Maranhão, Ruvalcalba (contra),
Viladônega e Écio, com time sendo: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel;
Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho (Célio), Viladônega e Ronaldo. Uma semana antes (10. 01), sem
Célio ainda no time, a rapaziada havia iniciado a disputa, vencendo o América, da
Cidade do México, por 1 x 0, com gol por Saulzinho.
Em 20 de janeiro, Célio voltou a entrar no decorrer
da partida, daquela vez substituindo Viladônega, no 1 x 1 Chivas Guadalajara,
com gol vascaíno por Saulzinho – Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e
Dario; Maranhão (Écio) e Lorico (Fagundes); Sabará, Saulzinho, Viladônega
(Célio) e Ronaldo (Russo) foi a equipe. Por fim, rolou título, no 31 de
janeiro, com 1 x 1 Dukla, de Praga, da então Tchecoeslováquia, que levou gol
aos 17 minutos, por Ronaldo, e só conseguiu empatar aos 42 do segundo tempo –
Ita; Joel Felício, Brito, Brbosinha e Dario. Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará,
Saulzinho, Viladônega (Célio) e Ronaldo (Fagundes) foram os campeões, com Célio
começando a conhecer grandes públicos: 80 mil, nos 5 x 0 Oro; 60 mil, em 1 x 1
Chivas, e 50 mil, do 1 x 1 Dukla.
De volta ao Rio de Janeiro, Célio disputou o
Torneio Rio-SP, então maior competição do futebol brasileiro) e fez go (28.03),
aos 41 minutos do 1º tempo de Vasco da Gama 1 x 1 Palmeiras – Humberto Torgado;
Joel Felício, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará
(Joãozinho), Vevé (Laerte), Célio e Ronaldo, a escalação. A torcida vascaína,
porém, só o sentiu mais ídolo quando ele voltou do Torneio Pentagonal do Chile
(31.03 a 14.04), tendo sido o cara, autor de cinco gols, em
quatro jogos - dividiu o título com a Universidad de Chile, por falta de datas
para uma decisão.
Etapa seguinte, um amistoso caça-níquel, com o Goytacaz, de Campos-RJ e partida para
nova excursão, daquela vez por África e Europa. Na volta, estreou no Campeonato
Carioca, marcando um dos três gols mais rápidos da história do futebol
vascaíno: aos 45 segundos dos 4 x 1 Portuguesa-RJ (30.06) – Humberto; Joel
Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Célio, Saulzinho
e Ronaldo foi o time escalado por Jorge Vieira e que teve gols, também, por
Saulzinho, aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo, etapa em que
Sabará, também, deixou o dele, aos 31. Aquele tento que o inscreveu no só Matadores Mais Rápidos da
Colina, ficou atrás só de de
Reginaldo (7, 87 segundos, em Vasco 4 x 0 Duque de Caxias,
no 23 de março de 2014); Thiago Galhardo (18 segundos dos 3 x 1 Volta Redonda, em 4 de
fevereiro de 202(?)) e de Nenê (23 segundos, de Vasco 1 x 0 Oeste-SP, marcado
no 31 de maio de 2016).
Naquele Estadual-1963, Célio perdeu o seu primeiro
pênalti como vascaíno, nos 5 x 1 Madureira. Mas terminou a competição com 15
bolas no filó, sendo o segundo
artilheiro da disputa, apresentando-se, definitivamente, à torcida vascaína.
Pouco tempo depois, já em 1964, Célio
fez uma outra apresentação à galera cruzmaltina,
mas longe de casa: on jogador
sangue quente. A Turma da Colina excursionava ao Paraguai, disputando
torneio quadrangular internacional, quando ele cometeu a sua
primeira indisciplina almiranteira. Revoltado contra o juiz de
Vasco 1 x 2 Cerro Corá (10.03), que favorecia, desavergonhadamente, ao time
paraguaio, o agrediu, mas não foi o expulsou de campo. Repetiu indisciplina
(09.05.1964), aos 51 minutos de Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, pelo Torneio
Rio-São Paulo, trocando tapas com um adversário.
Por ali, a imprensa passou a escalá-lo no time
dos irritadinhos, por já ter sido excluído de Vasco 0 x 0 Olaria
(06.03.1963), aos 18 minutos do segundo tempo, devido um outro desentendimento
com rival, durante o Torneio Rio-São Paulo, disputa em que fora excluído, também,
no jogo (04.04.1964) em que ele ajudara a manter acesa a chama do Time
da Virada, marcando o terceiro gol de Vasco 3 x 2 Palmeiras, na casa do
adversário.
