domingo, 31 de dezembro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - CAROL É UMA CANOA QUE DESLIZA BASTANTE CHARME

Esta é mais uma deusa encontrada pelo Kike em www.paixaonet.com.br, como se vê, uma página eletrônica de muito bom gosto. Muito mais! Como se comprova nesta moldura não existe torcedoras mais bonitas do que as cruzmaltinas. Se um marciano viesse à Terra e as visse, seguramente, não quereria voltar para o seu planeta. Ficaria por aqui só deslumbrando com a beleza dessas meninas. Confere?

This is another goddess found by Kike at www.paixaonet.com.br, as it turns out, a very tasteful website. A lot more! As can be seen in this frame, there are no fans more beautiful than cruzmaltinas. If a Martian came to Earth and saw them, surely, he would not want to return to his planet. I would stay here just dazzling with the beauty of these girls. Check?

Esta es otra diosa encontrada por Kike en www.paixaonet.com.br, como resultado, es un sitio web de muy buen gusto. ¡Mucho más! Como se puede ver en este marco, no hay fanáticos más hermosos que las cruzmaltinas. Si un marciano viniera a la Tierra y los viera, seguramente no querría regresar a su planeta. Me quedaría aquí deslumbrante con la belleza de estas chicas. Cheque?

A BELA MORENA BRASILEIRA DO DIA - ANDRA

Andréa Baptista, advogadas participante do progrma "No Limite-2000", da TV Globo, reproduzida da revista A Mais. Em, entrevista a www.globo.com ela declarou: "Você sofre por ser bonita. A beleza me atrapalhava. Sofri assédio sexual e proposta de book rosa. Me lembrei muito do meu avô, da educação que ele me deu, e não caí nessa". Depois da fama conquistada pelo  progama televisivo, ela posou pa a revista Playboy.


 

domingo, 24 de dezembro de 2023

AS BELÍSSIMAS "VIDEOMOÇAS" DA BAHIA

 O termo garota-propaganda surgiu com a chegada da televisão no Brasil, em 1950. Para vender produtos, era preciso de gente charmosa, indiscutivelmente, bela, fotogênica e com boa dicção, exibindo roupas, sapatos, chapéus, produtos de beleza e de higiene, enfim tudo o que, principalmente, as mulheres compravam.

  Tem-se Cassiano Gabus Mendes como o criador do termo, usado, pioneiristicamente, por Rosa Maria, belíssima morena que anunciava uma loja de artigos femininos, a Marcel Modas, de São Paulo. No Rio de Janeiro, a pioneira foi Neide Aprecida, anunciando a máquina de levar roupas Tonelux. Pelo final da década-1950, vieram Odete Lara e Norma Bengell, que se tornram atrizes de scesso do cinema nacional.    

                                 Laura Lacerda e seu penteado "sete andares"

Na Bahia, a primeira telinha inaugurada - 19 de novembro de 1960 -  foi a  da TV Itapoan. Por lá, as garotas-propaganda eram chamadas por “videomoças” e, duas delas fizeram grande sucesso, Laura Lacerda e Maria Caldas. A primeira tinha mais empatia com o público, que adorava o seu penteado apelidado por “sete andares”. Sempre muito bem vestida, na última moda, exibia dicção perfeita e jeitinho doce anunciando vitrolas, geladeiras, fogões, móveis, colchões, saídas de praia, etc. Por sinal, já rolando o início da década-1970, ela fez a sua propaganda mais famosa: estendia uma toalha, na praia do Porto da Barra, e mandava o recado, diante da curiosidade geral do povão. Sucessaço, avançado para a época. Sobre Maria Caldas, vamos passa o parágrafo abaixo.   

                                              Reprodução da revista Intervalo

Menina do interior - nascida em Ubaíra-BA – ela estudara em um convento e se achava gorda, feia e retraída. Mesmo assim, aos 17 de idade, teve convite para participar do primeiro filme feito na Bahia – Redenção -, dirigido por Roberto Pires, em 1959. Com aquilo, sobraram-lhe convites para ser modelo, mas ela preferiu ir pra São Paulo, onde trabalhou em uma concessionária de automóveis. De volta a Salvador, arrumou emprego em uma loja de discos, onde Oscar Santana e Hélio Lima entraram e acharam-na muito bonita. De repente, estava ela anunciado produtos na TV, recém inaugurada. 

Maria Caldas e Laura Lacerdas tornaram-se inesquecíceis entre as primeiras “videomoças” da Bahia.

domingo, 10 de dezembro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA. A MONALYSA DOS TEMPOS MODERNOS

A revista paulistana Cláudia mostrou quem é esta valorosa e belíssima piauinense

 Eleita, em 19 de agosto de 2017, a piauiense Monalysa Alcântara disputou o 63º Miss Brasil, para ser a terceiraa mulher negra coroada no concurso aberto em 1954 - antes, as negras vencedoras foram a gaúcha Deise Nunes, em 1986, e a paranaense Raíssa Santana, em  2016. O concurso que elegeu Monalysa foi disputado  no Teatro Vermelhos, em Ilhabela, litoral de São Paulo e, aos 18 de idade, ela venceu medindo 1m77cm de altura, pesando 57 quilos e exibindo 69cm de cintura; 95 de quadril  87 de busto. Com isso tudo, a bela piauinense, após a vitória sobre 26 adversárias,  foi alvo de ataques racistas, pela Internet, sendo chamada por "empregadinha". À época, Monalysa estudava Administração e disse: "Serei sempre uma mulher nordestina que passou por diversas coisas, muitas dores que fizeram ser quem eu sou hoje”. Pelo Insatagram, escreveu: “Realizei um sonho, e sonhei pelo meu Piauí”. 

           Monalysa em foto reprodução de BE Emotion/Facebook - agradecimento



domingo, 3 de dezembro de 2023

ANASTÁCIA, A PARAIBANA RAINHA DO FORRÓ

 Se não fosse um gato mal educado, talvez, a música popular brasileira teria demorado mais para ter a sua segunda realeza nordestina – a primeira foi Marinês, a “Rainha do Xaxado”. História engraçada!. Integrante – desde os 13 de idade - do coral da fábrica onde trabalhava a sua mãe, a garota Lucinete Ferreira, uma dia, foi ouvida pelo diretor artístico da Rádio Jornal de Comércio, de Recife, que propôs-lhe fazer fazer um teste com ele. Foi, fez, agradou e ficou, de 1954 a 1960, no grupo musical da casa. 

À medida em que crescia – em tamanho e na carreira -, Lucinete fazia shows em clubes, circos e cinemas da capital pernambucana e por cidades vizinhas. Ganhou popularidade, também, participando de programas humorísticos e, por conta de “chifradas” levadas dos namorados, passou a compor músicas, espinafrando-os. Certa fez, o diretor de radioteatro pediu-lhe um favor: datilografar 10 laudas do capítulo que seria ensaiado no dia seguinte. Ela levou-as pra casa, copiou oito páginas e cochilou. Quando acordou, um gato havia borrado o seu esforço  Que horror! Tentou limpar os papéis, mas, sem tempo para refazer nada, apresentou-os daquele jeito ao diretor, que achou foi graça.

Tremendamente envergonhada pelo incidente, Lucinete decidiu deixar a rádio e ir embora pra São Paulo, tentar dar prosseguimento à carreira artística. Levou carta de apresentação do amigo radionoveleiro, para um diretor da Rádio Record, mas a missiva só valeu-lhe inconsequentes participações em programas da emissora. Dois meses depois, ela encontrou, pelas ruas paulistanas, um velho amigo cantor de Recife, que deu-lhe o cartão de um  vendedor de shows, com quem só conseguiu falar dois meses depois. O cara marcou uma audição para ela que, acostumada a repertório variado em clubes, circos e cinemas de Recife, inclusive sucessos de Cely Campello, teve de cantar bolero, samba-canção, chá-chá-chá, tudo o que o avaliador pediu. Ao final, o homem achou-a ótima cantando forró e abriu-lhe-lhe a chance de gravar um compacto duplo – quatro músicas  - pelo selo Chantecler. Estorou e, logo depois, gravou um LP (disco de vinil, com 12 músicas), das quais metade assinadas por seu futuro marido (Marcos Cavalcanti de Albuquerque), da dupla Venâncio e Corumbá (Manuel José do Espírito Santo).

