CAMPEÕES DA I TAÇA GUANABARA-1965
GAINETE – tudo era
festa no Rio de Janeiro do IVCentenário. Principalmente, o Carnaval de 1965,
com Gainete curtindo as festanças. Enquanto a folia fervia, o seu concunhado
Saulzinho, artilheiro da Turma da Colina,
chamou-o para treinar em São Januário. Topou, treinou e agradou a quem o viu em
ação, levando o Vasco da Gama a querer saber como estava a situação dele - o
Internacional-RS pedia CR$ 7,5 milhões de cruzeiros para liberá-lo.
Carlos Gainete Filho,
nascido no 15 de novembro de 1940, na catarinense Florianópolis, topou trocar
de clube, não só pela chance de atuar no centro de maior visibilidade do
futebol brasileiro, mas, também, por acreditar ser possível tocar pra frente o
curso de Ciências Econômicas, que cursara até a terceira etapa. No mais, era só
brigar com Ita (José Augusto da Silva) e Lévis (Bispo de Sá) pela camisa de
número 1 do time cruzmaltino.
Gainete estreou em
14 de março e teve batismo de fogo
durante o Torneio Rio-São Paulo – maior competição brasileira de então -,
quando o treinador Zezé Moreira achou que ele pegava mais do que dois concorrentes. Encerrada a disputa
interestadual, em 23 de maio, o Almirante
saiu catando níquel pelo país - 11 amistosos -, a fim de pagar a sua folha
salarial. No 14 de julho, começou a disputar a I Taça Guanabara. Era o começo
da consagração de Gainete como goleiro de grande visibilidade. Em oito
partidas, sagrou-se campeão, finalmente - antes, havia conquistado três vices,
pelo Internacional-RS, no qual chegara, em 1962.
Embora fosse atleta de evitar gols, Gainete
começou a carreira correndo atrás deles, sendo ponta-direita juvenil do
catarinense Guarani, de Florianópolis. Era 1955 e, em peladas, ele gostava de tirar onda debaixo das
traves. Por conta daquilo, num daqueles famosois
dias em que alguém não aparecer para jogar – no seu caso, o goleiro -, ele
foi convocado a substituí-lo - para sempre. Um temporada depois, já era titular
no time principal, até 1958, quando mudou para o Tamandaré, ainda no futebol
amador da caital catarinense. Em 1959, já profissional, a carreira avisou que
decolaria, sendo campeão catarinense, pelo Paula Ramos, além de, em 1960,
ficado bi do Sul Brasileiro de Seleções. O feito valeu-lhe convite do gaúcho
Gurany, de Bagé, que o defendeu só por uma temporada, pois o Internacional
achou que ele seria o goleiro ideal para o time colorado.
No mesmo 1965, Gainete foi, também, vice da
Taça Brasil, a competição que levava um clube brasileiro à Taça Libertadores da
América. Não dava para conquistá-la, pois, à época, era quase impossível vencer
decisões contra o Santos de Pelé.
Embora tivesse
enfretado os melhores atacanteds brazucas,
Gainete elegia como a sua maior defesa uma de Seleção Catarinense 1 x 0 Paraná.
Contu ao Nº 5 da revista Futebol e Outros Esportes, em 1966: “O
Gauchinho, ponta-esquerda do Paraná, chutou a bola da entrada da área. Saí do
gol e consegui tocá-la, com um dos pés. Ela (a bola) subiu e ia entrar (no
gol), quando pulei para trás, desses pulos que a gente não sabe como, e tirei-a
do seu caminho. Até hoje tento descobrir como fiz aquela defesa”.
Gainete esteve vascaíno só por uma temporada.
Em 1966, o Inernacional-RS voltou a requisitar as suas defesas, que foram coloradas até 1972, quando foi para o
Atalético-PR. Em 1974, encerrou a carreira, em um outro Atlético-RS, no futebol
gaúcho.
LEVS – jogou só
parte de uma partida da I Taça Guanabara, entrando em lguar de Gainete, na estreia,
quando o Vasco da Gama goleou o Fluminense, por 5 x0. Nascido em Curitiba – em 22 de fevereiro
de 1940 -, foi um dos goleiros mais altos do futebol carioca da década-1960,
medindo 1m86cm de altura. Começou a vestir a camisa 1 no Huracan São Vicente, de
liga amadora de Curitiba e, ao final de 1961, assinou o seu primeiro contrato
profissional, com o Olímpico, de Irati-PR. Com a jaqueta do Almirante, esquentou muito o banco dos
reservas, pois Seu Zezé Moreira defnira uma formação e pouco mudou. Esteve
vascaíno ente 1964/1965 e viveu até 2007.