GRANDE PARCERIAS
Aos 16 de idade, Célio tentou jogar pelo
Santos, mas o treinador Ramiro Valente o dispensou. Então, defendeu Portuguesa Santista, Ponte Preta e Jabaquara, até o Vasco da Gama levá-lo, em
1963. Antes, fora, também, colega de Pelé no serviço militar e no time do
Exército, campeão Sul-Americano das
Forças Armadas-1959. (ver isso) |
|
Célio começou a sua vida vascaína
vencendo dois torneios internacionais, em 1963: Pentagonal, do México e
Quadrangular de Santiago do Chile. Depois, ganhou o Torneio Cidade
de Belém-1964 e o Torneio IV
Centenário do Rio de Janeiro-1965, contra a seleção da Alemanha Oriental, o
espanhol Atlético de Madrid e o Flamengo, no qual ajudou a mandar 4 x 1.
Em 1966, venceu o Torneio Rio-São Paulo, dividindo titulo com Botafogo, Santos e Corinthians.
Os 4 x 1 Flamengo foram em noite
do 21 janeiro de 1965, no Maracanã, com ele marcando dois gols
- aos 39 e aos 42 minutos do 1º tempo, e Saulzinho completando o pancadão, aos 24 e aos 33 da etapa
final, para esta formação armada pelo treinador Zezé Moreira: Ita,
Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão
e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Célio, Saulzinho e
Zezinho.
Tudo isso começa pelos inícios de 1963,
quando o Vasco da Gama girava pelo México e Célio foi enviado para se
apresentar ao treinador Jorge Vieira, juntamente com um outro atacante, o
Mário Tilico. Jorge os recebeu, friamente, por não tê-los
solicitado, como procediam todos os seus colegas da época, e até tinha razão de
se aborrecer com o reforço não pedido, pois, até então, o currículo de Célio anotava só 35 gols
marcados entre Ponte (1959 a 1960) e Jabuca (1960 a 1962).
Fora aquilo, o mais importante na carreira do rapaz era só ter sido companheiro
de Pelé durante o serviço militar, em Santos, e nascido neto de Antônio Taveira de Magalhães, campeão
carioca de remo-1905/1906), pelo Vasco da Gama.
Pouco? Logo começaria a ser muito. Célio
agarrou a chance quando Jorge Vieira mandou-o a campo, entrosou-se bem com
Saulzinho e saiu do México usando a sua primeira faixa de campeão cruzmaltino,
tendo por adversário, na final, o Dukla, da então Tchecoeslováquia, base dos
vice-campeões mundiais da Copa-1962, seis meses antes.
Em sua estreia vascaína, Célio substituiu
Saulzinho, no decorrer de Vasco 5 x 0 El Oro, com gols por Sabará, Maranhão, Ruvalcalba (contra),
Viladônega e Écio, com time sendo: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e
Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho (Célio), Viladônega e Ronaldo. Uma semana antes (10. 01), sem
Célio ainda no time, a rapaziada havia iniciado a disputa, vencendo o América, da
Cidade do México, por 1 x 0, com gol por Saulzinho.
Em 20 de janeiro, Célio voltou a entrar no decorrer
da partida, daquela vez substituindo Viladônega, no 1 x 1 Chivas Guadalajara,
com gol vascaíno por Saulzinho – Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e
Dario; Maranhão (Écio) e Lorico (Fagundes); Sabará, Saulzinho, Viladônega
(Célio) e Ronaldo (Russo) foi a equipe. Por fim, rolou título, no 31 de
janeiro, com 1 x 1 Dukla, de Praga, da então Tchecoeslováquia, que levou gol
aos 17 minutos, por Ronaldo, e só conseguiu empatar aos 42 do segundo tempo –
Ita; Joel Felício, Brito, Brbosinha e Dario. Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará,
Saulzinho, Viladônega (Célio) e Ronaldo (Fagundes) foram os campeões, com Célio
começando a conhecer grandes públicos: 80 mil, nos 5 x 0 Oro; 60 mil, em 1 x 1
Chivas, e 50 mil, do 1 x 1 Dukla.
De volta ao Rio de Janeiro, Célio disputou o
Torneio Rio-SP, então maior competição do futebol brasileiro) e fez go (28.03),
aos 41 minutos do 1º tempo de Vasco da Gama 1 x 1 Palmeiras – Humberto Torgado;
Joel Felício, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará
(Joãozinho), Vevé (Laerte), Célio e Ronaldo, a escalação. A torcida vascaína,
porém, só o sentiu mais ídolo quando ele voltou do Torneio Pentagonal do Chile
(31.03 a 14.04), tendo sido o cara, autor de cinco gols, em
quatro jogos - dividiu o título com a Universidad de Chile, por falta de datas
para uma decisão.