 Por ali, como havia a pernambucana Marinês (Inês Caetano de Oliveira), “Raínha do Xaxado”, o estado nordestino deu mais uma realeza à música brazuca, a “Rainha do Forró”. Só que, ao gravar o LP, em vez de aparecer Lucinete na capa do dico, ela leu Anastácia. Levou um susto e recebeu esta explicação de Venâncio e do produtor (da Chantecler) Palmeira (Diogo Mulera, o chamado Descobridor de Estrelas):      

-  No Nordeste, toda menina que nasce é Marinete, Nildete. Ivonete, Gracinete, Gildete, por ai. Achamos que você ficaria melhor com este nome, principalmente porque tem um filme aí, sobre uma tal de Anastácia, lotando os cinemas – Anastácia, de 1956, estrelado por Ingrid Bergman, no papel da princesa Anastásia Nikolaevna, filha de Nicolau II, o último czar da Rússia. 

Assim, sem ter assistido ao filme dirigido por Anatole Litvake e nem saber de quem se tratava a personagem principal,  Lucinete virou Anastácia, fazendo, com a faixa“Uai, uai” (de Venâncio e Corumbá) todo o Nordeste cantar.

 Rola o tempo e Anastácia já havia encerrado o seu casamento com Venâncio, há duas viradas de calendário. Foi quando Luiz Gonzaga a convidou para uma turnê pela terra deles. Levou junto, também, o sanfoneiro Dominguinhos e, logo. este iniciou um romance com a cantora, relacionamento que durou, de 1968 a 1980. Terminado o giro nordestino, ela gravou, em São Paulo, o único LP produzido por Luis Gonzaga – Canto do Sabiá.

Embora fosse forrozeira, Anastácia tornou-se compositora versátil e produziu canções de várias vertentes, das quais um samba gravado por Noite Ilustrada e boleros por Waldick Soriano, Edith Veiga, Cláudia Barroso e Ângela Maria. Uma de suas maiores contribuições à musica popular brasileira foi incentivar o lado cantor-compositor de Dominguinhos, que resistia àquilo. Com aquela força, ele caiu nas graças da intelectualidade brasileira, via Gilberto Gil, que fez tremendo sucesso, após voltar do exílio na Inglaterra, gravando “Eu só quero um xodó”. Esta, composta por Dominguinhos e Anastácia, além de Gil, já teve mais de 400 gravações no Brasil e no exterior. Anastácia, aos 83 de idade, hoje, ainda não tirou a voz do microfome – que saúde, na cuca e no gogó!             

    

                                       Publicado no Jornal de Brasília de 28.11.2023
          https://jornaldebrasilia.com.br/entretenimento/musica/a-rainha-do-forro/

              

               

domingo, 26 de novembro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - RAQUEL WELCH. MUITO BELA MUITO ANTES DE CRISTO

 Nem só por beleza nas telas dos cinemas desfila uma mulher. Caso da atriz Raquel Welch que, quando garota, era a mascote do time das menias do basquetebol da sua escola. Aqui, ele tira um dia de folga para relembrar dos seus tempos desportivos, como a revistra semanária carioca Manchete captou o lance. Filha do boliviano Armando Carlos Tejada Urquizo (com Josephine Sarah Hall), a belíssima morena Raquel Welch  foi registrada por Jo Raquel Tejada, nascida em Chicago-USA. Prima de Lídia Gueiler Tejhda, a primeria mulher presidente da Bolívia, a atriz norte-americana  viveu por 82 viradas de calendário, entre 5 de setembro de 1940 a 15 de fevereiro deste 2023, tendo tornano-se 'sex symbol' da década-1960, a partir de quando estrelou o filme 'Mil Séculos Antes de Cristo'.
Fotos divulgaçáo do filme "One million years B.C."


                                                     


 Jo Raquel Tejada em 5 de setembro de 1940, em ChicagoIllinois. Ela foi a primeira filha de Armando Carlos Tejada Urquizo e Josephine Sarah Hall.[8][9] E


domingo, 29 de outubro de 2023

O DOMINGO E DIA DE MULHER BONITA - A BOLA E A FERA DAS TELAS EM PALCO VERDEJANTE

 Eata é uma das tradicionais fotos promocionais de eventos, tipo "pra que lado eu chuto". Mordendo a língua, se sem jeito de futebolar, e arrumando a saia pra não errar o alvo, a loiraça Norma Jean, mais conhecida por Marilyn Monroe, foi uma das mais famosas atrizes do cinema norte-amercano do Século 20. Símbolo sexual de forma voluptuosas, viveu entre 1º de junho de 1926 a 5 de agosto de 1962. Por ali, deve ter ficado sabendo que futebol se jogava com uma peltota arredondada. Bem capaz!

domingo, 22 de outubro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - AÍDA

Um exemplo de mulher. É o mínimo que se pode dizer de uma atleta carregadora de muitas glórias para São Januário: Aida Menezes dos Santos. Nascida em 1º de março de 1937, no bairro de Icaraí, em Niteroi-RJ, é o maior nome feminino do atletismo cruzmaltino. Assim como a nadadora Maria Lenk fora, em 1932, a única mulher da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos, ela repetiu o feito, em 1964, em Tóquio, no Japão. Competiu no salto em altura, sem nenhum apoio – em 1968, nos Jogos da Cidade do México, obteve a 20ª colocação no pentatlon. Por tudo o que fez, recebeu, em 2006, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, do Prêmio Brasil Olímpico, e, em 2009, o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.

                              Reprodução de Observatório da Discriminação Racial

Aída estudava na Escola Estadual Aurelino Leal, em Niterói. Em 1958, tinha 19 anos, corpo esguio e jogava vôlei e basquetes. Certa vez, uma amiga, que voltaria para casa de bicicleta, propôs-lhe trocar uma carona, do estádio Caio Martins, até a sua casa, em troca da sua participação no treino da equipe de atletismo. Para na voltar a pé, topou. Resultado: logo saltava 1m45cm de altura, igualando o recorde brasileiro. O problema, depois, chamava-se seu pai, que não via sentido na pratica esportiva sem retorno financeiro. Por isso, Aída fez as primeiras provas ás escondidas e foi descoberta, por acaso.  Até apanhou, por insistir com aquilo. Mas não desistiu e entrou para a equipe do Vasco da Gama.

FANTÁSTICA -  A história da participação de Aída nos Jogos de Tóquio é inacreditável. Detentora do índice de 1m65cm, sem treinador e nem material adequado à competição, ela encarou adversárias assistidas por psicólogos, treinadores e fisioterapeutas. Para desestimular mais, o seu almoço havia sido apenas chuchu com camarão, e chegara à pista usando sapatilhas para provas de velocidade (sem pregos). Pior? Durante as eliminatórias, torceu um dos pés. Fera que era, no entanto, foi em frente e saltou 1m70cm, classificando-se para as finais. Superou a dor e cravar 1m74cm. Se subisse mais dois centímetros, traria a medalha de bronze. Quando nada, foi a primeira vez  que uma brasileira se aproximou do pódio olímpico, com a melhor classificação olímpica feminino do atletismo brasileira em todos os tempos.