JOEL FELÍCIO – ele
não começou a I Taça Guanabara como titular da lateral-direita, que ficou com
Ari. Mas o treinador Zezé Moreira lhe deu vaga no time do segundo jogo, gostou
dos seus serviços e manteve-o em suas próximas sete escalações. Dono de uma boa
estatura para a sua época no futebol brasileiro – 1m82cm -, ele foi uma
barreira para os atacantes que partiram para cima dele durante aquela competição,
o que agradou muito ao chefe, que pedia jogo duro, seriedade. Viram isso no seu
estilo de jogo os ponteiros-esquerdos Lula (Flu), Neves (Fla), Ramon (América),
Guaraci (Bangu) e Roberto (Botafogo), que levaram uma canseira.
Joel Felício nasceu
mineiro, de Muriaé - em 27 de outubro de 1939 -, mas foi no Rio de Janeiro que começou a gostara
da bola, mais precisamente no bairro do Irajá, onde havia um time peladeiro
chamado Rio Douro, em que toda a molecada, descamisada, rolava a pelota usando gorro e calções da
mesma cor, e sem camisas, por não ter
dinheiro para comprar mais nada. Antes de mudar-se para aquele bairro, ele residia
na Vila Isabel, onde não ligava a mínima para o futebol, porque o que mandava por
ali era o samba de Noel Rosa.
Joel Felício Pinheiro assinou o seu
primeiro contrato, como atleta, em 1957, e entrou para o time juvenil do Vasco
da Gama, em uma fase em que era muito comum os cartolas prenderem jogadores pelos
chamados contratos de gaveta. Antes
de se campeão da I Taça Guanabara, ele ajudara a Turma da Colina a vencer o Torneio Pentagonal do México-1963. Pouco
depois, comemorava mais um caneco, o
do Torneio de Santiago-1963. Em 1965, com a chegada de Zezé Moreira a São
Januário, disputou a decisão do I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio
de Janeiro e conquistou o seu terceiro título vascaíno. Na temporada seguinte,
ainda sob o comando do mesmo treinador, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo-1966,
embora empatado com Botafogo, Santos e Corinthians, por falta de datas para
decisão. Ele esteve vascaíno ate 1966.
ARI
– esteve vascaíno, de 1965 a 1967. Em sua primeira temporada na Colina, foi suplente de Joel Felício. Em
1966, ganhou a posição, deixando, também, o uruguaio Mendez no banco, mas em
suas últimas campanhas ficou na reserva de Jorge Luís. Despertou o interesse
vascaíno por ter ajudado a Seleção Brasileira a vencer o Sul-Americano de
Acesso-1964 e ele fazer bom papel no vice-campeoanto do São Cristóvão durante o
Torneio Início do mesmo 1964. Antes disso, Ari Garcia Gomes, carioca, nascido
no 18 de fevereiro de 1942, havia chamado a atenção da Turna da Colina por ter segurado o ponta-esquerda Ede, em São
Cristovão 1 x 1 Vasco Gama, pela penúltima rodada do segundo turno do Campeonato
Carioca-1963, quando “O Santo”
terminou em sétimo lugar, uma posição abaixo e duas vitórias a menos do que o Almirante. Ari foi um dos destaques da
defesa que tinha ele e mais Franz (goleiro), Édson, Renato e Moisés.
BRITO - Sinônimo de fortaleza, ele impressionou ao
pai no nascimento, mostrando-se um bebê tão forte que não de outra: Seu Ruas o
registrou por Hércules (homem mais forte
do mundo, na literatura), adicionado o sobrenome Brito Ruas. Cria do amador
Flexeiras, da Ilha do Governador, ele chegou infantil ao Vasco da Gama, em
1955, e amargou muito o banco dos reservas dos aspirantes, porque a vaga era de
Viana. O jeito foi sair, por empréstimo, para os gaúchos Internacional, de
Porto Alegre e de Santa Maria, entre 1958 e 1959. Em São Januário, só teve vez
depois que o capitão (Hideraldo Luís) Bellini foi negociado, como São Paulo, em
1961.