Etapa seguinte, um amistoso caça-níquel, com o Goytacaz, de Campos-RJ e partida para
nova excursão, daquela vez por África e Europa. Na volta, estreou no Campeonato
Carioca, marcando um dos três gols mais rápidos da história do futebol
vascaíno: aos 45 segundos dos 4 x 1 Portuguesa-RJ (30.06) – Humberto; Joel
Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Célio, Saulzinho
e Ronaldo foi o time escalado por Jorge Vieira e que teve gols, também, por Saulzinho,
aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo, etapa em que Sabará,
também, deixou o dele, aos 31. Aquele tento que o inscreveu no só Matadores Mais Rápidos da
Colina, ficou atrás só de de
Reginaldo (7, 87 segundos, em Vasco 4 x 0 Duque de Caxias,
no 23 de março de 2014); Thiago Galhardo (18 segundos dos 3 x 1 Volta Redonda, em 4 de
fevereiro de 202(?)) e de Nenê (23 segundos, de Vasco 1 x 0 Oeste-SP, marcado
no 31 de maio de 2016).
Naquele Estadual-1963, Célio perdeu o seu primeiro
pênalti como vascaíno, nos 5 x 1 Madureira. Mas terminou a competição com 15
bolas no filó, sendo o segundo
artilheiro da disputa, apresentando-se, definitivamente, à torcida vascaína.
Pouco tempo depois, já em 1964, Célio
fez uma outra apresentação à galera cruzmaltina,
mas longe de casa: on jogador
sangue quente. A Turma da Colina excursionava ao Paraguai, disputando
torneio quadrangular internacional, quando ele cometeu a sua
primeira indisciplina almiranteira. Revoltado contra o juiz de
Vasco 1 x 2 Cerro Corá (10.03), que favorecia, desavergonhadamente, ao time
paraguaio, o agrediu, mas não foi o expulsou de campo. Repetiu indisciplina
(09.05.1964), aos 51 minutos de Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, pelo Torneio
Rio-São Paulo, trocando tapas com um adversário.
Por ali, a imprensa passou a escalá-lo no time
dos irritadinhos, por já ter sido excluído de Vasco 0 x 0 Olaria
(06.03.1963), aos 18 minutos do segundo tempo, devido um outro desentendimento
com rival, durante o Torneio Rio-São Paulo, disputa em que fora excluído,
também, no jogo (04.04.1964) em que a rapaziada manteve acesa a chama do Time
da Virada, marcando o terceiro gol de Vasco 3 x 2 Palmeiras, na casa do
adversário.
TEMPORADA-1963
O Vasco começara
mal o Campeonato Carioca, perdendo do Campo Grande e empatando com o
Madureira. Levou vaias de sua torcida, o que Célio achou injusto. E
alertou, por entrevista à Revista do Esporte - Nº 233, de 24
de agosto de 1963. Para ele, os apupos poderiam atrapalhar o “grande
trabalho de profundidade que vem sendo feito pelo treinador Jorge Vieira”. Tinha moral
para reclamar. Afinal, voltara campeão do Pentagonal do México e elogiado
por um dos mais experientes e respeitados jogadores do futebol carioca, o
colega Barbosinha, em declarações ao Nº 209 da mesma semanária, de 9 de março
de 1963: "Célio é um craque. Em tudo ele nos faz recordar o Delém
(ídolo da torcida e goleador negociado com o argentino River Plate). Até o
físico é igual. Impetuoso, lutador, poderá dar muitas alegrias à torcida
vascaína" – o que aconteceu.
Célio
justificava atuações fracas do time do Estadual-1963, pelo cansaço do
grupo voltado de estafantes excursões ao exterior, pouco antes. “Entramos
quase sem pernas no campeonato (Carioca)”, afirmou, referindo-se ao
desgaste físico deixado pelo giro por El Salvador, México, Chile, África e
Europa, entre janeiro, maio e junho. “Lá fora, eu e o Saulzinho não
jogamos juntos três vezes seguidas, e o time não conseguia atuar duas partidas
com a mesma formação”, queixou-se. Também, chamava a atenção para o fato de
peças-chaves do time serem jovens e, embora elogiando o meio-de-campo vascaíno
- Maranhão e Lorico -, que o via em nível de Seleção Brasileira para a Copa do
Mundo-66, achava que a dupla ainda não tinha “o necessário traquejo e a
indispensável experiência para prender e passar a bola, conforme o caso”. Por
isso, pedia o incentivo da torcida e lembrava que a
mesma turma do estadual ganhara o Pentagonal do México,
diante de seis vice-campeões mundiais, e encarado, durante o giro, outros times
de primeira categoria. “Foram provas duríssimas, nas quais o
Vasco saiu-se bem, ganhando os maiores elogios da crítica e do público”, recordou.