                                      Reprdução de www.primeiros.negros.com

Disputante, também, de provas nos 100 metros rasos e no lançamento do dardo, Aída teve entre as suas principais medalhas, dois bronzes pan-americanos: no pentatlo dos Jogos canadenses de Winnipeg-1967 e dos colombianos de Calí-1971. Na sua especialidade, o salto em altura, foi campeã estadual, brasileira, sul-americana e pan-americana. Depois do Vasco, ainda defendeu o Botafogo. Chegou a decacampeã carioca, sendo que os dois primeiros títulos foram com a jaqueta cruzmaltina. 

domingo, 15 de outubro de 2023

O DOMINGO É UMA MULEHR BONITA - AS SOCIALITES ANOS DOURADOS CARIOCAS

 A década-1950 trouxe para o Brasil  do pós II Guerra Mundial (1942 a 1945) ideias como a mulher também chefiar a família. Mas não mexia no moral sexual. Por ali, o trabalho dela tornava-se cada vez mais comum, embora persistissem muitos velhos preconceitos.

Reprodução de Facebook - agradecimento 
Nos chamados anos dourados brasileiros da década-1950, mesmo com a emancipação feminina pedindo passagem, matrimônio, maternidade e dedicação ao lar seguiam sendo exigências indispensáveis às mulheres.
 Não era fácil derrubar aquele terrível triângulo ideológico, principalmente porque a lei brazuca era muito machista. Por exemplo, enquanto ele poderia ter aventuras extraconjugais, que eram consideradas “traços da natureza masculina”,  tal comportamento partindo delas, nem pensar.
Uma esposa de tempinho antes deveria manter-se com a elegância de solteira e evitar o trabalho fora de casa, "para não se masculinizar", ser vista por levianas e cair na boca do povo. 
As que se comportavam como moças de família, não usavam roupas sensuais e evitavam ficar a sós com namorados no escuro, tinham mais chance de fazer bom casamento. 
Mulheres na década dourada, ao tornarem-se vanguardistas, sinalizaram que já não era mais possível segurá-las tanto. Não seria possível negar  a força de personagem como Adalgisa Colombo,  Miss Brasil 1958, uma das que modernizaram o comportamento feminino brasileiro.
 Outras figuras saltavam de páginas literárias e das pautas musicais,  brigando pelo direito ao reconhecimento da identidade que se construía. Crescendo a participação feminina no mercado de trabalho, a nova mulher brazuca ocupava espaços no comércio, serviços públicos, em funções como enfermeirss, professoras, médicas, assistentes sociais, vendedoras e onde mais pudessem pintar.
 No entanto, não era só a mulher chegar e encontrar a vaga de trabalho à sua disposição. Exigia-se dela melhor qualificação, o que demandou maior escolaridade e, por conseguinte, mudanças no status social dela.
década dourada marcou, também, o brilho de muitas socialites, principalmente, no Rio de Janeiro, casos de Carmen Mayrink Veiga, Lourdes Catão e de Tereza Sousa Campos, citando só  três. 

1 - Paulista, de Pirajuí, nascida em 24 de abril de 1929, Carmen Therezinha Solbiati Mayrink Veiga saiu (03.12.2017) desta vida com a fama  de aristocrata de grande projeção na moda e no jet-set internacional. Vista como uma das mulheres mais elegantes e bem-vestidas do planeta.
Filha de Maria de Lourdes de Lacerda Guimarães e Enéas Solbiati, ela foi neta, pelo lado materno, do Barão de Arari e sobrinha-neta do Barão de Araras. Seu pai era rico produtor de café e financista, e foi, também, cônsul honorário do Brasil na Itália.
Desde adolescente, Carmem frequentava  desfiles da alta costura francesa. Despertou a atenção de revistas como a Paris Match, quando casou-se (25.06.1956), com o empresário Antônio (Tony) Alfredo Mayrink Veiga, herdeiro de fortuna multimilionária - tiveram os filhos Antenor e Tereza Antônia.
 O casal, Tony e Carmen foi considerado pelo escritor Truman Capote, para a revista Vogue dos Estados Unidos, a dupla mais chique do Cone Sul. Tão verdade que Carmen fez parte das listas das mulheres mais elegantes do Brasil e do mundo.  Entrou para o Rol da Fama da edição norte-americana da Vanity Fair. Por sinal, ela foi a única pessoa a ser três vezes capa de uma outra publicação norte-americana, a Town&Country.
Carmem foi, aida, a única brasileira citada na biografia oficial do costureiro francês Yves Saint Laurent, que elegeu um vestido shocking pink, feito para ela, como o seu preferido. A atriz norte-americana Rita Hayworth foi outra figura famosa a citá-la em sua biografia. Mais? Carmem foi a mulher que mais voou no avião mais rápido do mundo, o Concorde. Em março de 1997, a revista Vogue Brasil dedicou à ela toda uma edição. (N.º 232).
Carmem escreveu o livro ABC de Carmen (1997), para a Editora Globo, abordando etiqueta e  estilo pessoal. Foi convidada para atualizar e comentar, para a América do Sul, o O Livro Completo de Etiqueta de Amy Vanderbilt, no Brasil, da Editora Nova Fronteira. E assinou coluna semanal no jornal O Dia (RJ) e mensal na revista Quem, da Editora Globo. Pela década-1990, apresentou quadro sobre etiqueta no Programa de Domingo, da TV Manchete.

2 - Carioca, nascida em 12 de março de 1927, Lourdes Catão casou-se, aos 18 de idade, com o empresário e político catarinense Álvaro Luís Bocaiuva Catão. Teve três filhos, divorciou-se (1972) e, depois, viveu com o francês Gaubin-Daudé, em Nova York, e Paris.
 Nos EUA, durante 25 temporadas, ela foi decoradora de apartamento e de casas de campo. Pelo início da década-2000, voltou a viver no Rio do Janeiro onde, a partir de 2008, tornou-se curadora do livro Sociedade brasileira, espécie de guia aristocrático da alta sociedade carioca.
Em 2001, Lourdes protagonizou um grande escândalo. Seu primeiro rebento, Álvaro Luiz Bocayuva Catão, revelou ser filho do tio Francisco João Bocayuva Catão, o que ela confirmou. Mas a mulher de Francisco (Ângela Catão) negou o pedido de exame de DNA.

3 - Grande amiga de Lourdes Catão era Tereza de Souza Campos (mais tarde, de Orleans e Bragança). Primeiramente, ela foi casada com Didu Souza Campos, funcionário do Banco do Brasil e de quem separou-se, na década-1970. 
Didu viveu por 71 temporadas, partindo deste mudo, em 1986. Em 1990, Tereza casou-se com o príncipe Dom João de Orleans e Bragança, e enviuvou-se, novamente, em 2005.
Tereza foi parte da alta society desde jovem. Quando desposou o Didu, as colunas sociais  chamavam a dupla por Casal 20, em alusão a um par jovem e bonito de uma série televisiva norte-americana, de grande sucesso no Brasil.
 As noites cariocas da casa deles, em Copacabana, eram granfinérrimas, um sonho para os vips. Um dos participantes foi o príncipe Ali Khan. 
                       Didu e Tereza reproduzidos da revista O Cruzeiro 

terça-feira, 10 de outubro de 2023

LÚCIA HELENA, A DONA DA SELVA

Procuradora Federal foi primeira autoridade brasileira ameaçada de levar bala na testa

 Quando era uma adolescente, com seus 15 na idade, Lúcia Helena vivia enchendo o saco do pai – fazendeiro e titular do cartório de registros de imóveis de Campina Verde, no chamado Pontal do Triângulo Mineiro -, para aprender o ofício. Terminou dobrando o homem e gostado tanto daquilo que, tempos depois, já estava estudando Direito na capital. Tornou-se a melhor aluna de sua turma e levou um professor francês - convidado da Universidade Federal de Minas Gerais - a arrumar-lhe uma bolsa de estudos para concluir na entidade a qual ele era ligado, em Paris. Ela foi e, além da escola da capital francesa, estudou também, em Lyon.