Brito jogava duro, mas, até 1964, gostava de
brincar com a bola dentro da sua área. Assim que chegou ao São Januario, em 1965, o treinador Zezé Moreira
acabou com aquela farra, mudando, completamente, a sua forma de jogar e
tornando-o um “zagueiro-zagueiro”, ou
“zagueiro enxuto”, como se falava na
época. Cumpriu tão bem as ordens do chefe, que este o fez de capitão do time. De
quebra, levantou a I Taça Guanabara.
Sujeito brincalhão, também,
fora das quatro linhas, sempre alegre e comunicativo Brito não era de ficar
cobrando dos companheioros, mesmo sendo o capitão. “Não gosto de dar ordens, argumentar ou mesmo
ponderar. Não me sinto à vontade. Prefiro jogar sério e calado, e que os meus
companheiros me dirijam a palavra” dizia a quem lhe cobrava “mandar na zaga”. Sobre o posto,
analisava: “Ser capitão ... é uma honra, porque demonstra o prestígio de um
jogador ...principalmente perante o técnico”.
Para a Revista do Esporte, o zagueirão Brito mostrava-se um
“legítimo sucessor de Bellini”, o ídolo e grande capitão cruzmaltino que fizera
história em São Januário por 10 temporadas. O considerava um “zagueiro-central
entusiasta e eficiente, que se empenha nos lances com arrojo, técnica e
valentia”. Ressaltava, ainda, que, com ele, não havia tempo ruim, demonstrando
possuir “futebol para qualquer preço” e sabendo resolver problemas
na grande área. Por conta daquilo, previa que ele formaria na defensiva da
Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo da Inglaterra-1966 – foi e atuou em
Brasil 1 x 3 Portugal, no 19 de junho (Manga; Fidélis, Brito, Orlando Peçanha e
Rildo; Denílson e Lima; Jairzinho, Silva, Pelé e Paraná). Este time pisou na
bolae e o Brasil foi eliminado na primeira fase. Mas ele, salvou-se do vexame,
foi convocado para a campanha de 1970 e voltou do México não só tricampeão,
atuando em todas as partidas, como, também, sendo o atleta de melhor preparo
físico do planeta.
Nascido na Ilha do
Governador-RJ, em 9 de agosto de 1939, esteve vascaíno, de 1955 a 1969, quando
foi negociado com o Flamengo. Conquistou três títulos como integrante da Turma das Colina: campeão do I Torneio
Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro-1965; da I Taça
Guanabaras-1965 e do Torneio Rio-São Paulo-1966, este dividido com Botafogo,
Santos e Cointhians, por falta de datas, pois as próximas seriam dedicadas ao
preparo da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo das Inglaterra.
FONTANA – O
auarto-zagueiro do time de Zezé Moreira trilhou caminho parecido com o de Brito. Tinha dois fortes concorrentes
pela frente - Russo, nos aspirantes, e Barbosinha, no time A – e arrependia-se
de não ter aceito convites de dois outros clubes, tendo, inclusive, chegadoa
a preencher ficha de inscrição, como amador, em um deles.
José de Anchieta Fontana, capixaba de Santa Tereza, nascido em 31 de
dezembro de 1940, obedeceu, fielmente, as ordens de “Seu Zezé Moeira”, como o
chamava, para as oito partidas em que foi titular durante a conquista da I Taça
Guanabara. Atuou firme, sem nunca brincar, ajudando a sua defensiva a levar
apenas quatro gols na campanha – o ataque marcou 15.
Para repórteres bricalhões, como Deni Menezes, da Rádio Globo-RJ, o xerifão Fontana levava atacantes a “fazerem o testamento antes de entrarem na
área do Vasco”. Umdos que mais se
quixavam da sua virilidade era Dario (José dos Santos), um dos maiores goleadores brasileiros
da décadas-1960/70. Com 1m82cm de altura e pesando 76, ele vivia dizendo não
ter medo de cara feia, quando estivesse a servioço do Atlético-MG. Mas respeitava
- e muito -, duas dessas caras. Indagado pelo repórter Eliomário Valente, para o
Nº 505 da Revista do Esporte, de 9 de
novembro de 1968, o Dadá Jacaré (um
dos seus apelidos) respondeu: “Tenho dois marcadores implacáveis: Brito e
Fontana. Batem bem. Até tapas no resto já levei deles, além de outras entradas
mais violentas. Quando eu apanhava a bola e partia para a área do Vasco, temia
pela minha saúde”.