Sobre
o giro pela África, Célio citou ter o Vasco enfrentado temperaturas de 47 graus
à sombra, jogando seguidamente, até chegar à Espanha. “Os colegas resistiram
à dureza da excursão por força da obrigação, pois todo o grupo já estava
saturado de bola”, garantiu, acrescentando que seriam necessário uns
15 dias de descanso para reposição de energia. “O que nos esperava era a
dureza do campeonato (Carioca) que já estava correndo. Como não poderia deixar
de ser, o Vasco sentiu o efeito de excursões cansativas e prejudiciais,
perdendo, para o Campo Grande, na segunda rodada”, discutiu, cobrando
que, durante a passagem pelo Chile, sem muitos desgastes físicos, ainda, “fazíamos gols por música, o gol já vinha
feito”, assinalou.
Embora
não tivesse merecido a atenção do treinador Jorge Vieira, quando juntara-se à
delegação vascaína, em janeiro, no México, Célio elogiava o sistema tático do
comandante das equipe, considerando-o “ótimo”, por fechar o
meio-de-campo e possibilitar o ataque em massa.
Esquisitamente, ao final da temporada 1963, Celio foi apontado, pela Revista
do Esporte, entre as revelações do Campeonato Carioca. Palpite nada correto,
pois ele já havia passado da fase de ser considerado revelação, por
já ter participado de campanhas paulistas por Ponte Preta, de Campinas, e Jabaquara,
de Santos. E até disputado amistosos pelo italiano Milan, que não o levou
devido desacertos financeiros com o dono do passe.
Célio
tornou-se vascaíno, em janeiro de 1963, para ajudar na conquista do Torneio
Pentagonal do México. Durante o Campeonato Carioca, atingira a boa marca de 15
gols (três a menos do que o principal matador, o banguense
Bianchini), em 22 jogos, atuando ao lado de Saulzinho, Altamiro,
Mário Tilico ou Vevé. Destaque no ataque de São Januário, como
homem-base da dupla fatal, aos 23 anos, não era mesmo pra ser
considerado revelação de temporada. Já era uma realidade.
CASAMENTO
O ofício de fazer gols para o Vasco da Gama dificultou o casamento
de Célio. Por duas vezes, ele teve de adiar a troca de alianças, o que só uma
contusão facilitou-lhe levar Ilda ao altar da matriz do Embaré, em Santos, às
17h do 25 de setembro de 1963, em uma terça-feira. Antes, às 10h30, os dois
haviam se casado, civilmente.
Fora grande o número de presentes, na maioria amigos do casal. Da
turma do futebol, entre outros, compareceram o atacante corintiano
Marcos, colega de Célio no Jabaquara e o presidente Rubens Cid Peres, levando
toda a sua rapaziada. A Turma da Colina foi representada só
pelo fotógrafo Homero, pois o restante havia ido a campo vencer o São
Cristóvão, por 1 x 0, pelo Campeonato Carioca.
Célio entrou na igreja ás 16h45, apadrinhado por Júlio Anleto
Bitencourt/senhora e Casemiro Casado/senhora. Ilda, às 16h50, conduzida pelos
padrinhos, Adelino Guassaloca/esposa e Roberto Franjeto/esposa, ao som da Marcha
Nupcial, de Mendelssohn. Ela usava vestido de gorgorão de seda branca, com
uma estola de gripee caindo sobre os ombros. A grinalda tinha
incrustações de rosas e flores de laranjeira. O véu, de tule francês, media
1m50cm, confeccionado por Esmeralda Mauri, prima da noiva. Custou Cr$ 100 mil
cruzeiros. De sua parte, o noivo trajava terno de casimira preto, que custara
Cr$ 90 mil. Os sapatos estavam no mesmo tom, mas meias, camisa e gravata no
branco.
Célio conheceu Ilda quando jogava pelo Jabaquara. Como ela
trabalhava na secretaria do clube, ele sempre dava um jeitinho de aparecer por
lá, encantado com a graça e a beleza da moça. Pelo Natal de 1961, a moça
precisava da ajuda para fazer compras. Foi o lance perfeito para Célio atacar
mais forte. Ofereceu-se para ajudar e, depois das compras, tabelou com Cupido e marcou o primeiro encontro pra
decolar namoro. De início, Dona Ilda, xará da filha, não simpatizou muito com o
lance, mas, depois de conhecer o futuro genro, deixou o jogo correr, pintando
noivado na área, em junho de 1962.