  De volta às Mina Gerais, amiga íntima das leis do Direito Internacional, Lúcia estudou mais e especializou-se em Direito Trabalhista. E tornou-se inimiga dos patrões, pois não admitia vê-los querendo passar pobres trabalhadores pra trás. “Havia gente que ia para a audiência com os pés descalços, pois não tinha dinheiro pra comprar sapato”, lembra. E, de tanto ódio aos patrões e para não mais vê-los, inscreveu-se e foi aprovada em concurso para Procurador Federal. Beleza! Só que, em vez de enfrentar patrões que queriam roubar  “dessapatados”, ela pegou pela frente barra muito mais pesada.

 Lúcia já servia ao Estado trabalhando em Brasília, quando o seu chefe chamou-lhe para indagar se ele teria coragem de resolver problemas para o INCRA–Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, no violento Pará. Não só topou, como respondeu o que, hoje, a rapaziada falarua: “Fui!” – e foi. Antes de ir, a imprensa divulgou por lá a missão dela e, ao desembarcar no aeroporto de Belém, foi cercada por homens armados. “Nunca imaginei ser recebida por um comitê de recepção daqueles”, conta a destemida ex-procuradora, que mede 1m54cm de altura.

 Malmente começou a trabalhar no Pará, Lúcia ganhou um título: primeira brasileira ameaçada de morte por combater ilegalidades com terras no pais. Resultado: quando precisou atravessar rios e igarapés para visitar áreas com propriedade contestadas pelo INCRA, entrou em uma canoa com um homem na frente e um outro atrás dela, armados com metralhadoras, para protegê-la - não lhe era mais novidade. Lá pelo meio de um travessia, ela indagou aos proliciais se seria mesmo preciso metralhadoras naquele périplo. E ouviu de um dos policiais: “A senhora acha que é a rainha da selva, que nada pode lhe acontecer? Se a senhora já foi ameaçada de morte, não duvide se for recebida com balas numa curva do rio” – felizmente, não foi.

 Lúcia Helena voltou a Brasília – “vivinha da Silva” - trazendo em seu relatório provas inequívocas de tremendas corrupções cartoriais. “Estrangeiros, principalmente, compravam a alma deles (agentes cartoriais) à base de dólares”, afirmou ela, que rodou o país, durante a década-1960, exibindo a raça e a coragem de uma Procuradora Federal, hoje, aos 83 de idade e que, ainda, dirige o seu automóvel.

 Mas nem só de leis viveu (e ainda vive) Lúcia Helena. Também, era (ainda é) apaixonada pela culinária, desde garotinha, quando queimou um dos braços, mexendo num fogão de lenha da fazenda do seu pai. Quando estudava em Paris e tinha folga nos estudos, viajava pela Europa e África para conhecer in loco como se preparava pratos que lhe deixaram curiosos. Hoje, tem quatro gavetas cheias de cadernos com receitas do mundo que conheceu. Quase que diariamente está copiando uma delas para as amigas. “Quado eu estava de partida para estudar (Direito) na capital (mineira) um fazendeiro amigo do meu pai disse-me que ‘eu estava inventando moda para escapar do tacho’, pois não concebia a mulher sem ser tomando conta da cozinha. Não sabia ele que eu, um dia, escaparia do Direito, nunca do tacho”, brinca ela que ofereceu ao repórter receita de doce considerado francês, mas que ela descobriu ser de Angola, e não levava leite, lembra ela, uma Procuradora imune a balas, bandidos e dólares ilegais - que legal!  

 

       

domingo, 1 de outubro de 2023

vascodata

 

Imagem/divulgação da peça brasileira sobre Joana D´Arc, em Santo André-SP.
 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

QUE GOSTOSONA ERA (E AINDA É) PINDORAMA!

  

Neste desenho publicado pela revista carioca Esporte Ilustrado temos a alegria da portuguesSda ao chegar ao Brasil e se deparar  com a mulher "bonita e gostosa" em seu periscópio.  Afinal, depois de tantos dias no mar, sem ver dois belos pares de tilápias, ninguém é de vinil, para fugir do mais do que gasto ninguém é de ferroComo, na gloriosa década-1950 em que esta criação saiu do lápis os balões  dos quadrinhos eram preenchidos por roteiristas que só pensavam naquilo, fica a ideia de que a bonita e gostosa seja a "terra brasilis", em cima da qual a portugada se deu muito bem, por mais de três séculos. Como este desenho é raríssimo de encontrar, possivelmente, só na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, o Kike vai enviá- lo aos Estados Unidos, onde está residindo e estudando o artista multimídia Renato Aparecida, para ele recuperá-lo oferecer-lhe, leitor, uma imagem  perfeita desse lance, que não deixa de estar associado, também, ao Club de Regatas Vasco da Gama, como implicita a Cruz de Cristo na vela do barco. Para o nosso constultor Mauro Prais, a charge é de 1947 a 1949.

domingo, 24 de setembro de 2023

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA - SE UMA JÁ É BONÍSSIMO, IMAGINE DUAS MISS BRASIL

As Miss Brasil-2000,belas Josiane Kruliskoski (MT) e Daniele Moraes (MG)
  Em 1954, durante o primeiro concurso Miss Brasil desses tempos pós-modernos, a baiana loira (natural) Martha Rocha incendiou a plateia do Hotel Quitandinha, em Petrópolis-RJ, e foi coroada a mais bela brazuca.

Dona de bem medidos  1m70cm de altura; 94cm de busto; 60cm de cintura e 100cm de quadril, teriam lhe sobraram duas polegadas a mais na cintura para ser Miss Universo, lenda inventada por um repórter da revista O Cruzeiro, para aplacar a grande decepção nacional – e sacanagem do júri que elegeu a representante dos Estados Unidos.
Chegado ao Século 21, o Brasil achou que uma Miss Brasil era pouco e elegeu duas, pela 46ª vez em que se procurava a mais + mais das elas elas. No espaço Scala do Rio de Janeiro, o cetro da promoção por Boanerges Gaeta Júnior foi para a representante de Mato Grosso, Josiane Oderdengen Kruliskoski, enquanto o do concurso promovida por Danilo D´Ávila, no Hotel Nacional de Brasília, ficou com a mineira Daniele Moraes Pinto.    
Josiane Oderdengen Kruliskoski, paranaense de Catanduvas – 13 de maio de 1980 –, embora não tivesse nascido em Mato Grosso, vivia por lá, desde os cinco de idade, primeiramente, em  Terra Nova do Norte, onde, menininha, vendia doces pelas ruas. Depois, foi para Sinop, por ter conseguido uma bolsa de estudos.
Crescendo e encantando, a beleza da Jose (para as colegas de escola) chamava a atenção dos munícipes e resultou em títulos - Rainha da Exponop (Exposição de Sinop) e Garota Empresarial, e convite para madrinhar o Sinop Futebol Clube. Afinal, ela era do ramo - disputou cinco campeonatos brasileiros pela seleção mato-grossense de voleibol, atividade que agradava muito ao pai ( mecânico da Prefeitura de Sinop) e à mãe que só cuidava da casa.
Boanerges Gaeta entre  Josiane e Francine Eickenberg (SC) 
Graduada em Ciências Contábeis, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Josiane representou o Brasil no Miss Universo, em Nicósia, no Chipre, mas não lhe chamaram para a escolha final. Medindo 1m78cm de altura; 91 cm, de busto; 66cm de cintura e 94 cm de quadril, mesmo com tudo aquilo, ela só planejava ser professora de línguas. Jamais pensara ser eleita a mulher mais bela destas plagas.
De sua parte, a mineira Daniele Moraes Pinto pensava. Também filha de uma só dona de casa, ela vivera durante por 18 temporadas, em Guarani, perto de Juiz de Fora, sonhando com a coroa de mais bela brasileira.  E o sonho virou realidade, durante noite de quarta-feira, no Hotel Nacional, em Brasília, casa que hospedara reis, rainhas e chefes de estado.
Daniele exibiu, na passarela, 1m72cm de altura; 85cm de busto; 65cm de cintura e 90 cm de quadril. Em três minutos, após ser anunciada Miss Brasil-2000, as suas lágrimas desmancharam toda a maquiagem que levara três horas para ficar pronta.
O concurso que elegeu Joseane dava continuidade ao Miss Brasil oficial, segundo o empresário Boanerges Gaeta Júnior, que o organizava, desde 1994, definindo uma brazuca ao Miss Universo. 
Com o mesmo título de Miss Brasil, a disputa promovida por Danilo d'Ávila – participou da organização do Miss Brasil mais antigo - surgiu, em 1992, com a lei da  disputa tradicional. Diferença: vencedora disputando o Miss Globo Internacional.
Nessa briga pelo sucesso, afirma Gaeta que nenhum dos concursos pode registrar a marca Miss Brasil para obter exclusividade – enquanto eles brigam, a gente aplaude a beleza da mulher brasileira.

sábado, 9 de setembro de 2023

007 C0NTRA PHANG NGA

BREVE, NOS CINEMAS. AGUARDE!