De acordo com o meio-campista
Buglê (José Alberto Bougleux), o quarto-zaqueiro Fontana poderia ser um terror
para os atacantes, mas, “fora dos gramados é um santo”, garantia e fazia
questão de ressaltar que o amigo jamais fora expulso de campo. E ia além: “Os
pais dele acertaram tornando-o xará do jesuíta José de Anchieta” - uma das
figuras mais admiradas na época da colonização do Brasil. Espanhol de
nascimento, ingressou na Companhia de Jesus,
em Portugal, e ao vir para o Brasil foi um dos fundadores das cidades de São
Paulo e do Rio de Janeiro. Também, foi dramaturgo, poeta e gramático, tendo
vivido entre 1534 a 1597. De sua prte, José de Anchieta
Fontana, que esteve vascaíno, de 1962 a 1969, viveu até 1980.
OLDAIR – Desde que subira
para o time de aspirantes do Palmeiras, o paulistano Oldair atuou como
apoiador. Quando chegou ao clube, em 1957, queria ser o centroavante do time
juvenil, mas deu mais certo como o então chamado “médio de apoio”. Tanto que sagrou-se naquela posição bicampeão
paulista de aspirantes-1959/1960 e, campeão carioca-1964, pelo Fluminense, que
defendeu entre 1961 e 1964. Em janeiro de 1966, ele foi para o Vasco da Gama e
disputou todo o Torneio Rio-São Paulo e vários amistosos formando meia-cancha com Lorico. Veio a Taça
Guanabara e, com ela, a indefinição vascaína pela renovação do contrato do
lateral-esquerdo Barbosinha (Jorge
dos Santos Barbosa).
Para começar a disputa, o treinador Zezé Moreira teria o Fluminense pela frente
e nenhum lateral-esquerdo em quem confiasse. Como fora ele quem aceitara a
indicação do treinador juvenil palmeirense Milton Medeiros para levar Oldair
para as Laranjeiras, por conhece-lo bem, antes de um treino, pediu-lhe para quebrar o galho marcando o arisco
ponta-direita tricolor Jorginho. Topou colaborar e, durante o coletivo,
surpreendeu o chefe, não deixando ninguém passar por ele. Dali pelos sete jogos
da Taça GB, segurou a vaga de titular da posição e, ainda, foi convocado para a
Seleção Brasileira que treinaria para a Copa do Mundo da Inglaterra-1966.
Nascido em 1º de julho de 1939, no paulistano
bairro de Bom Retiro, Oldair Barchi estudou até o segundo período do curso de
Contabilidade. No jogo final da Taça Guanabara, em 5 de setembro de 1965, foi
ele quem abriu no placar de Vasco da Gama 2 x 0 Botafogo, diante de 115.064
pagantes, no Maracanã, aos 40 minutos do primeiro tempo - Gainete; Joel
Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano,
Célio, Mário Tilico e Zezinho foi o time escalado pelo treinador
Zezé Moreira naquela tarde de domingo. Oldair defendeu o Vasco até 1967 e
viveu até 1º de novembro de 2014.
MARANHÃO - Durante a
temporada-1964, o apoiador Maranhão entrava e saía do time, que usava Odmar e
Zé Carlos quando o barrava. Quem o tinha visto jogar antes, não entendia como
um atleta que agradava à torcida, sem estar contundido e nem mal fisicamente
poderia ser preterido. Sorte dele que, pelos inícios de 1965, o Vasco da Gama
contratou o treinador Zezé Moreira, que não demorou a ver que a bola daquele nordestino
baixinho encaixava-se bem em seu esquema de jogo. Maranhão ganhou alma nova e
mostrou que a sua barração fora injuntas e prejudicial ao time. Tornou-se peça
importante na conquista da I Taça Guanabara, formando sete “meiúcas” com
Loricoo e uma com Oldair.
Maranhão, isto é, José de Ribamar Celestino,
ganhou apelido gentílico no Rio de Janeiro por ter nascido – em 30 de junho de
1942 - em São Luís do Maranhão, que ele chamava por “A Ilha do Amor” – a
capital maranhense fica, realmente, em uma ilha. Cria do Sampaio Corrêa,
desembarcou em São Januário sendos, ainda, um juvenil, em 1958. Quando o
treinador Martim Fracisco o promoveu ao time A, o dono absoluto de sua posião
era Écio. Mas,a parir de 5 dre maiko de 1961, Martim deu-lhe algumas chances de
formar o meio-de-campo cuzmaltino com Laerte e o próprio Écio. Mas ainda não
era a sua hora de ser titular, pois tinha, ainda, a concorrência de Nivaldo,
jogador de chute fortíssimo e que marcava gols cobrando faltas.