Ilda Maria Jean Júlio Taveira, nome de casada, tinha
20 anos, ao dizer o sim a Célio
Taveira Filho, de 23. Passaram a lua-de-mel entre a mineira Poços de Caldas,
São Paulo e Santos, e a residir na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Célio
voltou daquele período uma fera com os cartolas vascaínos, pois a promessa
deles, de ajudá-lo nas despesas casamenteiras ficara só no papo. O que o ajudou
mesmo, contou, foi a atitude do goleiro Humberto Torgado, de entregar-lhe toda
a gana depositada na caixinha dos jogadores (para a festinha
de final de ano), para ele pagar os compromissos imediatos, Cr$ 40 mil
cruzeiros mensais do aluguel de residência e mais Cr$ 20 mil da prestação da
compra de imóvel. Por aquela época, os jogadores de futebol tinham desconto
previdenciário do antigo IAPC-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Comerciários, e Célio dizia estar vivendo com o dinheiro que sobrara das luvas
recebidas pela mudança do Jabaquara para o Vasco da Gama.
Em junho de 1964, quando esperava pelo primeiro filho, Célio
voltou a reclamava dos cartolas. Ao assinar contrato com os vascaínos, ele
levaria Cr$ 50 mil mensais, aumentados para Cr$ 70 mil, na época do casório.
Devido a inflação alta do período, ele dizia precisar ganhar Cr$ 180 mil
mensais para acompanhar a dura fase. No meio da cobrança, chorava não ter
ficado no Milan, por ter pedido Cr$ 15 milhões, de luvas, quando
o clube italiano só oferecia Cr$ 5 milhões - acusou os rossoneri de tentar desvalorizá-lo, só o lançando em campo pelos 10
minutos finais das três partidas em que entrou.
TEMPORADA-1964
Durante as a década-1960, era tradicional a
imprensa eleger a seleção dos campeonatos estaduais. Com o Vasco da Gama, na entressafra, seu
time só conseguiu enviar Célio para o time dos melhores de 1964 - após
o SuperSuper-1958 e até 1964, o máximo que conseguira fora um
vice-campeonato estadual, em 1961, junto com Flamengo e Fluminense, mas
perdendo de ambos pelo critério do desempate técnico,
No caso da Revista do Esporte, para formar o seu time dos astros, esta ouviu 36
profissionais da imprensa esportiva carioca, entre eles nomes famosos, como
Antônio Cordeiro (Rádio Nacional), Luís Mendes (TV Rio), José
Araújo (O Jornal), Rui Porto e Clóvis Filho (Emissora
Continental); Oduvaldo Cozzi (Rádio Mayrink Veiga/TV Excelsior),
Benjamin Wright e Waldir Amaral (Rádio Globo); Gérson Monteiro e Milton
Salles (Revista do Esporte); Mário Filho, Luis Bayer e Geraldo Romualdo
(Jornal dos Sports);Doalcei Camargo (Rádio Guanabara); João
Saldanha (Rádio Guanabara/Última Hora/TV Rio), Orlando Batista e Ademar
Pimenta (Rádio Mauá);Ricardo Serran (O Globo); Luís
Alberto (Diário de Notícias), Fred Quarteroli (Diário Carioca),
Alberto Laurence (Última Hora/Jornal dos Sports); Mário Derrico (Luta
Democrática); Don Rosé Cavaca (Tribuna da Imprensa); Sandro Moreira
(Última Hora); Armando Nogueira e Marcos Castro (Jornal do Brasil);
Halmalo Silva (O Dia/A Noticia); Achilles Chirol (Correio da Manhã);
Cid Ribeiro (Rádio Tupi); Raul Longras (Rádio Mundial/A Noite);
Carlos Marcondes (Rádio e TV Continental), e Zildo Dantas (O Dia/A
Notícia).
Tais cronistas elegeram estes os
melhores futebol carioca em 1964: Marcial (Flamengo); Carlos Alberto
Torres (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos e Rildo (ambos do
Botafogo), com o primeiro deslocado para a zaga, já que era lateral-esquerdo;
Oldair (Fluminense) e Roberto Pinto (Bangu); Paulo Borges (Bangu), Célio (Vasco
da Gama), Parada (Bangu) e Abel (América) - Célio estava em sua segunda
temporada cruzmaltina.