         007 CONTRA  PHANG NGA

                                   

                 Pré-estréia: 5 de setembro de 2020 

                        007 CONTRA  PHANG NGA

ESTRELANDO:

                          TREVOR FRANCIS

                                           E

                            MAYRA ROCHA

                   ROTEIRO: GUSTAVO MARIANI

       Pré-estréia: 5 de setembro de 2020, no CINE ROMA, em Barreiras-Bahia-Oeste 

      Cinerama - CinemaScope-Colorido


                                  LIBRETO

                                              1


O Chefe do Departamento chamou a sua secretária e a ordenou:

- Verifique, com o nosso Chefe de Pessoal, se temos alistado, no War Book, algum espião que fale francês, russo e alemão.

- Imediatamente, Chefe. Em uns 20 minutos, informo-lhe – prometeu a moça.

Exatamente, no tempo prometido, ela retornou ao gabinete do homem, informando-o:

- Temos um espião que participou do planejamento e da supervisão da Operação Goldeneye, em defesa de Gibraltar. É inglês, nascido, em 1908, em Canterbury, e chama-se Ian Lancaster Fleming.

- Muito bem! Convoque-o a comparecer ao Departamento, imediatamente – foi peremptório.

Muito rápido, também, chegou o espião, que ouviu dele:

- Precisamos dos seus serviços na Jamaica. Arrume as malas e viaje, logo, a fim de servir ao Almirantado de Sua Majestade, como agente de inteligência – explicou, o Chefe.

Fleming criou James Bond na Jamaica

 Ao chegar  à Jamaica, para participar de operações secretas, Fleming hospedou-se no Myrtle Bank Hotel. Lembrava-se de ter passado os últimos tempos da Segunda Mundial naquela terra, e gostara tanto dos trópicos que pensara em comprar um terreno para construir uma casa no pedaço. Inclusive, até  começou a desenhá-la,  Guerra terminada – e Guerra Fria iniciada, entre Estados Unido e Unidos Soviética, pelo controle ideológico do planeta-, ele voltou à Jamaica, em 1946, e comprou uma velha e abandonada pista de corrida de burros, perto do porto de Oracabessa. Construiu o refúgio tropical e deu-lhe o nome de Goldeneye, por causa de seu envolvimento com a operação homônima e por estar lendo livro Reflexo de um Olho Dourado, escrito pela norte-americana Carson McCullers - nome fictício de Lua Carson Smith, que vivera entre  1917 a 1967.

 Antes de se definir pelo nome de sua residência, Fleming tinha um plano B na manga do casaco: chamar a construção por Shamelady, homenageando uma planta tipo as  maria-fecha-a-porta brasileiras que cobriam os 12 hectares em volta de sua casa. Mas o olho dourado brilhou mais do que a sensitiva-defensiva plantinha que terminou deixada de lado. E foi nesta casa que preferiu chamá-la por Goldeneye que ele  escreveu todas as aventuras do James Bond, inspiração surgida quando o almirante John Henry Godfrey o recrutou para servir à Divisão de Inteligência Naval britânica, durante a II Guerra Mundial, participando do planejamento e supervisão de três operações, entre elas a não realizada Goldeneye.

Cassino Royale foi a estreia de James Bond na literatura, lançado em 13 de abril de 1953, quando Fleming informou ao mundo que trabalhava para o MI-5, agência britânica de contra-espionagem e segurança de Sua Majestade, a rainha da Inglaterra. Esteve presente em 12 livros e em mais duas coleções de contos publicados entre 1953 e 1966, os dois últimos quando o criador não estava mais vivo. Consumido por mais de 100 milhões de leitores, o Bond não foi, no entanto, a única cria do Fleming, que escreveu, ainda, o infanto-juvenil Chitty-Chitty-Bang-Bang e dois livros de não–ficção.


                                                                              2 

 

Mayra viajava da peruana Lima para a alemã Berlim. Ao desembarcar na cidade europeia, passou logo tempo de olho na esteira das bagagens, mas nada de as suas malas aparecerem. Reclamou com a companhia pela qual viajara, sem sucesso. Haviam se extraviado. À época, aproximava-se do fechamento de mais um calendário, fazia muito frio por toda a Europa e ela teve de gastar uma boa grana comprando roupas para trabalhar, sobretudo agasalhos. E não recebeu nenhum  comunicado da empresa área que sumira com os seus pertences, mesmo tendo deixado o telefone do endereço onde ficaria.

 Mayra esperou por quase duas semanas sem receber notícias de suas malas. De volta a Brasília, ela pediu ao seu namorado, um advogado, para processar a companhia. Ganhou a causa, arbitrada pelo juiz em mais de seis mil dólares e, algum tempo depois, contou ao rapaz que tinha o grande sonho de viajar pela Ásia. Imaginou usar a grana da indenização para fazerem passeio, caso ele topasse – topou e viajaram. De de Brasília para São Paulo e desta cidade rumo a Doha, no Katar, no 15 de janeiro de 2023. Por ali, rodaram, também, pelas Ilhas Maldivas, Tailândia, Vietnam e Camboja, e voltaram ao Katar, de onde regressaram ao Brasil.

                                                    Paisagem surrelista em Doha


 Na Tailândia, quando eles estavam em Puket, Mayra preencheu a ficha de hospedagem e o balconista do Deevana Patong Resort, ao ler o nome dela, não conseguia pronunciar Mayra. Por mais que tentasse, só falava Meyara. Então, o seu namorado sugeriu que ele a chamasse por Jupy, como ele a apelidara. Por sinal, com ele ocorria o mesmo, o balconista não falava Trevor, o nome ele, só Trévar. Diante do impasse linguístico, pediram que deixasse tudo daquele jeito. 

 Puket fica na ilha do mesmo nome e é a capital da província xará, com área de 12,56 km quadrados. Pouco depois da chegada ao hotel, eles deixaram as bagagens em um apartamento e foram indagar ao mesmo balconista por onde deveriam começar os passeios. Receberam folders de empresas turísticas e a sugestão de começarem por Thalang Roada, a cidade velha, onde havia  muitas shophouses coloridas, todas do século 19, e edifícios chineses e portugueses. Também, não deixassem de conhecer a mansão Baan Chinpracha, construída em 1903, com tijoleira italiana, janelas persianadas e mobiliário bem antigo. E o museu Thai Hua Museum, que contava a história e a cultura da terra.

Beleza! Fizeram o recomendado e voltaram ao hotel, pelos inícios da noite.  Pegaram uma chuveirada, trocaram de roupa e, pouco depois, sairam pra conhecer a night de Puket. Em um dos points, as tailandesas, por sinal, muito bonitas, deram em cima do Trévar, dizendo, descaradamente, para a Jupy:

- Você é uma mulher de sorte. O seu namorado é muito bonito, lembra o Roger Moore, que esteve por aqui filmando uma aventura do James Bond.