Em junho de 1962, Maranhão voltou a ter algumas
chancs de jogar. Em stembro, outras, quando o treinador já era Jorge Vieira,
que firmou a meia-cancha Maranhão e Lorico, até o final da temporada. Em 1963,
Jorge Vieira fez Maranhão e Écio se revezarem muito no meio-de-campo vascaíno
e, em algumas oportunidades, escalou os dois juntos, até o 15 de setembro,
quando caiu e foi substituído por Oto Gória.
Embora tivesse disputado as
Olimpíadas-1963, ena italiana Roma, formando meio-de-camo com o cracaço Gérson
de Oliveria Nunes, e figurasse nas listas de candidatos a uma vaga na Seleção
Brasileira que disputaria a Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, Maranhão não
esperava ser chamado, por ver a concorrência muito grande – Zito, do Santos;
Denílson, do Fluminense; Dino Sani, do Corinthians; Roberto Dias, do São Paulo,
foram os chamados para os treinamentos.
Maranhão esteve vascaíno até 1967. A seguir,
iniciou a vida de cigano do futebol, passando por seis clubes, todos com
expressões muito inferiores à do Vasco da Gama. Encerrou a carriera,em 1974,
defendendo o ABC, de Natal-RN. Viveu até 22 de agosto de 2007.
LUISINHO GOIANO – Estava
escrito que ele seria jogador de Zezé Moreira. Pelos começos da décadas-1960,
quando era amador - nos times São Luiz e Mariana -, do seu estado ana, foi para
o Rio de Janeiro, fez testes no Fluminense e agradou ao Seu Zezé, que dirigia a
turma do tricolor carioca. No entanto, com a chegada do final de ano e final da
temporada, ele voltou para a sua terra, que nem tinha, ainda, futebol
profissional – só a partir de 1963 – e terminou assinando contrato como
Atlético Goianiense, onde virou ponteiro – antes, era ponta-de-lança.
Veio a terça-feira 26 de janeiro de 1965 e o
Vasco da Gama foi a Goiânia mandar 4 x 1 Atlético-GO. Embora os locais tivessem
sido goleados, Seu Zezé Moreira reviu e lembrou-se de Luisinho, que atuara bem
naquela partida. Pediu a sua contratação, que virou empréstimo. Três semanas
depois, o Vasco da Gama dobrou os rubro-negros goianaienses e ficou com o
rapaz, em definitivo, pagando antigos Cr$ 20 milhões de cruzeiros e mais a
renda de dois amistosos em Goiânia. E confimou que tinha feito bom
investimento, no 20 de fevereiro, quando Luisinho entregou bola limpa para
Saulzinho bater na rede e, depois,
marcou o seu gol, cortando o macador para dentro e batendo, como pé
esquerdo, da entrada da grande área, em Vasco da Gama 2 x 1 Fluminense, em seu
primeiro jogo no Maracanã, diante de 35.239 pagantes.
Firmado titular do
ataque vascaíno, Luisinho disputou todas as partidas da conquista da Taça
Guanabara. Também, comandado pelo Seu
Zezé, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo-1966. Nascido na goiana m Jandaia, em 1º de dezembro de 1941, esteve cruzmaltino entre 1965 a
1967, quando foi para a paulista Prudentina. No futebol carioca, ele só não se
entendia com os jornais e revistas. Embora dissesse que fora registrado por
Luís de Oliveira e Silva, os caras só escreviam Luizinho, em vez do mais
correto Luisinho.
LORICO – ele
gostava de jogar mais atrás, armando lances. No entanto, durante a I Taça
Guanabara, o treinador Zezé Moreira preferia usaá-lo como uma espécie de ponte
entre o meio-de-campo e o ataque, do que não reclamava, pois já atuara, por diversas vezes, mais à frente, com
os diversos treinadores pelos quais passara, em São Januário. Atleta de muita técnica e inteligência, Lorico
jamais chegou à Seleção Braileira, pois tinha a concorrência do botafoguense Gerson
(de Oliveira Nunes), dono absoluto da posição.
