Fotos reproduzidas de capas de revistas
Nascia uma estrela na ginástica |
O grande momento de Nadia foi durante as Olimpiadas-1976, na canadense Montreal. Aos 14 anos de idade, encantou o mundo. Como resultado, recebeu, por duas vezes, a Ordem Olímpica, primeiramente, como a atleta mais jovem a obter a distinção. Foi, também, eleita uma das 100 mulheres mais importantes do Século 20, figurando na Galeria Internacional do Hall da Fama da Ginástica, desde a criação, em 1993. Em seu país, o ditador Nicalau Ceausescu a fez de “Estrela dos Heróis Socialistas”, a mais jovem, também, a receber a maior honraria do país.
Considerada atleta mais importante que a Romênia já teve, eleita em 2006, Nádia foi vista, um ano depois, por eleição, a celebridade mais confiável do seu país. Em Portugal, o jornal “Mundo Desportivo” a considerou “melhor atleta do século 20”, enquanto a Academia Mundial de Recordes entregou-lhe o título de recordista mundial em sua modalidade.
PRISIONEIRA DE LUXO - Por tudo o que Nadia passou a representar para os romenos, o seu ditador ofereceu-lhe apartamento, carro e salário. Mas não lhe permitia sair do país, o único do antigo mundo socialista a não aceitar a democracia, como já haviam acenado Rússia, Tchecoeslováquia, Alemanha Oriental, Hungria, Polônia e Bulgária, a antiga Cortina de Ferro. Nadia aceitava proteção da ditadura, mas sentia-se prisioneira, sem perspectivas de um futuro alegre. Gostaria de sair pelo mundo formando candidatas ao ouro olímpico.
Um dia, surgiu uma chance de Nadia ganhar a liberdade. Como em um filme de James Bond, o agente 007 britânico que combatia, principalmente, o inimigo comunista. Foi quando um romeno naturalizado norte-americano, Constantin Panait, em 1987 voltou ao seu país, para visitar familiares. O homem, casado e pai de quatro filhos, conquistou Nádia. Dois anos depois, quando o liberalismo ganhava força pela antiga Cortina de Ferro, ela sentiu que era a hora de tentar cair fora as garras de Ceaussescu. Constantin, que morava na Florida-EUA, preparou-lhe um plano de fuga, bem ao estilo do que se via nos filmes da época da guerra fria Estados Unidos x União Soviética.
SEDE DE LIBERDADE - Nadia convidou seis amigos a acompanharem-na na arriscada escapada. Se falhasse e fossem capturados, iriam para a cadeia. Mas ela estava tão decidida a encarar, que nem despediu-se dos pais. Durante a noite de 26 de novembro de 1987, Constantin deixou-a, com os amigos, distante 15 quilômetros da fronteira com a Hungria, e foi aguarda-la do outro lado. Enfrentando escuridão, frio, lema e gelo, a ex-ginasta empreendeu uma terrível fuga, ouvindo muitos latidos dos cãs dos guardas fronteiriços.
Nádia mulher, longe dos tempos de traves e barras |
Após seis horas de caminhadas, antes de encontrar uma passagem informada por Contantin, Nadia foi capturada pelos mau-encarados guardas fronteiriços húngaros. Em seguida, levada para a cidade de Szeged, a fim de ser interrogada pela polícia. Surpreendentemente, para ela, os policiais húngaros deram-lhe roupas e um hotel para passar a noite. A democracia e a liberdade já haviam feito a cabeça deles.
Na manhã de 27 de novembro, Cosntantin reencontrou Nádia, no hotel. No dia seguinte, foram para Viena, na Áustria, onde ela pediu asilo político na embaixada dos Estados Unidos. Recebida como celebridade, sem problemas, conseguiu o visto de entrada na América. No primeiro dia de dezembro, chegou a Nova York, dizendo amar Constantin e querendo casar-se com ele, para desagrado de Maria, a mulher do traidor, que disse aos jornalistas: “A Nadia destruiu o meu lar, roubou o meu marido. Ele é um demônio”– não só nas traves. Um demônio olímpico.
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