A fase vivida por Célio fora boa, mas o Vasco da
Gama fizera uma fraco Campeonato Carioca, terminando em sexto lugar, atrás de
Fluminense, Bangu, Botafogo, Flamengo e América. Enquanto os campeões somavam
39 e perdiam 13 pontos, os cruzmaltinos conquistavam 10 a menos e perdiam 19,
distância inaceitável para a tradição do clube, que sofrera seis derrotas e
empatara sete jogos – nas 11 vitórias, tendo marcado 44 gols pró e sofrido
28.
Célio considerou o seu gol mais bonito na temporada
o da partida noturna, no Maracanã, de Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. “Um
prêmio ao meu esforço e dos companheiros Saulzinho e Zezinho. Este, depois de
ultrapassar o Carlos Alberto Torres, me fez o passe. De frente para o gol,
tentei chutar. A bola bateu no Procópio e ficou entre o Saulzinho e o Altair.
Como o zagueiro tricolor demorou a rebatê-la, o tchê (Saul), rapidamente,
chutou ao gol. Novamente, a bola tocou no Procópio e ia saindo pela linha de
fundo. Corri e, antes que ela escapasse, tentei dar um passe para o Saulzinho.
A bola, batendo no Altair, que tentou tirá-la de campo, enganou o goleiro
Castilho, que havia saído do gol, tentando a defesa. Fiz o gol e perdi o
equilíbrio, devido o esforço, e beijei a grama”, narrou Célio que enganou-se ao
citar Zezinho acima, pois este não participou do prélio, mas do jogo do
returno, que terminou no 1 x 1, em 6 de dezembro, com a esclação só trocando
Caxias, por Brito, e Da Silva, por Zezinho.
O jogo em que Célio fez o seu gol mais bonito no
Campeonato Carioca-1964 – aos 20 minutos do primeiro tempo – foi no domingo 13
de setembro, no Maracanã, apitado por Eunápio Gouveia de Queiroz e assistido
por 49.288 pagantes – Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão
e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulziho e Da Silva foi o time
comandado pelo técnico Ely do Amparo. Para vascaínos fanaticaços, um acerto de contas da temporada 1952, quando o
Vasco da Gama só não ficou campeão carioca invicto porque os tricolores o
venceram, por aquele mesmo 1 x 0. Lembram, ainda, de outra coincidência:
pelo returno do Estadual-1964, os dois times empataram, por 1 x 1 (06.12),
tendo empatado, também (11.01.1953), mas por 2 x 2, durante o returno de 1952,
invadindo a temporada seguinte.
O CRAQUE DA CAPA
A Revista do Esporte Nº 343, de 2 de
outubro de 1965, trouxe Célio na capa junto com o meia tricolor
Joaquinzinho e chamada óbvia: "Dois craques, dois estilos”. Se um
era artilheiro e o outro armador, não poderia rolar outra coisa – texto das
páginas 21/22, ilustrada por um lance de cada um deles.
Diz a publicação que Célio “despontou,
de imediato, como ponta-de-lança capaz de enredar as defesas adversárias, com
suas tramas, e dar ao time os gols que a torcida recamava”. Acrecentava que “batia bem na
bola, com os dois pés” e tinha estilo “brigão que vai cavar o gol lá na
chamada zona em que os zagueiros usam toda a espécie de recursos para evitar
que os atacantes adversários balancem as redes do seu time”. Também, o via
dono de muita mobilidade, “motivo porque há ocasiões em que parece um
serelepe, pulando daqui para a li, na tarefa de iludir os seus marcadores e, ao
mesmo tempo, evitar que as suas canelas sejam devidamente condecoradas pro
algum beque mais afoito”. Ainda, ressaltava que Célio “enche os olhos da torcida: cabeceado
bem, testando a bola com pontaria certeira, capaz de assustar qualquer goleiro”.
E finalizava: “É veloz com a bola nos pés ou quando se desloca para receber
um lançamento”.
Tempos depois, pelo Nº 378, de 4 de junho de 1966,
fotografado por Dom Carlos, Célio voltava à capa da semanária, em uma das
muitas outras vezes. Na antepenúltima página, a do editorial, o expediente, ao
se referir ao atleta, dizia que Célio fizera boas partidas pelo Torneio Rio-São
Paulo, “merecendo sua convocação para o escrete nacional” – treinar para
a Copa do Mundo.
A matéria estava nas folhas 45/46, com uma espantativa chamada: “Ele é
vascaíno desde garotinho, mas... - um explicativo título
complementava: “Porque Célio quer deixar o Vasco”.