     Roger Moore, à direita, contracenou com Christopher Lee filmando na Tailândia

  

Jupy, brasiliense, vivera algum tempo no Rio de Janeiro e, frequentemente, visitava os cariocas. Como aprendera todas as manhas daquela moçada, tirou tudo numa boa com as assanhadas tailandesas, além de fazer a praça com a moçada. Perto de uma da madrugada, voltaram ao hotel pra dormir. No dia seguinte, durante o café matinal, sentaram-se à uma mesa próxima de onde estavam quatro sujeitos mal-encarados. Jupy os ignorou, mas Trévar, sem nunca se desligar da vida dos advogados, não teve como deixar de se ligar no que os caras conversavam: parecia ser um grande golpe contra uma companhia que iria fazer filmagens na ilha, para uma série muito famosa do cinema. Ele gravou bem a cara do cara que parecia ser o líder dos grupo.  Aparentava uns 35 de idade, tinha olhos castanhos, cabelos avermelhados, cortados à la cadetes brasileiros e usava bigode fino. As mãos eram muito grandes. Quando ele e Jupy deixaram a mesa, o tal sujeito falou para os três acompanhantes:

- Aquela figura sentada à nossa frente, aquele rapaz, se ligava no nosso papo. Temos que dar um jeito nele – e olhou para a sua direita e incumbiu o colega do lado para tratar do caso.

- Pode deixar comigo. Darei um jeito nele – prometeu um dos sujeitos da turma.

Trévar e Jupy estavam na portaria quando viram, de longe, o cara de cabelos vermelhos. Calcularam que ele teria 1m90cm de altura, no mínimo. Como pretendiam visitar a grande estátua de Buda, com 45 metros de altura, no alto de uma montanha de onde poderiam ter visão de 360 graus da ilha, levaram roupas apropriadas para o local – nada de pernas e ombros de fora - sagrado para os budistas, de maioria na Tailândia. No horário em que fizeram a visita, muito cedo, não havia mais ninguém no local, nenhum turistas. Eles posavam para fotografias diante da Phuket Big Buddha, quando foram cercados por grande quantidade de macacos, cada um do tamanho de uma criança de uns 10, 11 de idade. Jupy ficou apavorada, mas os bichos não os atacaram. Ficaram parados, olhando-os. Trévar fez pra ela um sinal, tipo deixa comigo e começou a rezar algo que o seu pai lhe dissera ter aprendido com um feiticeiro baiano, o infalível Cabelo Faiado. E falou, em voz alta:

 - Sou protegido por São Grão e por San Jana, que não me deixa cair em disgrama. Ula, ula, Santa Vana, lana sabatana!         


                        
                  Foram cercados por macacos quando visitavam  a Phuket Big Buddha


  Imediatamente, os macacos se mandaram. Pouco depois, os dois deixaram a estátua do Buda e foram alugar uma moto. Quando rodavam por Puket, notaram que um dos homens que viram há instantes no  hotel os perseguia, montado em uma outra moto. Trévar acelerou, e o homem também. Quando o tal colava nele, faltando milímetros para derrubá-los, Jupy esticou a perna esquerda e acertou o cara, que espatifou-se pelo asfalto. Depois, eles pararam e Trévar falou pra Jupy:

- Vamos trocar de hotel, imediatamente. Aquele cara de cabelo vermelho é um dos maiores bandidos do planeta. Sabe quem é ele? O Scarabala. Assassino, mercenário, amigo de vários ditadores e da KGB. Lhe é atribuído dezenas de armações de atentdos e assassinatos em locais como a Guiana Inglesa, Trinidad, Jamaica, Cuba, Martinica, Haiti e Panamá. Ele está atrás de nós, porque ouvi a conversa dele durante o café da manhã.   

- Não estou de sacanagem, não Vá por mim!
- Ficou maluco, cara? Quer tirar onda de James Bond? - cobrou, a Jupy, indagando: O que você escutou os caras conversando?  
Trévar contou e ela admitiu que poderia ter alguma coisa esquisita rolando, pois a TV de Puket noticiava a presença na ilha de equipe detentora dos direitos de filmagem dos livros de Ian Fleming.
Enquanto eles estavam no hotel, arrumando as suas mochilas para se mandarem, ligarem a TV e ouviram que a chefe do grupo cinematográfico havia desaparecido, misteriosamente. Quando saíam, escutaram:

- Você é um imcompetente! Como deixou os dois escaparem? Não disse que resolverei a parada?

- Foi inexplicável, chefe. De repente, os macacos pareciam enfeitiçados - respondia alguém.

- Vou fazer de contas que não estou ouvindo nada e lhe darei só mais uma chance pra agarrar o nosso homem. Se voltar a falhar, eu mesmo farei um servicinho com você, entendido? – ameaçava uma voz, que eles acreditaram ser a do cara dos cabelos avermelhados, o chefe dos bandidos. E se mandaram, depressa.

                                                                                   3 

–  Jupy! Já que você falou em James Bond, que tal irmos à ilha onde foram gravadas cenas de um filme do 007?

- Beleza! Topo! Assim, você tira várias fotos por lá e manda pra seu pai. Ele vai adorar - achava. 

- Adorar é pouco. Vai mijar nas calças. Por sinal, o coroa tem uma história interessante com o ator do filme do 007 que gravou cenas aqui, em Puket.

  - Que história foi esta que o seu pai arrumou? - ela queria saber. 

- Certa vez, o ator Roger Moore, que era o embaixador das Nações Unidas para projetos ligados à criança, foi ao Brasil fazer campanha para o que não me lembro mais. Ele e o Renato Aragão, o representante da causa entre os brazucas, estiveram no Congresso Nacional. Depois da sessão em que e pediram apoio aos parlamentares para o que apresentaram, foram à sala de imprensa da Câmara dos Deputados e ficaram parados diante de uma porta, batendo papo com a rapaziada. Enquanto conversaram, o meu pai, que era repórter do Jornal de Brasília, foi chegando, do que se aproveitou o fotógrafo Luis Antônio Alves, de O Globo, pra sacanear: "Chegou o 00M" - M, de Mariani, como ele era chamado. Então, o escrotinho do coroa virou-se para o Renato Aragão, grande torcedor do Vasco da Gama, e brincou: "Renato, o que é que você está fazendo aí que ainda não vestiu o 007 com a camisa do Vascão"?’ Os jornalistas que torciam para outros times vaiaram, mas o Renato vascainou legal e o chamou pra ficara entre ele e o Moore. Explicou ao ator inglês sobre o que o meu pai cobrara e, carinha informado, disse que aceitaria uma camisa do Vasco da Gama e entregou o seu cartão de visitas para o escrotinho do meu pai enviar-lhe. Ele enviou, o cara  recebeu e mandou um cartão postal, de Londres, agradecendo pelo presente.

- O seu pai ainda tem este cartão? ´queria saber, a Jupy. 

-Você já viu o meu pai guardar alguma coisa? Este foi levado por um amigo dele, o Da Mata, o dono do Cine Roma, em Barreiras, na Bahia-Oeste.                                      

 Enquanto eles conversavam, a Jupy desviou o assunto pra cobrar:

- Ficamos combinados, antes de sairmos de Brasília, de fazer mergulhos submarinos, tá lembrado? De há muito que não mergulhamos nos mares do Rio de Janeiro. Vamos, então, primeiramente, mergulhar, tá! 


               - Tudo bem! Pode ser! Vamos para o fundo do mar, visitar as tartarugas 

Por aquele instante, o Trévar bateu uma das mãos no bolso direito de sua bermuda e sentiu a falta da sua carteira. Chamou a Jupy pra voltarem ao hotel e procurá-la. Encontraram-na e, à saída, indagaram ao balconista sobre pontos de mergulhos. Novamente, ele entregou-lhes folders. Escolheram um dos picos anunciados, pediram-no para devolver a motocicleta que haviam alugado e chamar um taxi que os levasse a um porto de onde pudessem partir para o fundo do mar.