Ele foi cria da Portuguesa Santista e chegou a ser campeão
sul-americano militar, em 1959, com o time tendo Pelé e vencendo os argentinos,
por 2 x 0, na final. Registrado por João Farias Filho, o Lorico nasceu no 11 de
dezembro de 1940, na paulista Santos e chegou ao Vasco da Gama em 1961, fazendo
a sua estreia no 8 de fevereiro, nos 2 x 2 amistosos, com o espanhol Real
Madrid, que truixe ao Maracanã os astros Puskas, Di Stefano e Gento, feríssimas
– Humberto Torgado (Miguel): Paulinho de Almeida, Bellini, Orlando Peçanha e
Coronel; Écio e Lorico (Waldemar); Sabará, Wilson Moreira (Da Silva), Delém e Pinga
foi o time, dirigido por Martim Francisco.
Lorico não foi campeão
só da Taça Guanabara, em 1965. Na mesma temporadas, em janeiro,ajudou o Vasco
da Gama a conqusitar, também, o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio
de Janeiro, com vitórias sobre a seleção da Alemanha Oriental, (3 x 2) e o
Flamengo (4 x 1) – Ita; Joel Felício, (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e
Barbosinha; Maranhãoe Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e
Zezinho foi a escalação de Zezé Moreira. Em 1966, esteve nos times campeões do
Toeio Internacional do México e do Torneio rio-São Paulo, este dividido com
Botafogo, Corinthians e Santos, por falta de datas para uma decisão. Pelas
metades de 1966, Lorico deixou São Januário e foi defender a Prudentina, da
pulista Presidente Prudente.
MÁRIO TILICO
- O pernambucano Mário era um autêntico cabra-da-peste, como os seu conterrâneos
chamavam um sujeito que dava conta de tudo. Ele era assim no ataque do Vasco da
Gama. Atuava pelo meio e pontas, como o fez durante a I Taça Guanabara, quando
formou dupla fatal com Célio e rolou a maricota
pelo lado do gramado. Em uma, ou outra, colaborou com quatro tentos que ajudaram
o Almirante a caregar o caneco.
Juvenil do Santa
Cruz, de Recife, em 1960, Mário foi pintar pela ponta-direita quando o Santa
negociou o passe de Gildo, com o Palmeiras, em 1961. Ele foi promovido ao time
A e intimado a vestir a camisa 7. Mas, em 1962, quando a paulistana Portuguesa
de Desportos o levou, mudou de lado e foi parar na ponta-esquerda. Em 1963, o
Vasco da Gama o levou para vestir a camisa 11, mas ele terminou vestindo toda a
numeração atacante, embora tivesse, em 1963, passado quase toda a temporadas no
time de aspirantes. Resgatado por Oto Glória, voltou ao time A e, quando Zezé
Moreira o assumiu, foi deslocado para a ponta-direita, porque o miolo do ataque
estava bem com Sasulzinho e Célio. Teve, novamente, de esperar vez pelo
meio.
Nascido, em Recife,
no 30 de abirl de 1942, Mário foi batizado e registrado por Amaro Amaro Gomes
das Costa. No entanto, se alguém fosse à sua casa procurar pelo Amaro, diriam
que tal sujeito não residia por ali. Todos já estavam acostumado com o apelido Mário, surgido nos campos do futebol. Mais
tarde, ele ganhou mais um apelido – Tilico, por aprontar muito com os
marcdoress. O seu começo de vida vascaína foi ajudando a moçada a
conquistar o Torneio Internacional do
México-1963. Próximo caneco, o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio
de Janeiro-1965. Ao ser campeão da I Taça GB-1965, colaborou com quatro gols. Em
1966, trocou São Januário pelo Fluminense. Viveu até 2001 e teve um filho que
herdou o seu apelido e, também, foi atacante cruzmaltino.