Segundo a publicação, o
goleador via-se merecedor de melhor salário e, além de precisar ganhar melhor,
para cuidar do futuro, necessitava voltar para São Paulo, a fim de tratar de
assuntos particulares, pois a sua família residia em Santos. Bem antes disso, a
revista havia publicado duas capas muito parecidas, entre finais de 1963 e
inícios de 1964. Pelo Nº244, de 9 de novembro de 1963, Jurandir
Costa fotografou Altamiro, Célio, Lorico (em pé), Sabará e Maurinho
(agachados), enquanto a edição Nº 256, de 1º de 1964, a "turma de
cima" é repetida, sem os outros colegas, tendo por diferencial a posição
dos braços.
Quando lançou as duas tiragens, a
publicação tinha oficina e redação no centro do Rio de Janeiro, à Rua Santana
Nº 136. Integrava a mesma empresa que publicava a Revista do Rádio, ambas de
propriedade de Anselmo Duarte, e contava com os repórteres Adílson Polvil,
Waldemir Paiva, Mário Derrico, Nóli Coputinho, Deni Menezes, Tarlis Batista,
Ademar de Almeida, Henrique Batista e Otton Corrêa.
Embora o ataque vascaíno
figurasse na primeira página, não havia matéria sobre o mesmo. Apenas uma
citação, no expediente, que o identificava, informando que fora uma das muitas
formações da rapaziada durante o Campeonato Carioca. Futebol à parte, havia
duas páginas sobre o casamento de Célio, com Ilda Maria Jean Júlio
Taveira (nome de casada), em 25 de setembro de 1963, na igreja do
Embaré, em Santos – e uma apresentação do novo zagueiro da casa, Pereira,
emprestados pela Portuguesa de Desportos.
O outro número trazia citação
quase idêntica sobre a capa, mas havia matéria – Vasco vai gastar milhões com o futebol – com menção a Célio e
Lorico, focalizados como “grandes astros”
que não seriam negociados. Neste texto, por sinal, o presidente Manoel Joaquim
Lopes e seu diretor João Silva acenavam com a volta aos grandes dias.
Célio voltou a estampar uma revista pela contracapa da edição Nº 277
de A Gazeta Esportiva Ilustrada que circulou na primeira
quinzena de maio de 1965, pelo Ano XII da publicação paulista
que se intitulava "a maior revista esportiva do Brasil". Com
sede na Avenida Cásper Líbero - Nº 88 -, dirigida por José Carlos Nelli e secretariada
por Orlando Duarte, cobrava Cr$ 3 mil e 300 cruzeiros (preço de capa a Cr$ 200
cruzeiros) pela assinatura anual.
A edição, com cobertura por
Gilberto Renato Rodrigues, dizia que o segundo turno do Torneio Rio-São Paulo,
então maior disputa do país e que Célio disputava, "está polarizando as
atenções da plateia futebolística brasileira" e apresentava
fichas técnicas das 16 partidas realizadas até ali, entre elas: Vasco 1 x 1
Fluminense; Vasco 2 x 3 Palmeiras; Vasco 1 x 0 Flamengo e Vasco 1 x 4 São
Paulo. O time cruzmaltino que aparece na foto abaixo tem Levis, Joel, Brito, Maranhão,
Fontana e Barbosinha (em pé, da esquerda para a direita); Joãozinho, Lorico,
Célio, Mário Tilico e Zezinho
(agachados, na mesma ordem).
Lévis, Joel Felício, Brito, Maranhão, Fontana e Barbosinha,
em pé, da esquerda para a direita; Joãozinho, Lorico, Célio, Mário Tilico e Zezinho, na mesma ordem, em 1964, reproduzidos de A Gazeta Esportiva.
Em 1965, Célio fazia parte
de mais uma outra galeria: a dos grandes cobradores de pênaltis do futebol
brasileiro. Jogava no time de Pelé, Didi (Botafogo), Parada (Bangu), Roberto
Dias (São Paulo), Rinaldo (Palmeiras), Fefeu (Flamengo), Gílson Nunes (Fluminense),
Flávio (Corinthians), Nair (Portuguesa de Desportos) e Carlos Pedro
(América-RJ). Na época, o grande sucesso era a paradinha, inventada
pelo Rei do Futebol e que andou sendo proibida. Era um deboche.
Em entrevista à Revista
do Esporte- N 333, de 24.07.1965 -, Pelé garantia não pretender, com a sua
malandragem, tirar o goleiro da jogada, como a imprensa dizia. “Eu
travava a corrida para o arqueiro se atirar pro canto que tivesse escolhido, E
chutava no outro, sempre com a perna direita”, explicou o Camisa
10.