A conversa deles com o balconista fora ouvida pelo mesmo brutamonte que tentara derrubá-los durante uma perseguição com motos. E, imediatamente, o homem reportou-se ao chefe:

- Eles vão mergulhar. Agora, não tem escapatória.  Deixe comigo!

- Espero, que desta vez, você não falhe - avisou o interlocutor.

- Não falharei. Vou subornar donos de embarcações pra levá-los a um ponto onde há tubarões - planejou.

- Ótimo! Espero que dê certo - voltou a torcer.

Trévar e Jupy chegaram a um porto, mas, ao abordarem um barqueiro, este disse-lhes que só distante cerca de uma hora dali eles poderiam pegar um ferryboat pra irem a pontos de mergulho. 

- Você não topa nos alugar a sua lancha e nos levar onde poderemos encontrar barcos com turistas e mergulhadores? – propôs, o Trévar.

- Claro! Estou aqui pra ganhar dinheiro. Conheço todos os pontos em que os barcos param pra rapaziada mergulhar. Isso demora um pouco, pois, pela nossa lei, os turistas-mergulhadores são obrigados a escutar um papo dos instrutores sobre convenções de mergulhos. Também, é obrigatório um instrutor  acompanhando vocês. Como ainda é bem cedo, com certeza, pegaremos barcos que ainda não descarregaram a moçada no fundo do mar.

- Vamos, então, nessa – determinou a Jupy, que tinha os mergulhos por esporte predileto e os praticava sempre que ia ao Rio de Janeiro, na maioria das vezes  nas ilhas da Âncora e de Gravatá, onde há grande fauna marinha, com peixes ornamentais, arraias e grandes rochedos.

- Mergulho desde os meus 14 de idade. Aprendi com vizinhos que mergulhavam em todos os finais de semana. Não fiz nenhum curso, aprendi com eles - revelou.

 Trévar começara a mergulhar durante as tais brincadeiras da Jupy, nos mares cariocas. Depois que ele ficou craque no assunto,  mergulhavam entre 6 e 22 metros na parte voltada para o interior das ilhas. Mas enquanto os vizinhos da Jupy iam até 60 metros de profundidade, eles dois não se arriscavam tanto, só desciam, no máximo, até 35 metros.

 Conforme o alugador do barco previu, eles chegarem a tempo de verem vários iates iniciando passeios. O cara só achou estranho haver um barco sem ninguém dentro.

- Melhor pra gente! Assim, não perderemos tempo ouvindo palestras de instrutores de mergulho. Estou seca pra mergulhar – disse a Jupy.

 O barqueiro que os conduzia negociou embarque com o cara do barco vazio, mas eles não escaparam de ouvir um papinho. Receberam os equipamentos de mergulho e, sem demora, se lançaram ao mar, guiados por um sujeito meio-careca.

 No fundo mar, Trévar e Jupy admiraram cardumes dos mais variados tipos de peixes, moreias, tartarugas, tudo que havia na rota definida pelo instrutor. De repente, viram um tubarão vindo na direção deles. Não era daqueles do tamanho de um prédio, algo assim como um filhote, mas que não lhes daria nenhuma chance de sobrevivência, caso lhes atacasse.

Jupy ficou apavorada com a aproximação do bicho e fez para o Trévar um sinal tipo estamos fritos. Trévar respondeu com um sinal que poderia ser entendido como deixe comigo. E, mentalmente, mandou ver: "Sou protegido por São Grão e San Jana, que não me deixa cair em disgrama. Ula, ulam Santa Vana, lana sabatana”.

Escapados do tubarão, eles emergiram rumo do barco e foram resgatados. Depois do susto, o Trévar falou pra Jupy:

- Coisa do Scarabala. Ele não vai desistir de nos pegar.

- E, cara! Pare com esta idéia! O aparecimento do tubarão deve ter sido algum repentino momento de desequilíbrio ecológico. Além, do mais, parece que ouvi papos, ou li, que os tubarões daqui são vegetarianos - disse

- Tubarões vegetarianos? Ficou lelé, Jupy? Onde você leu isso? De certo, no jornal em que o escrotinho do meu pai escreve. Não dá pra levar a sério vocês dois, né? - sacaneou, o namorado.

- Pois eu levo - afirmou.

- Primeiramente, macacos; agora, tubarão. Tô lhe dizendo: o Scarabala quer nos pegar - analisou, o Trévar.


 Surpreendentemente, o tubarão desviou-se deles, afundou-se mais no fundo do mar e desapareceu. 

- Qual é,. cará! Admiro ver você, karateka fera da Academia Uruma Kan, com medo de um mané de cabelo vermelho! Vou contar isso pro Professor Jakson Pereira, pra você levar um esporro dele, tá? - ameaçou, a Jupy.

- Pois conte! - Trévar respondeu, desafiante.

- Além do mais, aqueles golpes de karatê que você me ensinou não servem pra nada? Brinco, sempre, executando-os, quando treino com algumas amigas – ela revelou

- Muito bem! Então, já que você acha que o Scarabala é só personagem de livro do Ian Fleming, então segure a barra. Ele é real e, se não nos pegar nessas suas tentativas de atentado, vai tentar nos acertar com balas de ouro - projetou, o Trévar.

- Alguém ussa bala de ouro? Você pirou de vez - criticou, a Jupy.

 - Pirei não! Balas de ouro, sim. Pois prepara a sua testa, que ela pode ser acertada por balas de 24 quilates, com o máximo de efeito destrutivo. Se ele apontar-lhe o seu Colt 45, chapeado a ouro, você nem terá tempo de encomendar a sua alma ao diabo, ou  ao santo de sua devoção, se é que tem algum - sacaneou, o Trévar.

- Mesmo com este seu papo de literatura, prefiro encarar. Não vou desistir de um passeio sonhado a tanto tempo - garantiu, a moça.

 Papo vai, papo vem, eles decidiram liberar o barqueiro com quem estavam e voltar pra Puket. Em terra, pegaram um taxi e foram conhecer uma cozinheira de rua, considerada a dona do tempero mais saboroso do planeta.

- Uau! Eu não como isso – resmungo, a Jupy, diante de espetinhos com carne de macaco, gato, escorpião e de cachorro.

- Pois eu vou devorar um escorpião. Aliás, escorpião é um dos apelidos do meu pai, nascido no 11 do 11, sob o signo da fera -  zoodiacou.

- Pois, vá! Só espero que não vomite veneno pra cima de mim - esconjurou, a Jupy.

- Sem problema! Se você não quer me ver comendo escorpião, vou comer espetinho com barata, ou rato - brincou, o Trévar.

- Uau! Que nojeira! - exclamou, a Jupy.

Os dois estavam naquela discussão, quando um motociclista pintou na direção deles, a toda velocidade. Novamente, era o vacilão chefiados pelo cara de cabelos vermelhos, o que o Trévar dizia ser o Scarabala. Pressentindo que seriam, inapelavelmente, atingidos pela moto do cara, a trepidante Jupy pulou sobre ele, acertando-lhe, espetacularmente, uma pegada conhecida no karatê por tackle. Pegada em cheio, no meio do peito, fazendo-o espatifar-se pelo asfalto. Por conta daquele barraco, a enorme fila de pessoas que esperava a sua vez de comer as iguarias da mulher famosa espalhou-se, medrosamente, com muitos indagando:

- Quem é ela?

- Deve ser a Cherry Pensy, a Lily Vaiolet, a Love Lane ou a Sav´La Mar, aquelas lindas jamaicanas que vieram pra cá fazer exibições de karatê e terminaram ficando por aqui – falou um dos caras da fila.

- Já eu acho que deva ser a Honeychilde Wilder – arriscou, um outro sujeito.