CÉLIO - Ele foi “o cara” do time vascainoi durante a conquista da I Taça Guanabra. Principal artilheiro da equipe (e da competição) com seis tentos, infernizou a vida dos zagueiros em todos os prélios. Em quatro tempradas vestindo a jaqueta do Vasco da Gama, ele tornou-se um dos maiores goleador cruzmaltino no Maracanã, com 40 bolas no filó – à sua frente estão: 1 - Roberto Dinamite (193), em 25 temporadas, de 1971 a 1992 (exceto 1980, quando esterve no Barcelona-ESP; 1989, na Portuguesa de Desportos-SP, e 1991, no Campo Gande-RJ); 2 - Pinga e Romário (70), o primeiro de 1953 a 1961, e o segundo, de 1985 a 1988; de 2000 a 2002; de 2005 a 2006, e em 2007; 3 - Sabará e Ademir Menezes (44), tendo o primeiro ficado de 1952 a 1962 e voltado em 1964, enquanto o segundo esteve vascaíno, de 1942 a 1945 e de 1948 a 12955; 4 - Vavá (42 gols), em seis temporadas, de 1952 a 1958. Nascido em Santos-SP, no 16 de outubro de 1940,
quando estava com 16 de idade, Célio tentou jogar pelo Santos, mas foi
dispensado. Então, arrumou vaga nos times de Portuguesa Santista, Ponte
Preta e Jabaquara, até o Vasco da Gama leva-lo, em 1963, para ficar em São
Januário por quatro temporadas. Começou a ser Vasco vencendo dois torneios
internacionais, em 1963, o Pentagonal, do México e o Quadrangular de
Santiago do Chile. Na temporada seguinte, foi vencedor no Torneio
Cidade de Belém-1964, dirigido, nos três, pelo treinador Jorge Vieira.
Depois, sob o comando de Zezé Moreira, ajudou a Turma
da Colina a ganhar os Torneios IV Centenário do Rio de Janeiro-
1965 e o Torneio Rio-São Paulo-1966, este dividido com Botafogo, Corinthians
e Santos. Dos
seis tentos marcados durante a Taça GB, quatro foram contra o Fluminense e
dois diante do Flamengo. Ao deixar São Januário, tornou-se ídolo, também, da
torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu. Viveu até o 29 de maio de 2020. ZEZINHO
– Ele começara a carreira pela ponta-esquerda do inanto-juvenil da
Portuguesa, da Ilha do Governador-RJ, em 1954. Depois passou para
ponta-de-lança e teve breve passagem pela ponta-direita. Mas era pelo miolo
do gramado que se sentia bem. Em 1964, quando Duque (David Ferreira) era o
treinador do time do Vasco da Gama, de repente, o clube se desfez do
ponteiro-esquerdo Ramos e ficou sem especialista para a posição. Chamado para
a vaga, Zezinho não gostou e pensou em se nagar a vestir a camisa 11. Tudo o
que ele não queria era voltar para a extrema-esquerda. No entanto, pensou um
pouco e lembrou que o seu contrato não lhe dava o direito de escolher posto.
Para não ficar mal com o chefe, terminou aceitando. Veio 1965 e um outro
treindor, Zezé Moreira, o manteve por onde jogava. De forma diferente, porém.
Com Duque, ele voltava para ajudar o meio-de-campo, mas era mais agressivo.
Seu Zezé o colocou para cobrir os colega que atacasse. Assim, se alguém fosse
à frente, ele ficava mais atrás. Se perdesse a bola, imediatamente, ele recuava para a sua posição. Jogava de
acordo com o jogo. Assim, atuou em todos os jogos da I Taça Guanabara, mas
não marcando nenhum gol. José de Oliveira Barros,s eu nome oficial, nasceu no
13 de agosto de 1939, em Corumbá-MT, e esteve vascaíno entre 1964 a 1966.
Além de campeão da Taça GB, ajudou a Turma da Colina a conquistar, também, o
I Tornei Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro; o Torneio Gilberto
Alveds, em Goiás, e o Torneio Cinquentenáro da Federação Pernambucana de
Futebol, os três em 1965, e o Torneio Rio-São Paulo-1966, esse dividido com
Botafogo, Santos e Corinthians. ZEZÉ
MOREIRA – velho sonho do Vasco da Gama, só em 1965 chegou a São Januário. De
cara, ganhou três disputas - I Torneio Intertnacional do IV Centenário do Rio
de Janeiro; Torneio Presidente Gilberto Alves, da Federação Goiana de
Desportos, em Goiás, e Torneio Cinquentenário da Federação Pernambucana de
Futebol. Em 1966, conquistou mais um caneco para os cruzmaltinos, o Torneio
Rio-São Paulo, e, em 1967, encerrou o seu ciclo entre os vascaínos. Alfredo
Moreira Júnior foi o seu nome. Nascido, em Miracema-RJ, no 16 de outubro de
1907, viveu por 90 temporadas, até 10 de abril de 1998. |
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