De sua parte, Célio tinha esta receita para a
sua cobrança: “A maneira de chutar depende, inteiramente, da ação do
goleiro. Normalmente, gosto de bater bem forte, visando um canto qualquer.
Porém, na corrida, sempre olho para o goleiro, pra ver se ele se mexe, ou não.
No caso de sair para um lado, procuro colocar a bola no outro”.
O
ÍDOLO DE CRISTAL
Publicado pelo JBr
de 04.01.2023
Zagueiros
fizeram Célio Taveira ser o “Rei das Cicatrizes” e levar 15 pontos só na cabeça
Célio foi atacante
de nunca fugir da ferocidade dos marcadores. Por conta daquilo colecionou
cicatrizes e pontos de agulhas médicas que lhe desenharam lembranças das
canelas até a cabeça. Só neste local, em jogos vascaínos, juntou 15 sinais,
entre o começo de 1963 e o primeiro semestre de 1966. Pra completar, zagueiros
adversários e repórteres esportivos o apelidaram por “ídolo de cristal” e
“canelas de vidro”, devido a frequência com que era mandado para o departamento
médico. Mas ele nem ligava. Certa vez, em 1966, respondeu, pelo Nº 7 da revista
Futebol e Outros Esportes:
- Não critico os que me dão tais adjetivos,
mas seria bom que, antes, me procurassem. Eu lhes mostraria as marcas (no
corpo) que não ficam em que é de de
vidro ou de cristal. Sou pago para jogar, não fujo da área, levo sarrafadas e
volto para conferir.
Célio imputava às retrancas grande parte da
ação violenta dos zagueiros. E as via em exagero no futebol carioca:
- É muito mais fácil destruir do que construir.
Com isso, nós do ataque levamos as sobras. Os homens de área vão ganhando mais
pontapés e cabeçadas.
Quando era parado
pelos becões na pancadaria, Célio vingava-se deles, muitas vezes, acertando a
rede em cobranças de falta, de fora da área, por uma maneira incomum: pegava
grande distância da bola para o chute. Sua explicação:
- Eu fico com
melhor visão do arco, pois as barreiras sempre se mexem. Assim, conseguo um
ângulo novo para o disparo. Se vale sorte, ou não, o certo é que vários gols saem
por esta técnica. Preciso defender o leite da garota (a filha primogênita,
Flávia). Por isso, em campo, faço de tudo para dar a vitória ao clube que me
paga, para não faltar nada em casa à minha esposa Nilda e à minha filha.
Em quatro tempradas vestindo a jaqueta do
Vasco da Gama, o atacante Célio Taveira marcou 110 tentos e tornou-se o sétimo
maior goleador cruzmaltino no Maracanã, com 40 bolas no filó – à sua frente estão: 1 - Roberto Dinamite (193), em 25
temporadas, de 1971 a 1992 (descontando-se 1980, quando defendeu o
Barcelona-ESP; 1989, emprestado à Portuguesa de Desportos-SP, e 1991,
aventurando-se pelo Campo Gande-RJ); 2 - Pinga e Romário (70), o primeiro de
1953 a 1961, e o segundo, de 1985 a 1988; de 2000 a 2002; de 2005 a 2006, e em
2007; 3 - Sabará e Ademir Menezes (44), tendo o primeiro ficado de 1952 a 1962
e voltado em 1964, enquanto o segundo esteve vascaíno, de 1942 a 1945 e de 1948 a 12955; 4 - Vavá
(42 gols), em seis temporadas, de 1952 a 1958.
Nascido em Santos-SP, em 16 de outubro de 1940, Célio Taveira Filho foi gerado pelo xará Célio, com Ophelia, neto de Antônio Taveira, remador campeão carioca pela ‘Turma da Colina’. Viveu até 29 de maio de 2020. Inicialmente, tentou ser jogador do Santos FC, em 1957, aos 16 de idade, mas foi dispensado pelo treinador Ramiro Valente. Passou, depois, por Portuguesa Santista, Pontre Preta e Jabaquera-SP, até chegar ao Vaco da Gama. Defendeu, ainda, o Nacional, de Montevidéu, e o Corinthians-SP. Há fotos dele, tmbem, com a camsia do Operário, de Campo Grande-MS, mas ele diz que foram para “jogos exibições”, porque já havia pedido a sua reversão à categoria amadora. Entre 1965/1966, engrossou listas de convocações da Seleção Brasileira
Luizinho, Mário Tilico, Célio, Lorico e Zezinho, turma da década-1960, em foto reproduzida ela revista carioca Manchete |
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