- Nenhuma chance! A Honeychilde casou-se com um médico, nos Estados Unidos, tem dois filho e está longe do tempo em que tinha corpo como esta moça que derrubou o motociclista. Muito menos, a velocidade desta incrível desconhecida – ponderou mais um curioso.

 Enquanto o pessoal fazia conjecturas sobre quem ela seria, Jupy correu para a motocicleta, que achava-se enganchado no meio do veículo, deu-lhe mais um chute, agora na cara, e chamou o Trévar para se mandarem. Antes de sumirem, o Trévar enfiou um espeto com barata frita na boca do sujeito e saiu sorrindo. Em seguida, ele e a Jupy tomaram o rumo de onde pudessem chegar ao arquipélago de Ko Phi Phi. E deixaram as coisas se esfriarem.


                                                                                     4


 O rolo arrumado por Trévar e Jupy com o motociclista ficou só nos comentários de rua. O que mexia  mesmo com a moçada de Puket era o sumiço da chefe do grupo cinematográfico que visitava a ilha pra estudar regravações para o próximo filme do Doble-Seven.  A moça, chamada Barbara Broccoli, era filha do produtor Albert Brocolli que, na década-1960,  se juntara ao amigo Harry Saltzman e compraram os direitos de filmagem dos livros de Ian Fleming. Ela viajava junto com o seu meio-irmão Michel Wilson e conhecia bem Puket, pois crescera dentro dos set de produção dos filmes de James Bond.

 Wilson pressionava a polícia de Puket para localizar a irmã Barbara. Sem ter resposta, apelou para o governo da Tailândia e o caso ganhou o noticiário internacional. O tempo passava, mas a Barbara não aparecia, nem mesmo com a embaixada dos Estados Unidos engrossando pressões junto ao governo tilandês. 

 O rolo ralando era ouvido por Trévar e Jupy durante noticiário da TV colocada no salão do café matinal do hotel. Naquela manhã, eles se aprontaram para visitar a Ilha de James Bond. Chamaram um taxi e foram até o mesmo porto onde contrataram o mesmo barqueiro que os havia servido durante o passeio em que quase foram devorados por um tubarão. Ficou combinado que o barqueiro os esperaria e os deixaria no porto do ferry-boat de Puket. 

 Trévar e Jupy fizeram de tudo o que todos os turistas do mundo inteiro faziam na Ilha de James Bond. Posaram para fotos, clicaram as pedronas e exploraram o mar da baía de Phang Nga Bay. Lá pelas tantas, decidiram visitar uma caverna. À entrada, Jupy fez um sinal para Trévar, avisando:

- Vi uma espécia de raio dourado brilhando e se movendo de um lado para o outro.

- Não lhe falei! É o Scarabala na nossa cola. Ele não vai desistir - avaliou, o Trévar.

- Ah, cara! De novo, este papo? Dê um tempo! – ela sugeriu.

- Tudo bem! Então, vá entrando, olhando pra tudo, com muita atenção. Ele deve estar escondido por aí – previu, o Trévar  - e o cara estava mesmo.

Trévar e Jupy encontram o pistoleiro com um revolver dourado apontado para a Barbara. O sujeito jogou um par de algemas para eles se prenderem, caso não quisessem vê-lo dourando a cabeça da moça com uma das balas que ele mesmo confeccionara. A dupla, porém,  não não o atendeu. Ao contrário, corajosamente, foi-se acercando dele, que ameaçava atirar nas Barbara. Numa desviada de olhos dele para a mulher, Trévar aplicou-lhe um tremendo golpe de karatê e um chute no saco. Scarabala tremeu e caiu ao chão da caverna. Rápida, a Jupy pegou o revólver dourado dele e o sacaneou:

- Aqui, babaca! Este vou levar pra coleção do museu do Cine Roma.

- De jeito nenhum. Temos que entrega-lo às autoridades – ralhou, o Trévar que,  pouco depois, libertou a Barbara Brocolli.

 Ele e a Jupy algemavam o Scarabala, quando o barqueiro gritou à entrada da caverna.

- Apressem-se, se não quiserem dormir por aqui. Faltam 20 minutos para o ferry-boat sair, não sei se chegaremos a tempo.

- Venha nos ajudar carregar um embrulho –  gritou, o Trévar -  e levaram o bandido para o barco.

- Chegaremos a tempo? – indagou a Jupy.

- Tenho contatos com alguns chegados no ferry. Vou ver se ele seguram a onda, por mais alguns minutos, por lá - seguraram.

Os caras do ferry avisaram à polícia sobre o sequestro, pelo Scarabala, da Barbara Brocolli, e da prisão dele, por um turista lutador de karatê. Assim que o ferry aportou em Puket, um monte de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas invadiram o veículo, até atrapalhando o trabalho da polícia. O que importava, porém, era o fim de um mistério.

  Na manhã seguinte, quando saíam para o aeroporto, a fim de deixarem Puket, a terrível dupla Trévar & Jupy  foi abordada por Barbara e Michel, que chegavam no mesmo tempo do que taxi que os esperava.

- Esperem, guys! Precisamos falar com vocês - gritou, a Barbara.

- Não vai dar, pois perderemos o vôo para Bangkok – respondeu, o  Trévar.

- Não se preocupem com isso. Mandaremos o nosso avião leva-los – prometeu, a Barbara.

- Do que se trata? – indagou, o Trévar.

- Vamos entrar, nos sentar e conversar – propôs, o Michel – e entraram e sentaram-se e conversaram.

- Fiquei impressionado com a bravura com que você enfrentou o Scarabala Em nenhum filme vi um James Bond lutar tão bem. Foi emocionante, principalmente para quem era sua prisioneira – comentou, a  Barbara, acrescentando: decidimos convidá-lo  pra ser o 007 no nosso próximo filme que, por sinal, terá cenas gravadas aqui, remakes de O Homem do Revólver de Ouro.

- De todo o coração, agradeço-lhe, mas eu sou um advogado, não um ator – respondeu, o Trévar.

- Sem problemas. Então, contratemos a sua namorada para o  filme. Ela tem rosto parecido com o de Maud Adams, a única atriz que fez duas Bond Girl e que já está com 78 de idade.

- Euuuu! Me inclua fora dessa! Por favor – gritou a Jupy.

Bem que eles tentaram, mas não foram convencidos pelos meio-irmãos a regravarem cenas de O Homem do Revólver de Ouro, levando uma boa graninha na mão.   

Ainda durante o papo, a Barbara e o  Michel disseram ao Trévar:

- Estamos pensando em mudar o nome do Doble-Seven para 00M, aproveitando o M do Mariani do seu sobrenome. Já tivemos, se não erro as contas, 25 aventuras do 007. Hora de mudar. O novo filme será 00M contra Nga Bay.  Que tal? – indagou a Barbara.

-Legal!  - respondeu a Jupy, apresentando uma sugestão: Já que vocês querem inovar tudo, porque não convidam o pai do Trévar, que é jornalistas, para escrever o novo roteiro?

- Você ficou louca, Jupy. Meu pai vai é esculhambar com a história. Os espectadores vão sair do cinema  apavorados. Aquele coroa é pirado, não sei como o Jornal de Brasília e a Rádio Nacional o aguentaram por tanto tempo.

 Por ali, o Trévar encerrou o papo com os produtores cinematográficos, informando-os de que, pelos próximos dias, ele e a Jupy iriam visitar os templos budistas de Bangkoc e do Vietnam.

- Vietnam! Temos em nosso planos, pra médio-futuro, um filme sobre Ho Chi Minh – atalhou, a  Barbara.

- Então, fique logo avisada de que, se precisar de ator e de uma Ho Chi Girl, vê se nos erra, tá? – pediu, a despachada Jupy.

FINAL ÀS 20h15 DE 21.03.2023 (terça-feira).  






                    BREVE, NOS CINEMAS. AGUARDE!

                            007 CONTRA  PHANG NGA